Exclusivo: Prio avança para concluir emissão de US$ 750 milhões em bonds nos próximos dias

Petroleira de Tanure avança com oferta de bonds para financiar aquisição bilionária junto à Equinor; operação estava em gestação desde março

A Prio está nos ajustes finais para emitir US$ 750 milhões em bonds no mercado internacional, apurou o InvestNews. A captação — que foi especulada em março, mas ganhou tração apenas nas últimas semanas — será usada para financiar a compra do campo de petróleo de Peregrino, adquirido da norueguesa Equinor em maio, em um negócio que pode chegar até US$ 3,5 bilhões.

Esta será a segunda emissão internacional da Prio. Em junho de 2021, a empresa levantou US$ 600 milhões em bonds com vencimento em 2026, pagando juros anuais de 6,125%. A nova captação amplia o acesso da companhia a investidores globais.

A Prio disse ao InvestNews que não comenta potenciais operações, mas que “monitora continuamente oportunidades de captação, tanto no mercado local quanto internacional, sempre em busca do menor custo de capital”. Recentemente, a empresa captou R$ 2,4 bilhões com a emissão de debêntures no mercado brasileiro.

O momento de mercado é considerada propício para emissões de empresas brasileiras no mercado internacional. Tanto é que, nos últimos meses, companhias como JBS, Gerdau, Raízen e até o Tesouro Nacional já levantaram mais de US$ 7 bilhões por meio da emissão de bonds no exterior. No primeiro semestre de 2025, o volume total de emissões por empresas brasileiras chegou a US$ 11,1 bilhões, maior marca trimestral desde 2014.

O que explica essa janela é uma forte demanda por títulos com retornos mais altos, como são os títulos de dívida de empresas emergentes. É que a perspectiva de corte de juros nos Estados Unidos a partir de setembro tem levado investidores internacionais a buscar ativos de crédito para “travar” retornos mais altos enquanto ainda é possível.

A transação com a Equinor envolve a aquisição dos 60% restantes do campo de Peregrino — os 40% anteriores foram comprados da chinesa Sinochem em 2024. Com isso, a petroleira assume controle total dos ativos, somando cerca de 202 milhões de barris em reservas e uma adição estimada de 60 mil barris por dia à sua produção, se transformando na quarta maior petroleira do Brasil.

A Prio é controlada por fundos ligados ao empresário Nelson Tanure, figura conhecida por suas apostas em empresas em transformação e sua atuação ativa na reestruturação de negócios.

Sob sua influência, a antiga PetroRio passou por uma virada estratégica ao focar na revitalização de campos maduros de petróleo, cortando custos e elevando margens — modelo que se mostrou altamente lucrativo com a escalada dos preços do petróleo nos últimos anos.

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