Negócios
‘Não, obrigado’: Hypera rejeita fusão com EMS e lança dúvida sobre governança da rival
Entre os motivos, empresa citou cultura e práticas de compliance “absolutamente distintas”
O conselho de administração da Hypera rejeitou a proposta de aquisição de ações e de combinação de negócios feita pela EMS, controlada pelo grupo NC Farma, de acordo com fato relevante divulgado nesta quinta-feira (24) pela farmacêutica.
“Após analisar a proposta, em conjunto com seus assessores externos, o conselho de administração deliberou, por unanimidade, rejeitá-la, sem dar início a tratativas quanto ao tema”, afirmou a empresa.
Entre os argumentos para a negativa à EMS, a Hypera citou que as empresas têm uma cultura organizacional e práticas de governança corporativa “absolutamente distintas”, uma vez que a Hypera é companhia aberta desde 2008, e a EMS uma empresa familiar de capital fechado.
A empresa alvo da aquisição também destacou que a proposta “subestima significativamente o valor” da empresa. A Hypera acrescentou que portfólio de produtos da EMS não está alinhado com os segmentos que avalia como estratégicos.
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Em fato relevante, a Hypera também afirmou que “lamenta” que a proposta tenha sido enviada à empresa ao mesmo tempo em que divulgada pela imprensa e com o pregão em curso, e que “zelará pelos interesses da companhia e dos seus acionistas” e pelo “cumprimento das normas aplicáveis ao mercado de valores mobiliários”.
A companhia reforçou que a administração segue focada na execução da estratégia de otimização de capital de giro, que tem “enorme potencial de geração de valor para seus acionistas de longo prazo”.
Histórico da negociação
Na última segunda-feira, a Hypera anunciou ter recebido da EMS uma oferta por até 20% das ações da companhia ao preço de R$ 30 o papel, visando a combinação dos negócios de ambas, o que criaria o maior laboratório farmacêutico do Brasil.
O anúncio ocorreu durante o pregão, fazendo com que as ações da Hypera, que desabavam naquele dia, mudassem de curso, fechando o dia em alta de 1,91%, a R$ 26,16.
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Antes, naquele mesmo dia, os papéis chegaram a tombar mais de 17% na esteira da repercussão de dados preliminares do terceiro trimestre e uma nova política de prazo de pagamentos concedido a clientes a fim de otimizar o capital de giro.
Na quarta-feira (23), as ações fecharam em baixa de 2,81%, a R$ 27,32.
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