Na Suzano, preços da celulose e das ações sobem – e a família Feffer agradece

Analistas apontam potencial valorização nas ações, o que levaria a uma alta no patrimônio da família Feffer

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A Suzano (SUZB3), maior produtora de celulose do mundo,  está promovendo seu terceiro aumento seguido no preço da celulose neste mês de março. A alta confirma as expectativas de analistas sobre o momento positivo de preço da celulose em 2025. E é a justificativa para muitos deles recomendarem as ações da empresa. 

Entre dez analistas que acompanham a Suzano, oito atualmente têm indicação de compra da companhia, enquanto dois estão neutros. O preço-alvo médio estimado por eles é de R$ 79,22 reais, uma valorização de cerca de 46% ante os R$ 54 atuais.

Se a alta se confirmar, vai engordar ainda mais o patrimônio da família fundadora da companhia, os Feffer. Atualmente, eles possuem 46,4% dos papéis da Suzano e , por conta dessa participação, acumulam um patrimônio de cerca de R$ 17 bilhões. Trata-se da quarta família mais rica do país, segundo o último levantamento da revista Forbes.

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Alta da celulose e aquisições

As altas consecutivas no preço da celulose por parte da Suzano refletem a forte demanda pela commodity nesse início do ano. E também por um gargalo na oferta, provocada pela paralisação não programada da chinesa Chenming Group. Segundo a Suzano, a cada mês que a papeleira fica parada, cerca de 200 mil toneladas de capacidade são retiradas do mercado.

Esse descompasso entre oferta e demanda no mercado global impõe desafios para as operações da Suzano. Isso porque a empresa já vem administrando um mercado bastante aquecido desde o fim do ano passado, e vai precisar fazer duas grandes paradas programadas nas suas fábricas de Três Lagoas (MS) e Ribas do Rio Pardo (MS).

Mas a alta de preço na celulose não é o único fator que tem levado analistas a recomendar os papéis. Eles também apostam que a Suzano fará novas aquisições em 2025 para buscar um crescimento inorgânico.

Os potenciais alvos estariam nos segmentos de celulose fluff (que é usada para produtos absorventes como fraldas e tapetes higiênicos), embalagens e papel tissue (usados em papéis higiênicos).

Em dezembro, a Bloomberg noticiou que a Suzano estudava fazer uma oferta pela Clearwater, terceira maior produtora de caixas de papelão da América do Norte. Em janeiro, a mesma agência de notícias afirmou que a Suzano é uma das interessadas na possível venda da unidade internacional de tissue da Kimberly-Clark. 

Se vierem, as aquisições vão acontecer depois de um 2024 já bem agitado. No ano passado, a companhia fez a aquisição de fábricas de embalagens nos Estados Unidos por US$ 100 milhões e começou a explorar o setor têxtil com a compra de parte da empresa austríaca Lenzing. 

A estratégia de crescimento da empresa está nas mãos do executivo Beto Abreu, que assumiu a presidência da empresa em julho de 2024 em substituição a Walter Schalka, que foi para o conselho de administração. Sob a nova direção, o plano é manter a estratégia traçada pela gestão anterior: buscar a internacionalização e a entrar em novos segmentos.

Analistas e a família Feffer, que atualmente tem integrantes no conselho de administração da companhia, aguardam as novidades. 

O InvestNews procurou a Suzano, mas a empresa não concedeu entrevista. 

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