Negócios
Fusões e aquisições caem em 2022, mas têm 2º melhor ano desde 2010
Brasil registrou 1.728 transações no último ano, queda de 12% na comparação com 2021.
O Brasil registrou 1.728 fusões e aquisições em 2022, o segundo melhor ano para este tipo de operação desde 2010, segundo os dados da KPMG, rede global de firmas independentes. O desempenho ficou atrás apenas de 2021, que registrou 1.963 transações, uma queda de 12% na comparação.
O estudo mostrou que no último ano os setores que mais se destacaram nessas operações foram as empresas de internet com 640 transações, seguido das de tecnologia da informação (268), serviços para empresas (102), instituições financeiras (99), telecomunicações e mídia (61), companhias de energia (54) e educação (53).
Segundo a KPMG, os números trimestrais de operações foram reduzindo ao longo do ano. O primeiro trimestre registrou 553 negociações, o segundo 461, o terceiro 370, fechando o ano com 344 transações no quarto trimestre.
Em comunicado, o analista Luis Motta, sócio-líder de Fusões e Aquisições Proprietárias da KPMG no Brasil, o motivo da atenuação gradativa no número de transações desde o primeiro trimestre do último ano, foi a redução do interesse dos investidores nas empresas de tecnologia, que para ele, contribui com a maioria do número de transações.
Motta afirmou por nota que “outros motivos que justificam essa queda foram a piora do cenário econômico internacional e o aumento das incertezas de médio e longo prazo no cenário econômico local, acentuado no segundo semestre do ano”.
Fusões na América Latina
Dados da Refinitiv mostram que o número de fusões e aquisições na América Latina em 2022 caiu 35%, para US$ 86 bilhões. Apesar da queda no volume de negócios, executivos de bancos de investimento esperam um crescimento em 2023.
Os especialistas preveem que o volume de fusões e aquisições pode crescer até 20% neste ano, com a América Latina assumindo maior protagonismo entre os mercados emergentes.
O cohead de fusões e aquisições na América Latina do Citigroup, Nicolas Roca, disse à Reuters acreditar que “a volatilidade ligada às eleições na região tende a ficar restrita a longo prazo e não afetará essa tendência”, afirmou, citando o exemplo da melhora dos mercados no Chile um ano depois da eleição do esquerdista Gabriel Boric.
Confira os tipos de transações realizados em 2022:
- Domésticas (entre empresas de capital brasileiro) com 1114
- CB1 (empresa de capital majoritário estrangeiro adquirindo de brasileiros) com 482.
- Cb2 (empresa de capital majoritário brasileiro adquirindo de estrangeiros) com 40.
- CB3 (empresa de capital majoritário brasileiro adquirindo de estrangeiros com capital no Brasil) com 21.
- CB4 (empresa de capital majoritário estrangeiro adquirindo de estrangeiros) com 71).
* Com informações da Reuters.
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