Negócios

Gigantes de tecnologia ficam grandes demais para o Nasdaq 100

A reorganização dos maiores componentes é uma consequência do rali incontrolável, impulsionado principalmente pelo otimismo em torno da inteligência artificial

Publicado

em

Tempo médio de leitura: 3 min

The Nasdaq MarketSite em Nova York, EUA. Foto: Michael Nagle/Bloomberg

Apenas um ano após terem seu tamanho reduzido no Nasdaq 100 por estarem grandes demais, as maiores empresas de tecnologia do mundo podem enfrentar outro ajuste quando o principal benchmark for reequilibrado esta semana.

Em questão, estão as regulamentações projetadas para limitar a influência dos maiores membros no índice — regras que têm sido colocadas à prova à medida que empresas como a Apple e a Microsoft atingem um tamanho sem precedentes. O Nasdaq já foi forçado a lidar com esse problema uma vez, em julho de 2023, quando reduziu as proporções de sete empresas para que voltassem à conformidade. No entanto, desde então, o crescimento foi tão significativo que o índice está novamente muito pesado, potencialmente exigindo outra redução.

LEIA MAIS: Com alta do bitcoin, Nasdaq inclui MicroStrategy no índice com 100 empresas mais negociadas

A maneira como o Nasdaq lida com o problema é prescrita nas regras do índice, que deixam espaço para interpretação. O regulamento que determinou o reequilíbrio de 2023 foi desencadeado por uma provisão um tanto bizantina, que é acionada quando todas as empresas que compõem mais de 4,5% do benchmark, respectivamente, somam juntas 48% ou mais. Isso aconteceu em 2023 — e aconteceu novamente recentemente, após a Broadcom subir o suficiente para ultrapassar o limite de 4,5%.

Para complicar a questão, está a iminência de um rebalanceamento anual, programado para o fechamento do mercado na sexta-feira (19), um protocolo que opera de acordo com regras de ponderação menos rigorosas e que não necessariamente exige uma redução dos maiores membros. Em qualquer caso, um porta-voz da Nasdaq afirmou que a ponderação desequilibrada será abordada no próximo rebalanceamento.

The logos for Facebook Inc., Amazon.com Inc., Netflix Inc. and Google, a unit of Alphabet Inc., sit on smartphone and tablet devices in this arranged photograph in London, U.K., on Monday, Aug. 20, 2018. The NYSE FANG+ Index is an equal-dollar weighted index designed to represent a segment of the technology and consumer discretionary sectors consisting of highly-traded growth stocks of technology and tech-enabled companies. Photographer: Jason Alden/Bloomberg

No fechamento de segunda-feira (16), oito membros — incluindo a Nvidia, Amazon.com, Meta Platforms, Tesla e Alphabet — cada um perfazia mais de 4,5% do Nasdaq 100, com uma participação total próxima a 52%. O documento metodológico do Nasdaq sugere que a proporção combinada pode ser reduzida para 40%.

Uma revisão significaria que fundos de rastreamento do índice, como o Invesco QQQ Trust (código QQQ), devem ajustar suas posições. Isso acrescenta uma complicação extra a um evento em que empresas como a MicroStrategy, Palantir Technologies e Axon Enterprise entrarão no índice da Nasdaq, substituindo Illumina, Super Micro Computer e Moderna.

A reorganização dos maiores componentes é uma consequência do rali incontrolável, impulsionado principalmente pelo otimismo em torno da inteligência artificial. O grupo avançou 79%, em média, no acumulado do ano, cerca de quatro vezes mais que a média das outras ações no restante do Nasdaq 100.

“O mercado parece ter a intenção de quebrar as regras do índice que existem há décadas e fazer com que os provedores repensem como eles lidam com um mundo de capitalização de mercado multitrilionário,” disse Todd Sohn, estrategista de ETFs na Strategas Securities. “Após uma pausa no verão [do hemisfério Norte], houve uma reaceleração da liderança dos peso-pesados de mega capitalização.”

Mais Vistos