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Milan e Internazionale deixam rivalidade de lado e compram juntos estádio por US$ 226 milhões

A construção do novo estádio e o projeto de regeneração urbana para o bairro de San Siro representam um novo capítulo para a cidade de Milão e para ambos os clubes

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Os clubes italianos de futebol Milan e Internazionale anunciaram nesta quarta-feira (5) a compra conjunta do estádio San Siro, em Milão. Os rivais italianos unirão forças para construir um novo estádio e revitalizar a área ao redor. Eles pagaram US$ 226 milhões pela propriedade, segundo a prefeitura da cidade.

A venda representa um marco para o futebol. Os principais clubes do país estão tentando obter o controle de seus estádios para gerar receita adicional e desenvolver suas instalações existentes. Tanto o Milan quanto a Inter de Milão mandam seus jogos no San Siro, que tem capacidade para mais de 75.000 torcedores.

Nos últimos anos, ambos os times rivais foram adquiridos por empresas de investimento americanas, após seus antigos proprietários familiares — a família Berlusconi, do Milan, e a família Moratti, da Inter de Milão — deixarem o negócio dispendioso.

A Oaktree Capital Management assumiu o controle da Inter de Milão em 2024, após a antiga proprietária, Suning.com, deixar de pagar um empréstimo. Sob a gestão da Oaktree, o clube conseguiu registrar seu primeiro lucro em 15 anos. O Milan foi adquirido pela RedBird Capital Partners, de Gerry Cardinale, em 2022, do fundo de hedge Elliott Management, em um negócio que avaliou o clube em 1,2 bilhão de euros.

San Siro

Inaugurado em 1926 com o clássico Milan-Inter, o San Siro é apelidado de “La Scala del Calcio”, em referência ao teatro La Scala de Milão. Foi construído seguindo o modelo dos estádios ingleses. Adquirido pela cidade em 1935, o estádio não acompanhou o ritmo das instalações utilizadas por clubes ingleses, espanhóis e alemães.

A construção do novo estádio e o projeto de regeneração urbana para o bairro de San Siro representam um novo capítulo para a cidade de Milão e para ambos os clubes. Este marco estratégico reflete a ambição compartilhada do Milan e da Inter, bem como de seus respectivos proprietários, a RedBird e fundos administrados pela Oaktree, por sucesso esportivo a longo prazo e investimentos que agreguem valor e apoiem o crescimento sustentável dos clubes.

Os clubes confiaram o projeto e o desenvolvimento do novo estádio de padrão internacional e o plano diretor para a área circundante. O estádio atenderá aos mais altos padrões internacionais e visa se tornar um novo ícone arquitetônico para a cidade de Milão. Como parte do projeto, será também criado um novo centro de excelência, que refletirá a vocação desportiva e cultural que define o bairro de San Siro e toda a cidade, ao mesmo tempo que redefinirá o espaço urbano através da inovação, sustentabilidade e acessibilidade.

A transação, concluída através da Stadio San Siro, contou com o apoio financeiro das instituições bancárias internacionais Goldman Sachs e J.P. Morgan, como co-líderes da operação, e dos parceiros bancários dos Clubes, Banco BPM e BPER Banca.

A venda do estádio precisava de estar concluída antes de 10 de novembro, data em que o segundo anel do estádio — concluído há 70 anos nesse dia -, passaria a ter enquadramento legislativo histórico, o que impossibilitaria uma demolição.

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