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JBS vê lucro do 2º trimestre cair 9,8% para R$ 3,95 bilhões

Período teve impacto de uma piora nos resultados das operações nos Estados Unidos.

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A JBS (JBSS3) reportou lucro líquido de R$ 3,952 bilhões no segundo trimestre, queda de 9,8% ante igual período do ano anterior, com impacto de uma piora nos resultados das operações nos Estados Unidos, onde está a maior parte do negócio da empresa, conforme balanço financeiro divulgado nesta quinta-feira.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado somou R$ 10,36 bilhões, recuo de 11,5% no comparativo anual, enquanto a margem Ebitda ajustada foi de 11,2%, 2,4 pontos percentuais menor.

Apesar dos recuos, os resultados superaram as expectativas de analistas consultados em pesquisa da Refinitiv. A projeção para o lucro era de R$ 3,24 bilhões, enquanto a perspectiva para o Ebitda estava em R$ 9,708 bilhões.

A JBS registrou uma receita líquida consolidada de R$ 92,2 bilhões, o que representa um aumento de 7,7%. No trimestre, cerca de 75% das vendas globais da empresa foram realizadas nos mercados domésticos em que a companhia atua e 25% por meio de exportações.

O desempenho consolidado da JBS foi pressionado pelas operações de carne bovina e suína na América do Norte, que tiveram quedas tanto na receita quanto no desempenho operacional -marcando um cenário quase oposto ao apresentado até o primeiro trimestre deste ano.

Por outro lado, as unidades do Brasil e Austrália trouxeram resultados positivos.

“No ano passado, o mercado de bovinos nos Estados Unidos vinha de um incêndio na Tyson e Covid, que deixou o setor operando em 70% da capacidade. Em 2021, você tinha uma oferta muito grande de gado por causa desses eventos”, disse à Reuters o diretor Financeiro e de Relações com Investidores na JBS, Guilherme Cavalcanti.

O CEO global, Gilberto Tomazoni, acrescentou que agora o ciclo bovino norte-americano está caminhando para uma “normalização”.

Segundo Cavalcanti, havia também no ano passado uma demanda mais firme por carne bovina na América do Norte impulsionada por estímulos econômicos relacionados ao combate à pandemia, cenário que também mudou em 2022.

“O gado excessivo foi consumido e a demanda por carne bovina começou a se ajustar em uma realidade”, disse ele.

Desta forma, a JBS Beef North America viu a receita líquida recuar 4,6% no comparativo anual, para 27,2 bilhões de reais no segundo trimestre. Na mesma linha, o Ebitda ajustado da operação baixou 54,6%, a 3,1 bilhões de reais e a margem Ebitda recuou 12,4 pontos, a 11,2%.

Uma retomada na demanda norte-americana por frango, com o retorno do food-service e o fim dos lockdowns no país, sustentou um desempenho positivo para a PPC, onde a receita líquida subiu 18,3%, para 22,8 bilhões de reais e o Ebitda ajustado aumentou 44,4%, a R$ 3,6 bilhões.

Brasil

Sobre as unidades brasileiras de negócios, Tomazoni destacou o fortalecimento do consumo de produtos da Seara, em aves e suínos, e a importância das exportações para a JBS Brasil, no mercado de bovinos.

“A demanda da Ásia é uma demanda diferente do que foi a demanda por um problema, por causa dos suínos (peste suína afriana), que foi um problema sanitário… e a demanda agora é estrutural, tem a ver com o aumento do poder aquisitivo dos consumidores da região”, disse ele.

A JBS Brasil teve uma receita líquida de R$ 14,1 bilhões, 10,8% maior que no ano anterior, apesar da redução de 12% no número de bovinos processados no trimestre, explicado pela suspensão temporária de uma importante planta para exportar para a China no final do primeiro trimestre deste ano.

No caso da Seara, as vendas no mercado doméstico, que responderam por aproximadamente 47% da receita da unidade no período, totalizaram R$ 5 bilhões, aumento de 20%. As exportações da Seara contaram ainda com um acréscimo de 28,1% no preço médio em dólar.

“O cenário para os custos de produção, especialmente o da ração, continuou bastante desafiador mesmo diante da melhora no preço do milho na comparação anual”, pontuou a companhia, citando que os custos vêm sendo compensados pelos repasses de preços, aliados a um melhor mix de mercados.

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