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NTS investirá R$ 12 bi no Brasil em 8 anos para ampliar gasodutos e estocar GNL
Esses são os primeiros grandes investimentos da NTS, controlada pela Brookfield, desde que a transportadora de gás foi comprada junto à Petrobras, há cerca de cinco anos.
A operadora de gasodutos Nova Transportadora do Sudeste (NTS) pretende investir R$ 12 bilhões nos próximos oito anos em projetos que incluem estocagem de gás natural liquefeito (GNL) e ampliação da capacidade de transporte dos seus dutos, para atender a crescente produção do pré-sal, informou a companhia nesta sexta-feira (23).
Esses são os primeiros grandes investimentos da NTS, controlada pela Brookfield (B1AM34), desde que a transportadora de gás foi comprada junto à Petrobras (PETR3 e PETR4), há cerca de cinco anos. Eles ocorrerão em momento em que o país, já com um novo marco legal, busca ampliar a oferta do insumo até como forma de lidar com conjunturas de escassez global, como a atual.
Os aportes da NTS serão destinados a projetos de estocagem de GNL no Estado do Rio de Janeiro, que terão como principal objetivo atender ao mercado termelétrico. A ampliação da capacidade do gasoduto Campinas-Rio também receberá montantes relevantes.
“Se observarmos, os países europeus com estoque de GNL estão em uma situação muito melhor que a dos que não têm. Então, estamos desenvolvendo um ‘storage’ para um setor que demanda agilidade no despacho e, ao mesmo tempo, segurança”, disse o CEO da NTS, Erick Pettendorfer, citando o contexto de escalada dos preços em função da guerra entre Ucrânia e Rússia, que apertou o mercado global do produto.
O executivo afirma que, embora a realidade da matriz elétrica brasileira seja diferente da europeia, o país carece de soluções logísticas que não o deixem à mercê das oscilações no mercado spot para atender a uma eventual demanda interna atípica, como aconteceu durante a crise hídrica de 2021.
“A termelétrica faz a normalização da geração e é muito importante para a manutenção dos reservatórios de água (das usinas hidrelétricas)”, disse Pettendorfer.
Já o aumento da capacidade de transporte se refere a uma adição de 10 milhões de metros cúbicos/dia, por meio do que o executivo chama de “corredor pré-sal”, que atenderá a novos produtores que venham a atuar na área, além da Petrobras, com a qual a NTS possui cinco contratos de fornecimento.
“Com isso, nós vamos colocar na Replan 25 milhões de metros cúbicos em vez de 15 milhões”, disse Pettendorfer, referindo-se à estação da Refinaria de Paulínia, na qual o Campinas-Rio se encontra com o Gasoduto Bolívia Brasil (Gasbol).
“No nosso planejamento estratégico, olhamos a manutenção do fornecimento de gás principalmente para São Paulo e para o Sul do Brasil ao longo dos próximos 10 anos. Esse ‘corredor’ será a oportunidade para os players do pré-sal colocarem o seu produto”, afirmou.
O pacote de investimentos inclui também a construção de uma estação de compressão em Japeri (RJ), cujo projeto já foi iniciado pela NTS, também com o objetivo de aumentar a capacidade de saída de gás da Replan.
Responsável pelo transporte de 50% do gás natural consumido no Brasil, a NTS conta com uma rede de 2.048 km de gasodutos, que ligam os Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo ao Gasbol, ao gasoduto da transportadora TAG, aos terminais de GNL e às plantas de processamento de gás.
Além da Brookfield, a empresa é detida pela Itaúsa, British Columbia Investment Management Corporation (BCi), o CIC e o GIC, fundos da China e Cingapura, respectivamente.
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