A joalheria dinamarquesa Pandora está avaliando possíveis aumentos de preços nos EUA devido às tarifas mais altas impostas pelo presidente Donald Trump, de acordo com o CEO da empresa, Alexander Lacik.
“Todas as empresas do segmento de joias acessíveis importam materiais de algum lugar da Ásia, onde há diferentes graus de tarifas”, disse Lacik nesta sexta-feira (15). “Embora a extensão dos aumentos de preços ainda não estejam claros, o consumidor americano terá que pagar a conta”, acrescentou.
O CEO se junta a outros executivos no alerta sobre preços mais altos para compensar o impacto das tarifas. As empresas americanas foram as que mais sofreram até agora, mas o ônus será cada vez mais repassado aos consumidores, disseram economistas do Goldman Sachs na semana passada.
Pandora: fabricação na Tailândia
A Pandora, fabricante de pulseiras de berloques, tem sofrido pressão devido à queda nos gastos do consumidor devido à incerteza econômica, com as políticas comerciais dos EUA agravando as preocupações. A empresa dinamarquesa fabrica quase todas as suas joias na Tailândia, país afetado por impostos americanos de 19%.
No geral, a exposição da Pandora aos EUA é menor do que a de muitas concorrentes, com o país respondendo por cerca de um terço da receita.
Ainda assim, a empresa também enfrenta uma demanda mais fraca do que o esperado em seus principais mercados na Europa, de acordo com seus resultados do segundo trimestre divulgados na sexta-feira, o que levou as ações a caírem até 14%, estendendo a queda deste ano para mais de 30%.
“Apenas um terço do meu negócio é nos EUA, e dois terços são no exterior, então, se todos nós tivermos que arcar com um aumento de preço de 10%, por exemplo, eu poderia escolher ficar com 3,5% nos EUA e globalmente, enquanto os outros teriam que ficar com todos os 10% nos EUA”, disse Lacik.