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Dona da Gucci vende divisão de beleza para a L’Oréal por US$ 4,7 bilhões

Kering vai receber o valor em dinheiro no primeiro semestre do próximo ano, além de royalties da L'Oréal

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A Kering vendeu toda sua divisão de beleza para a L’Oréal em um negócio de € 4 bilhões (cerca de US$ 4,7 bilhões). Assim, a empresa muda o rumo de seus negócios.

Pelo acordo, a Kering vai receber os € 4 bilhões em dinheiro no fechamento do negócio, previsto para o primeiro semestre do próximo ano. A empresa também vai embolsar royalties da L’Oréal.

A transação inclui a venda da fabricante de perfumes House of Creed, adquirida pela Kering há apenas dois anos. Kering e L’Oréal também anunciaram que trabalharão juntas para criar, desenvolver e distribuir fragrâncias e produtos de beleza para as marcas Gucci, Bottega Veneta e Balenciaga, da Kering.

A mudança reverte o plano anterior da empresa de bens de luxo de expandir e assumir o controle direto de seu segmento de beleza e cosméticos e avançar para o segmento de fragrâncias de alta qualidade, onde as rivais Hermès International e LVMH Moët Hennessy Louis Vuitton SE têm apresentado forte desempenho.

As ações da Kering subiram 5,5% no início do pregão desta segunda-feira (20). As ações subiram 87% desde que Luca de Meo foi nomeado CEO da empresa em 16 de junho. A ação da L’Oréal subiu 1,4%, elevando seu ganho para 9% nos últimos 12 meses.

“Embora a reviravolta da Kering seja uma surpresa, apreciamos o poder de fogo da L’Oréal no crescimento de licenças de beleza”, disse Thomas Chauvet, analista do Citi.

A negociação entre Kering e L’Oréal é o primeiro movimento estratégico significativo sob o comando de De Meo, que assumiu oficialmente o cargo em setembro, substituindo François-Henri Pinault após uma série de alertas de lucro no grupo de luxo fundado por seu pai, François Pinault.

Os Pinaults continuam sendo os acionistas majoritários da Kering, com 42% de participação e 59% dos direitos de voto.

Embora De Meo deva revelar sua estratégia no ano que vem, ele está se movimentando rapidamente para tentar reformular as operações da empresa. Desde que assumiu, ele visitou lojas e fábricas e se reuniu com as equipes de negócios e criação.

A Kering enfrenta uma queda na demanda chinesa e a ameaça de tarifas mais altas nos EUA. O alto endividamento do grupo também gerou ansiedade nos investidores, e De Meo já informou aos acionistas que suas principais prioridades incluem a redução de dívidas e custos. A dívida líquida da Kering aumentou 24%, para € 10,5 bilhões no final do ano passado.

Perfumes da L’Oréal

A L’Oréal é o maior grupo do mundo dedicado a cosméticos e beleza e obterá licenças de 50 anos para as marcas de perfumes da Kering.

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A licença para a Gucci entrará em vigor após o término do acordo atual com o grupo rival de perfumes e beleza Coty Inc., informaram as empresas.

A L’Oréal já detinha a licença da marca Yves Saint Laurent, da Kering, e fabrica o popular perfume Libre.

Em 2023, quando Pinault buscava expandir o braço de beleza, o CEO da L’Oréal, Nicolas Hieronimus, afirmou que não havia risco de que sua licença fosse retomada pela Kering.

Yves Saint Laurent é a segunda maior marca de moda da Kering, depois da Gucci.

“O acordo marca uma mudança estratégica significativa em termos das ambições da Kering no segmento de beleza”, disse Piral Dadhania, analista da RBC Capital Markets. “Um retorno ao licenciamento de beleza exigiria menos capital, menos direcionamento operacional e, sem dúvida, uma margem maior, embora, em nossa opinião, tenhamos que compartilhar a economia com o parceiro de licenciamento.”

“O acordo ajudará a reduzir o endividamento da Kering e é mais uma prova de que o novo CEO Luca De Meo está analisando todos os aspectos do negócio”, disse Dadhania.

Foto: Getty Images

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