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Mercado de capitais inicia 2024 com força, mas juro americano traz nebulosidade, diz BR Partners

Empresa tem lucro líquido recorde de R$ 49 milhões no primeiro trimestre

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Foi um trimestre bastante positivo para o mercado de capitais – e a BR Partners surfou o bom momento. A empresa registrou um lucro líquido de R$ 49 milhões nos três primeiros meses do ano, o melhor resultado da sua história. Resultado viabilizado pela queda da inflação e da Selic, que estimulou mais negócios de fusões e aquisições e também de emissão de dívida pelas companhias.

Segundo o CEO e fundador da BR Partners, Ricardo Lacerda,  2024 começou com um cenário muito positivo, diferentemente do que se viu no início do ano passado. Em grande medida, por causa da redução dos juros – que abriu espaço para desalavancagem das empresas para mais atividade no mercado de capitais.  Mas a perspectiva de que o juro americano permaneça alto por um período maior e a piora do cenário fiscal podem esfriar esse movimento.

“Continuamos otimistas, o momento do mercado ainda é bom, mas houve alguma frustração das expectativas, que eram muito positivas para o ano”, afirma Lacerda.  Isso significa que a volta das ofertas primárias de ações (IPOs), por exemplo, deve ser mais uma vez adiada.

No primeiro trimestre, a receita líquida do BR Partners ficou em R$ 137,6 milhões, 10,7% acima do que se viu no quarto trimestre de 2023, e  35,5% superior ao registrado em igual período do ano passado. Foi também a maior receita desde o IPO da empresa, em 2021.

Já o ROE (retorno sobre patrimônio líquido) ficou em 24%. O banco de investimento e o mercado de capitais tiveram, juntos, receita de  R$ 77,7 milhões,  alta de 2,9% na comparação com o quarto trimestre e de de 68,6% em comparação a igual período de 2023.

A BR Partners atuou na assessoria na venda da participação da Cemig na Aliança Energia para a Vale, negócio de R$ 2,7 bilhões, n a assessoria para o follow-on do GPA e na assessoria da compra da Amil  por José Seripieri Júnior, por R$ 11 bilhões.

Segundo Vinicius Carmona,  diretor de relações com investidores da BR Partners, não se espera uma mudança de ritmo de negócios no curto prazo. Mas a prospecção de negócios futuros pode ser afetada. “Nenhuma transação parou, mas aquele céu azul que víamos no início do ano voltou a ficar nublado”, afirma.

Se as ofertas de ações devem ficar para depois, o mercado de dívida continua bastante aquecido, diz o executivo. Mas o que se percebe, segundo ele, é que boa parte dessas operações não é pautada por investimento nas empresas, mas como forma de compor o fluxo de caixa ou reestruturação do perfil da dívida.

No balanço do primeiro trimestre, a empresa divulgou um novo indicador de eficiência: a receita líquida/managing director. Segundo Lacerda, a inclusão dessa informação era uma demanda dos investidores estrangeiros.  A métrica, muito comum entre os bancos de investimento americanos, ficou em R$ 9,7 milhões neste trimestre. Segundo Carmona,  a média de bancos de investimento americanos é de cerca de US$ 2 milhões, em linha com o número da BR Partners.

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