As duas concessionárias vão dividir o controle da Inovap, dona da plataforma PedagioDigital, passando a deter 50% cada, em uma operação sujeita à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
O objetivo da colaboração é acelerar a adoção do free flow na malha concedida, com ferramentas tecnológicas que atendam às exigências regulatórias dos contratos e ampliem a interoperabilidade entre diferentes concessionárias. A ideia é permitir que motoristas paguem pedágios eletrônicos de forma integrada, independentemente da operadora responsável pelo trecho rodoviário.
O movimento acontece num momento em que o governo federal prepara um novo ciclo de concessões de rodovias, com 14 projetos previstos e cerca de R$ 158 bilhões em investimentos. Segundo relatório do BTG Pactual.
No documento, o plano federal combina ativos de rodovias e ferrovias “sob um arcabouço de política mais unificado e padronizado” e é sustentado por um ambiente “mais maduro” do ponto de vista regulatório e contratual. A nova regra do jogo para disputar concessões inclui, cada vez mais, metas de tecnologia, fluidez e integração entre sistemas de cobrança.
Enquanto o governo tenta padronizar contratos e regras para acelerar o pipeline de concessões, Motiva e Ecorodovias se mexem para padronizar também a infraestrutura digital por trás da cobrança de pedágios.
O BTG afirma que o pipeline de 2026 deve atrair mais concorrentes justamente por combinar “abundância de projetos, contratos padronizados e um arcabouço regulatório mais maduro”, o que facilita a entrada de fundos globais e operadores regionais e faz com que a “tensão competitiva permaneça elevada, com leilões cada vez mais disputados por múltiplos players”.