A Embraer anunciou nesta quarta-feira (10) que a companhia aérea americana Avelo Airlines fechou um pedido firme para a compra de 50 aeronaves E195-E2, com opção de adquirir outras 50 unidades. O valor de tabela do contrato inicial é de US$ 4,4 bilhões, sem considerar os direitos de compra adicionais, o que poderia elevar o negócio para US$ 8,8 bilhões (desconsiderando possíveis descontos).
As entregas estão programadas para começar no primeiro semestre de 2027, e a Avelo será a primeira aérea dos Estados Unidos a operar o E195-E2, o maior e mais avançado modelo da família de jatos comerciais da fabricante brasileira e tem capacidade para transportar entre 120 a 146 passageiros.
O anúncio foi feito em Washington, capital americana, em um contexto simbólico para a Embraer: após o governo dos Estados Unidos isentar aeronaves brasileiras da tarifa de 50% sobre importações. Os aviões da fabricante ainda estão sujeitos a um imposto de 10%, aplicado em abril pela administração Trump, mas escaparam da sobretaxa mais pesada aplicada a diversos produtos do Brasil.
O pedido faz parte da estratégia da Avelo de modernizar sua frota, hoje composta por Boeing 737NGs, reduzindo custos e ampliando a malha aérea. A aeronave da Embraer conta com o E2TS, sistema de decolagem que melhora o desempenho em pistas curtas e dá acesso a aeroportos mais restritos, além de oferecer maior alcance de voo.
Segundo a fabricante, essas características devem permitir à Avelo expandir sua rede de destinos e aumentar a eficiência operacional. O modelo também é destacado pelo baixo consumo de combustível e pelo menor nível de ruído.
E2, enfim, nos EUA
A entrada das aeronaves E2 nos EUA era o sonho americano da Embraer, que tem no país um dos seus principais mercados.
Por lá, são quase 1.000 aeronaves da brasileira, a maior parte delas E-175, jato da primeira geração e com capacidade de transportar entre 70 e 88 passageiros. Com ele, a Embraer detém 88% de market share entre os jatos comerciais de pequeno porte.
“O pedido pode se mostrar transformacional, já que marca a entrada do modelo E2 no mercado norte-americano, expandindo de forma significativa o mercado endereçável da Embraer”, observam os analistas do Safra. A projeção é de que as aeronaves comecem a ser entregues em 2027.
O pedido representa um incremento ao backlog da companhia, correspondendo a cerca de 7% do total. Com isso, o valor de carteira deve ficar aproximadamente US$ 1,5 bilhão maior no terceiro trimestre. “O pedido demonstra esforços comerciais aprimorados da empresa, que podem resultar em acordos favoráveis no futuro”, avalia a equipe do Itaú BBA. Os dois bancos recomendam a compra das ações.
A companhia encerrou o 2º trimestre de 2025 com uma carteira de pedidos recorde de US$ 29,7 bilhões, um aumento de 40% em relação ao mesmo período do ano anterior. É o maior patamar já registrado em sua história, impulsionado principalmente pelos segmentos de aviação executiva e comercial, com alta de 62% e 16%, respectivamente.