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Fornecedora dos Moreira Salles e parceiras iniciam testes de ônibus elétricos de carregamento ultrarrápido

Em três anos, a expectativa da CBMM é elevar em quase dez vezes o faturamento de seu negócio de baterias

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Principal fornecedora global de produtos de nióbio, a CBMM iniciou nesta quarta-feira (19) testes com suas parceiras Toshiba e Volkswagen Caminhões e Ônibus de um protótipo de ônibus elétrico movido à bateria de íons de lítio com nióbio, em iniciativa que visa contribuir com a multiplicação de seu faturamento nos próximos anos, disseram executivos à Reuters.

Em três anos, a expectativa da companhia controlada pela família Moreira Salles é de elevar em quase dez vezes o faturamento de seu negócio de baterias, para 100 milhões de dólares em 2026, contra 11 milhões de dólares em 2023.

“As tecnologias (para baterias de) recarga rápida… serão a principal alavanca de crescimento”, afirmou à Reuters por videoconferência o gerente-executivo comercial da divisão de baterias da CBMM, Rodrigo Amado.

O fornecimento de produtos de nióbio para a siderurgia permanece ainda como a principal atividade da CBMM, mas os planos de diversificação com ênfase em baterias ganham força ano a ano.

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O lançamento dos testes do protótipo nesta quarta-feira na planta industrial da companhia em Araxá (MG) é um marco para a empresa, disse Amado, destacando o grande diferencial da tecnologia a ser avaliada, que é permitir uma recarga ultrarrápida de um ônibus elétrico, podendo atingir a autonomia máxima do veículo em apenas 10 minutos.

A bateria desenvolvida com a tecnologia promete ainda uma vida útil até três vezes superior as das baterias convencionais, disseram os executivos. A expectativa é que esteja disponível no mercado já no próximo ano.

A tecnologia desenvolvida, de óxidos mistos de titânio com adição de nióbio para o ânodo das células das baterias de íons de lítio, é conhecida como NTO.

Segundo dados da companhia, a estrutura do ânodo de NTO permite suportar a recarga ultrarrápida e possibilita uma operação em temperaturas mais amenas, o que aumenta a vida útil da bateria e a segurança, além de gerar uma redução no consumo de energia pela menor demanda por arrefecimento do sistema.

Aquisição de dados

A CBMM e a japonesa Toshiba fecharam em 2018 uma parceria para o desenvolvimento dessa tecnologia e em 2021 o projeto expandiu com a chegada da Volkswagen, o que permitiu a aplicação da bateria.

“Não adianta só mostrar PowerPoint…, é preciso ver para crer, então a gente se juntou com a Volkswagen para demonstrar a tecnologia em um caso real… O ônibus foi todo redesenhado para poder acomodar essa nova tecnologia”, afirmou o gerente-executivo de baterias da CBMM, Rogério Ribas, detalhando que o veículo irá rodar diariamente numa rota fixa, com a recarga no pantógrafo de 300 kW prevista no início ou fim do trajeto.

O ônibus está equipado com quatro packs de baterias de lítio com ânodo contendo nióbio, cada um deles com capacidade útil de até 30 kWh. A operação fornecerá dados ​​tanto sobre as características da bateria quanto do veículo, com o objetivo de sinalizar ajustes necessários para futura comercialização.

Configurado sobre um chassi de 18 toneladas, o protótipo de ônibus tem autonomia estimada em 60 quilômetros, o que “é mais do que o suficiente para qualquer trajeto urbano”, destacou Ribas.

Segundo o executivo, um trajeto urbano hoje em uma cidade como São Paulo, soma de 25 a 30 quilômetros. “Então, o nosso ônibus poderia dar duas voltas completas, parar por dez minutos, dar outras duas voltas completas, parar por mais dez minutos, sem precisar tirar o ônibus da rota.”

Atualmente, a bateria convencional demanda de três a oito horas de carregamento para atingir 100% da recarga, destacaram os executivos.

Com o avanço das pesquisas e a conclusão de uma nova planta em 2027, a CBMM prevê um forte crescimento de suas vendas de óxido de nióbio para aplicação em ânodo, em tecnologias de recarga rápida, para mais de 20 mil toneladas, nos próximos sete a dez anos.

Em 2025, as vendas com esse fim devem somar 800 toneladas, contra até cerca de 200 toneladas neste ano.

Considerando as vendas de óxido de nióbio para baterias em diferentes aplicações, tanto a ânodo quanto cátodo (mais ligado à estabilidade e segurança), a perspectiva da companhia é atingir a marca de 1 mil toneladas de materiais em 2024, contra 620 toneladas em 2023.

Já o volume de vendas total de produtos de nióbio da empresa somou 92 mil toneladas em 2023.

(Por Marta Nogueira)

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