A Toky, dona da Mobly e da Tok&Stok, vai ganhar um novo acionista de referência. A Home24 acaba de informar que acertou a venda de sua participação de 42,7% na companhia.
O comprador é um grupo de gestoras de investimentos lideradas pela GTF Capital, de Rafael Ferri, que terá 18% do negócio. O restante da fatia ficou com Latache e DSK. A informação foi antecipada pelo Pipeline e confirmada pelo InvestNews.
Após assumir uma fatia relevante da empresa, Ferri está indicando o CFO da Minerva, Edison Ticle, como presidente do conselho. Ticle é colega de Ferri no conselho do GPA e deve ter o nome indicado em assembleia a ser convocada pela Toky.
Desde a fusão que levou à criação da Toky, os fundadores da Tok&Stok, Regis e Ghislaine Dubrule intensificaram a briga com a gestão da Mobly para voltar a comandar a empresa criaram ainda nos anos 70.
Na semana passada, segundo o Pipeline, os bancos Bradesco e Santander sinalizaram que poderiam aprovar um waiver para o caso de troca de controle na empresa varejista.
Segundo apurou o InvestNews, a negociação entre o grupo de investidores liderados por Ferri e a Home24 não envolveu a gestão da Toky. E até o momento a empresa não foi comunicada oficialmente sobre a venda.
Um controle disputado
Desde a fusão que levou à criação da Toky, os fundadores da Tok&Stok, Regis e Ghislaine Dubrule intensificaram a briga para voltar a comandar a empresa que fundaram.
Eles já tinham vendido o controle da empresa lá atrás, em 2012, para o fundo de private equity americano Carlyle, que foi absorvido pela gestora brasileira SPX em 2021.
A família nunca se conformou com o caminho que os novos gestores traçaram para a empresa. Hoje, a briga é com os fundadores da Mobly, que compraram em 2024 o controle da empresa que estava nas mãos da SPX.
Os Dubrule nunca viram vantagem no negócio. Tanto é que a Tok&Stok já teve a oportunidade de comprar a Mobly anos atrás, mas o casal nunca acreditou que a operação tinha valor. Ao contrário: para Regis, a união com a Mobly promovida no ano passado foi um “abraço de afogados”.
Regis e Ghislaine então passsaram a travar uma batalha contra os fundadores da Mobly – Victor Noda, Marcelo Marques e Mario Fernandes – com direito a ação judicial, vazamento de emails e até suspensão do pagamento de plano de saúde da família Dubrule.
Fim da novela?
Diante desse ambiente beligerante, dá para acreditar que que a surpreendente mudança da composição acionária da Toky foi uma boa notícia para o comando da companhia. Além do desgaste da relação entre os fundadores da Mobly e a Home24, o risco da empresa precisar realizar uma Oferta Pública de Ações – (OPA) agora ficou praticamente eliminado. É que nenhum dos novos sócios detém mais de 20% da empresa, condição que definiria essa exigência.