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Nubank troca trabalho remoto por dois dias presenciais por semana a partir de 2026

David Vélez diz que “a inovação não acontece de casa” e busca mais colaboração entre os 9.500 funcionários

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O Nubank vai aumentar a quantidade de dias que a maior parte de seus funcionários terão de trabalhar presencialmente, em um movimento para acelerar a tomada de decisões diante do crescimento da força de trabalho e das perspectivas para o negócio.

A partir de julho, funcionários da empresa em todo o mundo terão de ir para o escritório duas vezes por semana, número que aumentará para três a partir de janeiro de 2027. Cerca de 70% dos quase 9.500 funcionários do Nu estarão no novo regime, com exceções para algumas áreas ou em casos específicos.

“A nossa conclusão depois de alguns anos conversando sobre como fazemos o nosso trabalho é que faz muita falta passar mais tempo no escritório”, disse o cofundador e CEO do Nubank, David Vélez, em uma entrevista. “A comunicação é muito mais complexa em um mundo 100% virtual. E está claro que a inovação não acontece de casa.”

Desde a pandemia da Covid-19, o banco digital, que tem sede em São Paulo, permite que os funcionários passem 93% do período de trabalho em regime remoto. O negócio teve um salto neste período, passando de 59 milhões para mais de 122 milhões de clientes.

A oferta pública inicial (IPO) na Bolsa de Nova York, em 2021, fez o Nubank se tornar uma das empresas financeiras mais valiosas da América Latina. Embora as posições do pódio mudem com frequência, o Nubank atualmente detém a liderança, após ultrapassar o valor de mercado do Itaú Unibanco.

No entanto, há custos “invisíveis” decorrentes de um ambiente de trabalho remoto, disse Vélez em um memorando interno que foi enviado aos funcionários na quinta-feira e visto pela Bloomberg News. A presença mais frequente no escritório pode ajudar a operação a ganhar velocidade, disse.

“Aprendemos que a capacidade de comunicação encolhe drasticamente em uma configuração remota”, disse Vélez no comunicado. “Voltar ao escritório por alguns dias todas as semanas recalibra a urgência, a coordenação e a priorização — eliminando handoffs e burocracia.”

A nova política do Nubank é mais próxima à adotada pelos bancos brasileiros, que também têm mantido os funcionários em regimes híbridos de trabalho com dois ou três dias de trabalho em casa por semana. A quantidade de dias no escritório no setor aumentou desde 2022, mas ainda contrasta com o esforço de muitos bancos americanos para levar os funcionários de volta aos escritórios cinco dias por semana. Vélez afirmou que o Nubank desenhou o novo modelo a partir de experiências do setor financeiro e também de outros.

David Velez, CEO do Nubank. Fotógrafo: Jonne Roriz/Bloomberg

O banco digital vai oferecer um auxílio para realocação aos funcionários que precisarem se mudar, e também vai expandir os escritórios em São Paulo, Cidade do México e Bogotá, além de abrir espaços em Campinas, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Buenos Aires, Miami, Palo Alto e a região de Washington DC nos EUA também terão novos escritórios. Vélez afirmou que os locais foram escolhidos de acordo com as regiões em que os funcionários estão, ou onde o Nubank pode contratar mais pessoas conforme segue crescendo.

O Nubank entrou com um pedido para uma licença bancária nacional nos EUA, como parte de um plano para atingir latinoamericanos expatriados mas também americanos insatisfeitos com os bancos em que têm conta. Além disso, está expandindo os negócios no México e na Colômbia, e oferecendo mais crédito e produtos para clientes de alta renda no Brasil.

“Estamos dando os primeiros passos de expansão internacional”, disse Vélez na entrevista. “Anunciamos o pedido de licença nos Estados Unidos, e estamos pensando nos próximos cinco, dez anos, e em como conseguimos nos reorganizar para aumentar nossa performance.”

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