O Grupo Nós, responsável pela rede Oxxo no país, levantou mais R$ 150 milhões com seus controladores para fazer frente aos investimentos da empresa no exercício 2025-26 (de abril a março), apurou o InvestNews. O dinheiro foi colocado em partes iguais pelos donos da joint venture: a Raízen e a mexicana Femsa.
A operação ocorre em um momento de indefinição sobre o futuro do negócio. Isso porque a Raízen — braço de energia do grupo Cosan, do empresário Rubens Ometto — passou a considerar o Oxxo um ativo não estratégico (“non-core”) e tem buscado interessados em sua fatia de 50% na sociedade com a Femsa.
O movimento faz parte do plano de reestruturação da companhia, que trocou de comando no fim de 2023 e vem promovendo cortes e venda de ativos.
Como mostrou o InvestNews no ano passado, o Oxxo vem queimando caixa para seguir com sua estratégia agressiva de abertura de lojas. Movimento natural para uma rede iniciante, mas que começou a pesar no balanço da Raízen, que encerrou o ano-fiscal 2024-25 com mais de R$ 34 bilhões em dívidas.
A rede Oxxo abriu mais de 600 lojas em São Paulo desde o fim de 2020, com planos ambiciosos de expansão nacional. Durante a gestão de Ricardo Mussa, o então CEO da Raízen chegou a projetar até 5 mil unidades no país. A nova administração, comandada por Nelson Gomes, reviu o plano e já sondou bancos para avaliar a venda de sua parte na operação. A Femsa deverá seguir no negócio.
Além da injeção de capital, o Grupo Nós prorrogou o vencimento de uma emissão de notas comerciais de R$ 150 milhões feita em março de 2024. A dívida, que venceria no fim de março de 2025, teve seu prazo estendido para setembro.
Procurados, Oxxo e Raízen disseram que não vão comentar.
