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Lucro do Santander deve despencar no 1º tri; Itaú é possível destaque

Analistas do UBS e XP projetam resultado pelo menos 46% pior frente 1 ano antes para braço do grupo espanhol.

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Primeiro grande banco brasileiro a divulgar seu balanço do 1º trimestre de 2023 nesta terça-feira (25), o Santander Brasil (SANB11) deve voltar a apresentar números decepcionantes, em contraste com Itaú Unibanco (ITUB4), apontado como possível destaque positivo da temporada.

É o que preveem analistas do setor frente a um ano antes – embora as projeções mostrem uma ligeira recuperação do braço do grupo espanhol frente aos três últimos meses de 2022 – período em que grandes bancos brasileiros foram fortemente impactados por provisões relacionadas às dívidas da Americanas (AMER3).

Logotipo do Santander em agência do banco no Rio de Janeiro. 29/4/2019. REUTERS/Sergio Moraes

Os analistas da XP Investimentos Bernardo Guttmann e Matheus Guimarães escreveram em relatório que, apesar de esperarem um aumento de 11,6% na carteira de crédito do Santander frente um ano antes, a margem financeira (NII) deve continuar pressionada, com uma queda da ordem de 10%, com menores receitas de atividades de mercado.

Santander: pior que 1 ano antes, melhor que no 4º tri

Segundo a XP, o Santander deve apresentar um aumento na taxa de inadimplência, para 4,5%, “mas ainda em níveis controlados e com um índice de cobertura saudável”. “Isso deve resultar em um lucro líquido recorrente de R$ 2,1 bilhões no trimestre (queda de 46% frente um ano antes, mas alta de 27% frente ao quarto trimestre), implicando um ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) de 13,6%”, prevêem os analistas.

Para os analistas Tiago Batista e Olavo Arthuzo, do banco UBS, o Santander deve apresentar “resultados nebulosos”, com provisões anormais. O time de research projeta um lucro recorrente de R$ 2,0 bilhões no trimestre – resultado 15% abaixo do consenso do mercado (de R$ 2,3 bilhões) e queda de 50,8% frente o mesmo período do ano anterior.

No primeiro trimestre de 2022, o Santander divulgou um lucro recorrente de R$ 4,004 bilhões, enquanto o lucro gerencial foi de R$ 3,1 bilhões. As provisões para perdas com empréstimos aumentaram em meio a taxas de juros mais elevadas em meio ao caso Americanas, o que pressionou a margem do banco.

Itaú é apontado como destaque positivo entre bancos

Enquanto os analistas do UBS vêem o resultado de Santander como uma possível decepção entre o setor bancário, eles enxergam Itaú Unibanco como um dos prováveis destaques positivos entre os bancos no período. A dupla de especialistas espera que o maior banco privado do país apresente números mais robustos no primeiro trimestre. A divulgação de resultados está prevista para 48 de maio, após o fechamento do mercado.

Crédito: Adobe Stock

“Acreditamos que os resultados do 1º trimestre do Itaú podem mostrar um crescimento sequencial considerável dos lucros, com uma potencial surpresa positiva na qualidade dos ativos”, disse o UBS, que projeta um lucro recorrente de R$ 8,1 bilhões para o banco – alta de 6% frente ao trimestre anterior e de 10,5% em relação ao primeiro trimestre de 2022.

O time de research da XP, por sua vez, projeta um lucro líquido recorrente de R$ 8,3 bilhões para o Itaú, aumento de 13% ante o ano anterior.

“Esperamos que o Itaú Unibanco apresente outro trimestre de forte crescimento em sua carteira de crédito, impulsionado mais uma vez pelas linhas de crédito relacionadas ao consumo. Além disso, antecipamos um aumento marginal na inadimplência, atingindo um nível ainda saudável de 3,6% e um índice de cobertura estável”

time de research da XP

Outros bancos

Para Banco do Brasil (BBAS3), cujo resultado deve ser divulgado no dia 15 de maio, a XP espera um lucro líquido de operações contínuas de R$ 8,1 bilhões no primeiro trimestre – alta de 23% contra o mesmo período do ano anterior, citando como possível destaque o aumento de sua carteira de crédito, especialmente na modalidade rural.

Já para Bradesco (BBDC4), a expectativa da XP é de queda de 46% no lucro recorrente do primeiro trimestre, para R$ 3,6 bilhões, com expectativa de ligeiro aumento da inadimplência frente ao ano anterior, embora melhor que no trimestre imediatamente anterior. O banco divulga seus números no dia 4 de maio.

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