Proposta da Starboard pela Oncoclínicas enfrenta resistência no conselho, mas fundo mantém a esperança

Acordo entre acionistas deve barrar investida da Starboard na empresa oncológica

A proposta de aumento de capital apresentada pela Starboard à Oncoclínicas enfrenta resistência entre os conselheiros da companhia. Uma fonte ouvida pelo InvestNews disse que há maioria formada para barrar a investida do fundo em breve. 

A companhia aprovou, por meio de uma assembleia extraordinária realizada na última terça-feira (9), uma proposta de aumento de capital em modelo ainda a ser estruturado, mas que deve adicionar cerca de R$ 1,5 bilhão ao caixa da empresa. A Starboard aproveitou a ocasião para apresentar uma carta de oferta não vinculante que prevê um aumento de capital de até R$ 1,7 bilhão, envolvendo a compra de títulos de debenturistas.

Embora interlocutores do fundo de reestruturação estejam confiantes em relação à “qualidade da oferta”, segundo apurou o InvestNews, um grupo de acionistas com posições relevantes na empresa está se articulando para destituir qualquer tentativa de avanço da Starboard sobre a Oncoclínicas. 

Mesmo que a proposta da Starboard não vingue, o aumento de capital deverá acontecer por meio da conversão dos títulos de dívidas em equity. Um dos fundos que pode se dar bem com essa jogada é a Latache, gestora de Renato Azevedo e Lucas Kallas, hoje detentora de 14% do capital da empresa.

O InvestNews apurou que o fundo mantém uma posição relevante também como debenturista da Oncoclínicas e pode subir de patamar com a negociação. Uma fonte afirmou que a compra de títulos de dívida no mercado secundário tem prejudicado a liquidez das debêntures da empresa nas últimas semanas. 

Posição defensiva

Caso a proposta da Starboard seja negada, a tendência é que outros acionistas da rede oncológica participem da oferta de aumento de capital. É esperado que tanto o Banco Master, de Daniel Vorcaro, que ancorou o último aumento de capital realizado em 2024, quanto o Goldman Sachs sejam diluídos nesse processo.

Uma das condições desenhadas nas ofertas de aumento de capital é a revisão da atual diretoria da empresa. Estuda-se a saída, inclusive, de Bruno Ferrari, sócio-fundador da companhia, da atual posição de CEO. Executivos e conselheiros indicados no passado pelo Goldman Sachs também estariam na mira do modelo de reestruturação a ser anunciado em breve.

Exit mobile version