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Pipefy quer ser a Havaianas da inteligência artificial

Com faturamento de US$ 40 milhões, empresa vê crescer demanda por soluções para falta de eficiência nos processos

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Você é o responsável pelos reembolsos das despesas dos executivos de uma grande  empresa.  E a regra proíbe que o consumo de bebidas alcoólicas seja pago. Imagine o tempo que você vai gastar na checagem de cada uma das centenas de notas que passam pelo seu departamento. Sem falar no risco – ou melhor, probabilidade – de falhas no controle.

Em vez disso, você pode recorrer a uma ferramenta de inteligência artificial que faça essa verificação e já bloqueie o processo caso o gasto com bebida esteja discriminado, ou se o valor da nota estiver acima do tíquete médio daquele estabelecimento.

Esse é um exemplo do que as empresas estão procurando: soluções que eliminem gargalos do cotidiano dos departamentos, que tenham um impacto concreto e consistente. E é nisso que a Pipefy,  plataforma de automação de processos, está apostando. “As empresas entenderam que a inteligência artificial vai mudar a vida de todos. Existe uma corrida para entregar resultados. Uma corrida por respostas imediatas”, afirma Alessio Alionço, CEO e fundador da Pipefy.

Pequenas fraudes ou falta de eficiência são fatores que drenam uma grande quantidade de recursos. E elas podem estar por toda a parte: no departamento de compras, nos balcões de atendimento, no RH ou mesmo nas áreas de analytics. “Há casos em que a empresa tem um ótimo banco de dados, mas não conta com ferramentas para extrair as informações de lá”, diz.

Os gestores entenderam que podem corrigir essas falhas por meio de inteligência artificial, mas ainda não estão treinados para isso. “Estão buscando respostas com impacto imediato, e pressionam a área de TI, porque muita gente prometeu mas não conseguiu entregar”, conta. “Para nós, é uma oportunidade de sermos a Havaianas da inteligência artificial”, diz, no sentido de oferecer soluções tão simples quanto eficazes.

A Pipefy nasceu em 2015, em Curitiba, mas foi “acelerada” nos Estados Unidos: recebeu em 2021 uma rodada de investimentos de US$ 75 milhões liderada pelo Softbank, com participação de Steadfast Capital Ventures, Insight Partners, e Redpoint. Ao todo, a empresa já contou com o aporte de US$ 138,7 milhões.

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Com o que Alionço chama de gestão diligente do caixa, a empresa alcançou o break-even em fevereiro, com uma margem free cash flow de 10%. E agora se prepara para fazer aquisições ainda neste semestre. A ideia, segundo Alionço, é encontrar startups que tenham produtos adjacentes ao que a plataforma já oferece. “A gente não quer empresas grandes demais, que tenham um legado de cultura ou de tecnologia. A gente quer empresas menores, cujos produtos tenham sinergia com os nossos”, afirma. 

A Pipefy teve receita líquida recorrente de  US$ 40 milhões em 2023 – cerca de 25% vieram do mercado americano. O Brasil responde por pouco mais da metade desse faturamento e o restante vem de outros mercados, pulverizados entre América Latina e Europa.

Alionço acredita que, em dois anos, essa proporção deve se inverter, e os EUA passem a responder por algo perto de 40% da receita – previsão que leva em conta a demanda mais aquecida entre companhias americanas pelos processos vendidos pela Pipefy. 

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