MercadoLibre Inc., a gigante de e-commerce e pagamentos da América Latina - dona do Mercado Livre no Brasil - está dobrando seu crescimento no México e anuncia planos de investir um recorde de US$ 3,4 bilhões no país este ano.
Os recursos, que representam um aumento de 38% em relação aos US$ 2,5 bilhões investidos em 2024, serão usados para desenvolver a capacidade logística da empresa e sua marca, bem como para impulsionar os ecossistemas tecnológicos e financeiros do México, disse o chefe do país MercadoLibre, David Geisen, a repórteres na sexta-feira.
“Estamos operando no país há mais de 25 anos e decidimos priorizar o México, agora nosso segundo maior mercado na região”, disse Geisen na coletiva de imprensa diária da presidente Claudia Sheinbaum na Cidade do México.
A empresa já tem 25.000 funcionários no país e planeja contratar mais 10.000 este ano — em logística, fintech, vendas e administração.
O MercadoLibre superou as expectativas no quarto trimestre e registrou um lucro líquido recorde de US$ 639 milhões, em comparação com a estimativa mediana de US$ 406 milhões.
Crescimento da logística
Assim como em 2024, a maior parte do investimento será gasta no segmento de logística do negócio de comércio eletrônico, disse Geisen. Os recursos serão usados para aumentar a capacidade de armazenamento de itens maiores e mais pesados, como TVs grandes, eletrodomésticos, bicicletas, móveis pequenos e peças automotivas, acrescentou. A empresa também está investindo em mais armazéns e aumentando a capacidade em galpões lógisticos recentemente inaugurados.
Como parte de sua pegada logística, o MercadoLibre tem 12 centros de distribuição no México, quatro aviões de carga, 100 instalações de logística de última milha e quase 1.000 vans de entrega elétricas, acrescentou Geisen.
Em meio às ameaças dos EUA de possíveis tarifas sobre produtos mexicanos — uma possibilidade que foi adiada para 2 de abril pelo presidente Donald Trump após conversas ao longo da semana — Geisen disse que a empresa ainda não havia notado mudanças no comportamento do consumidor que busca estocar compras de produtos estrangeiros.
Mesmo em meio a um peso mexicano mais fraco que provocou uma queda nas vendas de eletrônicos, o crescimento do e-commerce no país foi de 29% no quarto trimestre em relação a igual período do ano anterior, acrescentou.
Fintech
A empresa, que no ano passado deu início ao processo para obter uma licença bancária no México, continua trabalhando dentro das expectativas iniciais de tempo para o processo, disse Geisen.
Enquanto isso, a empresa está observando um rápido crescimento nas solicitações de cartões de crédito, empréstimos pessoais e na adoção de suas máquinas de pagamento em pontos de atendimento.