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Novo CEO da Boeing enfrenta desafios para restaurar prestígio da fabricante

Kelly Ortberg precisará formar sua própria equipe de liderança antes de iniciar uma ampla reorganização na companhia

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O próximo líder da Boeing, Kelly Ortberg, enfrenta uma montanha de desafios em sua missão: restaurar o prestígio perdido da fabricante de aviões dos EUA após anos de tropeços operacionais e perdas financeiras.

Entre as primeiras tarefas do novo CEO da Boeing estão: evitar uma potencial greve paralisante em setembro e reorientar uma equipe executiva que tem estado isolada do chão de fábrica por camadas de gestão. Ortberg precisará formar sua própria equipe de liderança antes de iniciar uma ampla reorganização, disse o analista Ken Herbert, da RBC Capital Markets, em uma entrevista.

Não há muito tempo para o novo CEO se adaptar, com reguladores exigindo uma reviravolta nas operações, clientes clamando por aviões atrasados e a rival Airbus buscando expandir sua liderança de mercado.

Ortberg pretende se basear em Seattle, embora a sede corporativa da empresa permaneça em Arlington, Virgínia, segundo uma pessoa familiarizada com o assunto. Isso faria dele o primeiro CEO da Boeing em décadas a trabalhar perto de seu centro de fabricação comercial.

“Há muito trabalho a ser feito”, disse Ortberg em seus primeiros comentários públicos após ser nomeado na quarta-feira (31).

Aqui estão alguns dos maiores desafios que aguardam Ortberg quando ele assumir o cargo em 8 de agosto:

Reiniciar a cultura da empresa

Reorientar a tomada de decisões para longe de uma abordagem onde o custo supera quase tudo é uma prioridade para Ortberg, mas difícil de alcançar. No entanto, ele tem um bom histórico. Na Rockwell Collins, empresa que ele dirigiu na última década, Ortberg “escreveu o livro sobre ‘capitalismo equilibrado’ — cuidando dos funcionários, clientes, fornecedores, da comunidade local e dos acionistas”, disse Kevin Michaels, consultor que já trabalhou com Ortberg e o conhece desde os anos 1990.

Aumentar as taxas de produção

A Boeing está gradualmente aumentando a produção em suas fábricas de jatos comerciais, após um quase desastre com um 737 Max em janeiro que expôs falhas em seus controles de qualidade. A rapidez com que a empresa retornará aos níveis pré-pandemia depende de quão rapidamente Ortberg e sua equipe podem reconstruir a confiança dos reguladores que impuseram um limite à produção de narrowbody e de quão rápido os fornecedores da Boeing podem superar suas próprias faltas de mão-de-obra e materiais.

Conquistar reguladores

Ortberg provavelmente terá um monitor corporativo independente observando suas ações durante a maior parte de seu tempo como CEO, consequência de um acordo com o Departamento de Justiça que ainda precisa ser aprovado por um juiz federal. E inspetores da Administração Federal de Aviação continuarão a percorrer as fábricas da Boeing. A agência, que também enfrenta críticas de legisladores por não ter detectado problemas de qualidade na Boeing anteriormente, deixou claro que a fabricante de aviões tem um longo caminho a percorrer para provar que suas práticas de segurança estão à altura.

Começar a gerar caixa

Restaurar a produção do 737 e do 787 Dreamliner é crucial para reabastecer os saldos de caixa rapidamente esgotados da Boeing. A empresa tinha apenas US$ 12,6 bilhões em caixa e títulos negociáveis no final do segundo trimestre — apesar de ter levantado US$ 10 bilhões em dívidas no início do período de relatório. A drenagem de caixa deve continuar no terceiro trimestre e ser maior no ano completo do que a Boeing esperava anteriormente

Integrar a Spirit AeroSystems

A equipe de Ortberg será responsável por completar um acordo complexo para assumir seu antigo campus em Wichita, Kansas, que fabrica componentes estruturais chave para o 737 Max e outros jatos. Estreitar laços com o CEO da Spirit, Pat Shanahan, que era considerado por Wall Street como um dos principais candidatos ao cargo máximo da Boeing, também será fundamental para uma integração tranquila.

Fazer movimentos mais ousados

Como recém-chegado, Ortberg tem liberdade para estudar grandes iniciativas estratégicas que podem rapidamente reparar o balanço patrimonial da empresa. Isso inclui vender ações para levantar dinheiro e reduzir a dívida de US$ 57,9 bilhões da Boeing, além de desmembrar ou vender negócios. Alguns candidatos à desinvestimento sugeridos ao longo dos anos incluem a unidade espacial problemática da Boeing e outra que estoca peças de aeronaves.

Lançar um substituto para o 737

A Boeing não lançou um programa de desenvolvimento de avião totalmente novo desde o 787 Dreamliner, o widebody de carbono que entrou no mercado anos atrasado em 2011. Ortberg precisará reunir os recursos financeiros e de engenharia para uma família de aeronaves que eventualmente substituirá o 737 Max. Complicando a tarefa: tomar decisões sobre uma nova geração de propulsão, como ventiladores de rotor aberto, e inovações aerodinâmicas para economizar combustível.

Encontrar um sucessor

Aos 64 anos, Ortberg precisará se concentrar em montar a próxima geração de líderes enquanto endireita o navio. Stephanie Pope, a recém-nomeada chefe da divisão comercial da Boeing, emergiu como uma força estabilizadora durante a turbulência deste ano. As mudanças de gestão que o novo CEO fizer, e o talento que ele atrair para a Boeing, podem influenciar se a estrela dela continuar a brilhar.

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