Negócios
Lucro da XP fica estável no 2º tri, mas margens recuam
Resultado de R$ 1 bilhão representou avanço de 1% sobre um ano antes.
A plataforma de investimentos XP teve lucro praticamente estável no segundo trimestre na comparação com um ano antes, refletindo o crescimento mais moderado da captação de novos recursos de clientes, num ambiente de mercado de capitais mais instável.
A companhia anunciou nesta terça-feira (9) lucro de R$ 1,046 bilhão de abril a junho, avanço de 1% sobre um ano antes e de 6% na base sequencial.
A receita líquida da XP no período, de R$ 3,429 bilhões, foi 14% maior em um ano, refletindo a contínua expansão da base de clientes e também do volume captado. A plataforma fechou junho com 3,629 milhões de clientes ativos, 16% mais em 12 meses.
No fim do primeiro semestre, o volume de recursos sob custódia da XP era de R$ 846 bilhões, 4% a mais em um ano e 3% menor na comparação sequencial, o que a companhia atribuiu à queda recente no valor nominal dos investimentos em ações.
A captação líquida no trimestre, de R$ 43 bilhões no trimestre, foi 43% menor do que um ano antes. Em termos ajustados, a queda foi de 6%.
‘Bear market’
“A gente vai crescer diferente num ‘bear market’ (mercado em baixa) do que num ‘bull market’ (mercado em alta)”, resumiu o diretor financeiro da XP, Bruno Constantino, em teleconferência com jornalistas.
Segundo o executivo, um cenário de juros mais altos como o atual tende a moderar o apetite de investidores por diversificação de aplicações, preferindo se manter em ativos mais conservadores como os oferecidos por grandes bancos.
“A tendência a mexer nas aplicações é menor”, disse ele.
De acordo com Constantino, linhas de negócios que têm consumido maiores investimentos da XP recentemente, como de conta digital, cartão de crédito, plataforma de investimento nos EUA, ativos digitais, devem começar a ganhar tração a partir de 2023, contribuindo para alavancar as receitas da empresa.
O resultado operacional da XP medido pelo lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado no trimestre foi de 1,215 bilhão de reais, queda de 2% ano a ano, com a margem encolhendo 5,9 pontos percentuais, a 35,4%.
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