Negócios
Itaú: lucro do 4º tri é afetado por recuperação judicial da Americanas
Nos últimos meses do ano, o lucro foi de R$ 7,6 bi, recuo de 5% sobre o 3º tri.
O Itaú Unibanco (ITUB3 e ITUB4) informou nesta terça-feira (7) que teve lucro líquido de R$ 7,668 bilhões no quarto trimestre de 2022 – um recuo de 5% sobre os R$ 8,079 bilhões do trimestre anterior. O resultado do veio abaixo da projeção média de analistas consultados pela Refinitiv, de R$ 8,24 bilhões para o período.
Segundo o Itaú, o resultado teve impactos relacionados “a um caso específico de empresa de grande porte que entrou em recuperação judicial“. O banco informou que houve “reforço na Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa para cobrir 100% da exposição, gerando um impacto de R$ 719 milhões no resultado”. Excluindo esse efeito, segundo o Itaú, o resultado teria sido de R$ 8,4 bilhões. Segundo o banco, o evento em questão é posterior à data do fechamento do balanço.
No dia 19 de janeiro, a Justiça aceitou o pedido de recuperação judicial da varejista Americanas (AMER3), com dívidas de mais de R$ 40 bilhões. O Itaú figura na lista dos credores com exposição de R$ 2,73 bilhões.
Na semana passada, o Banco Santander SA (SANB11) já havia divulgado balanço e impactos do caso Americanas sobre seus números. No quarto trimestre, o lucro foi de R$ 1,689 bilhão, montante 46% menor do que o reportado no terceiro trimestre de 2022 e 56% menor na comparação com o mesmo período de 2021.
Considerando o ano fechado de 2022, o lucro do Itaú foi de R$ 30 bilhões, uma alta de 8,3% na comparação com os R$ 28 bilhões do ano anterior. No ano, o banco teve receita de R$ 90,5 bilhões, um avanço de 15,9% sobre 2021. Enquanto isso, a despesas subiram 10,6%, a R$ 69,2 bilhões.
Custo do crédito
O Itaú destacou que “o custo do crédito cresceu e chegou a R$ 9,8 bilhões, principalmente por conta das maiores despesas nos negócios de atacado no Brasil”. O salto foi de 58%.
“Esse crescimento ocorreu em função de um evento subsequente relacionado a um caso específico do segmento de grandes empresas que teve impacto de R$ 1,3 bilhão no trimestre em nosso custo de crédito.”
A despesa de provisão para créditos de liquidação duvidosa foi de R$ 9,9 bilhões, um aumento de 19% sobre o terceiro trimestre de 2022 e de 45% sobre o quarto trimestre de 2021.
Carteira
O banco informou ainda que terminou o ano com carteira de crédito de R$ 1,1 trilhão, um avanço de 2,7% sobre o terceiro trimestre de 2022 e de 11% sobre o mesmo período de 2021.
O Itaú destacou que a carteira para pessoas físicas no Brasil cresceu 3,7% no trimestre. A carteira de cartão de crédito, que é sazonalmente maior no final do ano, avançou 4,9% nos últimos meses do ano, um ritmo de crescimento inferior a 2021. A diretoria atribui esse movimento ao “cenário mais desafiador e da desaceleração da emissão de cartões ocorrida ao longo do ano”.
Já a carteira de crédito imobiliário apresentou crescimento de 5,2%, com menor ritmo de crescimento do que nos trimestres anteriores, em função do aumento da taxa básica de juros, ainda e acordo com o banco.
Inadimplência
Entre os indicadores financeiros do Itaú Unibanco, o índice de inadimplência acima de 90 dias ficou em 2,9%, pouco acima dos 2,8% no terceiro trimestre de 2022 e dos 2,5% do 4º trimestre de 2021.
Considerando somente a operação no Brasil, o indicador de inadimplência ficou em 3,4% no 4º trimestre, contra 3,2% no 3º trimestre e 2,8% em 2021.
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