O comando da Rio Tinto está em aberto — e o futuro da mineração também

Maior produtora de minério de ferro do mundo procura um novo CEO num momento decisivo, com fusões travadas e a corrida pelo cobre esquentando

A britânica Rio Tinto, gigante global da mineração e maior produtora de minério de ferro do planeta, está à procura de um novo CEO.

O atual presidente-executivo, Jakob Stausholm, vai deixar o cargo ainda este ano, em uma troca que pegou o mercado de surpresa — e acendeu as apostas sobre o futuro da empresa num momento em que o setor corre atrás de cobre, lítio e novas reservas para abastecer o mundo da transição energética.

Embora não tenha operações no Brasil, a Rio Tinto é um termômetro da mineração global. Ela ajuda a definir preços e movimentos que afetam toda a cadeia — incluindo Vale, CSN e siderúrgicas brasileiras.

A sucessão virou um problema interno: há poucos nomes prontos dentro de casa, o que levou a companhia a contratar uma consultoria de headhunting para sondar executivos fora da empresa.

Entre os cotados estão Bold Baatar, atual diretor comercial, o Simon Trott, que comanda a divisão de minério de ferro, e Jérôme Pécresse, ex-GE e atual chefe da área de alumínio. Do lado de fora, nomes como Tom Palmer (Newmont) e Andrew Cole (ex-OZ Minerals) também circulam.

Em jogo está um polpuda remuneração anual de cerca de US$ 7 milhões, que foi a remuneração de Stausholm no ano passado, considerando salários e bônus, de acordo com a plataforma ERI.

Jakob Stausholm, CEO que está de saída da Rio Tinto (Bloomberg)

A Rio Tinto, que tem operações relevantes na Austrália, África e América Latina, não tem minas no Brasil, mas sua posição no mercado global influencia toda a cadeia de mineração, inclusive a Vale. Com o mundo exigindo mais cobre, níquel e minerais “verdes”, a escolha do novo CEO pode mudar o ritmo da empresa — e ditar o tom da próxima década do setor.

A movimentação acontece no mesmo período em que a rival BHP — que opera no Brasil via Samarco — também prepara uma troca de comando, mas com um planejamento mais estruturado e sucessores prontos no banco de reservas.

O setor vive um momento crítico: o cobre, essencial para baterias, energia limpa e até IA, está escasso. Quem liderar a Rio nos próximos anos vai definir o apetite da empresa por risco, fusões e grandes projetos.

(Com Reuters e Bloomberg)

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