Negócios
Saraiva analisa pedido de falência protocolado por terceiro
Credora da rede de livrarias alega que tenta cobrar uma dívida de R$ 241,4 mil.
A Saraiva (SLED3), que está em recuperação judicial, informou em fato relevante nesta terça-feira (2) que tomou conhecimento de que foi protocolizado, por terceiro, no dia 27 de abril de 2023, pedido de falência contra a companhia.
A rede de livrarias disse que está analisando a solicitação e as providências que serão adotadas a respeito.
“A companhia ressalta, por oportuno, que o pedido foi apresentado fora do processo de
recuperação judicial da companhia, ou seja, de forma autônoma, e não tem relação com
o referido processo ou com o adimplemento do plano de recuperação judicial, o qual
vem sendo devidamente cumprido pela Saraiva”, informou a empresa no documento.
Pedido de falência
A manifestação a companhia acontece após notícias divulgadas na imprensa. Segundo o jornal Valor Econômico, a Websoul, empresa de tecnologia credora da Saraiva, apresentou pedido de falência da rede de livrarias na 1ª Vara de Falências e Recuperação Judicial em São Paulo. A solicitação ainda precisa de análise de juiz.
De acordo com o veículo, a credora alega que tenta cobrar uma dívida de R$ 241,4 mil e que foi solicitado o bloqueio de valores em conta bancária e localizados apenas R$ 50.
Crise na Saraiva
A Saraiva entrou em recuperação judicial em 2018 com dívidas que somavam cerca de R$ 674 milhões na época.
Uma das maiores do ramo no Brasil, a empresa surgiu como Saraiva S.A, uma sociedade anônima, em 1947. Mais tarde, em 1972, transformou-se numa companhia aberta.
Naquela época, a empresa vivia uma sequência de inovações voltadas especialmente à área de tecnologia, como o lançamento em 2010, por exemplo, do Saraiva Digital Reader, uma plataforma que permite a venda de Livros Digitais (e-books). No mesmo ano, havia sido inaugurada a primeira loja iTown, uma operação da livraria totalmente dedicada à venda de produtos da Apple.
Hoje, a empresa enfrenta uma situação financeira delicada. No quarto trimestre de 2022, a livraria registrou prejuízo líquido ajustado de R$ 15,2 milhões, montante 35% maior em relação ao registrado no mesmo período de 2021.