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Presidente do México turbina subsídios para atrair interessados no mercado dos EUA

Claudia Sheinbaum, presidente do México, fala durante uma entrevista coletiva no Museu Nacional de Antropologia na Cidade do México, México, na segunda-feira, 13 de janeiro de 2025.

A administração da presidente Claudia Sheinbaum oferecerá mais incentivos para as empresas que desejam transferir suas operações de fabricação para o México para ficarem mais próximas do mercado dos EUA, incluindo generosos incentivos fiscais, de acordo com um decreto presidencial.

O decreto oferece incentivos fiscais “para apoiar a estratégia nacional chamada ‘Plano México’, para fomentar novos investimentos, incentivar programas de treinamento duplo e impulsionar a inovação”, de acordo com a ordem que foi publicada no diário oficial na terça-feira.

O decreto permite deduções de até 91% para investimentos em ativos fixos, com benefícios maiores oferecidos até 2026. Os itens elegíveis incluem carros elétricos, vagões de trem, aviões para fumigação de plantações, torres de comunicação e até mesmo laptops. No período de 2027 a 2030, os cortes seriam ligeiramente reduzidos.

O segmento que terá as maiores deduções é o de “fabricação, montagem e transformação de componentes magnéticos para discos rígidos e cartões eletrônicos para a indústria de computadores”.

O decreto foi elaborado para se estender tanto às empresas mexicanas quanto às estrangeiras e se aplica a todos os setores da economia, disse Sheinbaum na semana passada durante a apresentação do “Plano México”, uma estrutura destinada a reduzir as importações do país da China em uma tentativa de apoiar a indústria local.

O valor máximo de deduções que as empresas poderão obter será de 30 bilhões de pesos (US$ 1,5 bilhão), de acordo com o documento. Um comitê de avaliação, composto por membros dos Ministérios das Finanças e da Economia, supervisionará o cumprimento das diretrizes do decreto a fim de “proporcionar transparência e certeza”.

As deduções fiscais permanecerão em vigor até 30 de setembro de 2030. O decreto prevê cortes adicionais se as empresas treinarem seus funcionários em instituições de ensino e pesquisa.Para se qualificar para esse benefício adicional, as empresas devem fornecer a seus funcionários conhecimentos técnicos ou científicos relacionados às suas atividades, de acordo com o documento.

O México não conseguiu desenvolver o nearshoring em sua capacidade total devido a limitações no fornecimento de acesso a serviços essenciais, como eletricidade e água. Ainda assim, o governo relatou US$ 36 bilhões de investimentos estrangeiros diretos em 2023, um aumento de 27% em relação ao ano anterior.

“É importante oferecer segurança aos investidores, promover a liquidez, gerar mais investimentos e desenvolvimento econômico”, de acordo com o decreto.

Política comercial

Sheinbaum procurou alinhar sua política comercial com os interesses dos EUA e do Canadá, países com os quais o México tem um acordo comercial conhecido como USMCA, que deverá ser revisado em 2026.

No entanto, após a vitória de Donald Trump em novembro, o relacionamento entre os três aliados foi abalado, especialmente pela promessa do presidente dos EUA de impor tarifas de 25% sobre os produtos do Canadá e do México se eles não contribuírem para conter a migração e o tráfico de drogas na maior economia do mundo.

Trump também expressou preocupação com o fato de a China, seu principal inimigo comercial, usar o México como porta dos fundos para enviar produtos baratos aos EUA, afetando os produtores locais.

Em uma ligação telefônica com Trump, Sheinbaum discutiu os esforços do México para conter a travessia da fronteira por migrantes sem documentos, bem como as apreensões de drogas. Ela também expressou confiança de que o relacionamento com os EUA – o principal parceiro comercial do México – será positivo e que o USMCA é a melhor maneira de competir comercialmente com a China.

Quando questionada sobre as ações de Trump após assumir o cargo, incluindo a declaração de uma emergência nacional na fronteira e a promessa de impor novamente tarifas ao México em 1º de fevereiro, Sheinbaum disse na terça-feira que é “importante sempre manter a cabeça fria e consultar as ordens assinadas além da retórica real”.

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