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‘Temos recursos para fazer mais aquisições’, diz diretor de RI do Hapvida
Guilherme Nahuz falou sobre as perspectivas para o Sistema Hapvida até o final de 2020.
Nos primeiros 9 meses de 2020, as ações da operadora de saúde Hapvida (HAPV3) acumularam queda de cerca de 2,2%. O recuo é bem menor que o tombo de 18% do Ibovespa no mesmo período. O desempenho das ações acontece em meio ao plano de expansão da companhia. Com base nele, o diretor de Relações com Investidores, Guilherme Nahuz, afirma que ainda há espaço para crescer.
É o que disse o executivo ao Investnews Entrevista. “No último balanço publicado a gente mostrou uma posição de caixa livre de pouco mais de R$ 3 bilhões. Boa parte desse capital vai ser eventualmente empregado, investido em aquisições”, afirmou. “Temos recursos financeiros da companhia e recursos humanos para dar seguimento a essas aquisições.”
No segundo trimestre de 2020, o Sistema Hapvida teve lucro de R$ 278 milhões, uma alta de 25% na comparação com o mesmo período do ano anterior. O resultado foi puxando pelas aquisições, que continuam em andamento. A mais recente a ser anunciada foi a do Grupo Santa Filomena, por R$ 45 milhões, no final de setembro.
Impacto da pandemia
Nahuz comentou também as projeções da empresa para o cenário após o impacto da pandemia do novo coronavírus. Nos primeiros meses de restrição social no Brasil, o Hapvida viu a demanda por atendimentos eletivos cair drasticamente. A recuperação começou em maio, e no final do segundo trimestre estava perto de 90% dos níveis históricos.
“Os níveis de atendimento em todos os serviços vêm voltando próximo aos números históricos. As consultas eletivas, internações. As consultas de emergência ainda estão um pouquinho abaixo, mas bem próximas aos níveis pré-pandêmicos”, disse o diretor. “A gente deve estar voltando a uma normalidade do ponto de vista operacional agora ao longo do terceiro trimestre, e no quarto trimestre a gente entende que vai estar numa normal.”
Desemprego e número de vidas
Outro tema abordado foi o número de vidas do sistema de planos de saúde, especialmente em meio ao aumento do desemprego no Brasil. No segundo trimestre, a quantidade de beneficiários do Hapvida subiu mais de 44%, mas puxada por aquisições. Excluindo esse efeito, houve uma redução de 36 mil vidas. “De fato a gente teve uma perda de vidas como impacto direto do desemprego, com a perda de vagas formais e de renda”, disse Nahuz.
Em contrapartida, o diretor mencionou que a empresa “perdeu pouquíssimos contratos” no segundo trimestre. “Mas a gente perdeu vidas dentro dos contratos existentes. O cliente manteve o plano para os funcionários existentes, mas os desligamentos dentro desses contratos bateram nas nossas carteiras.”
Mas Nahuz diz que os dados mais recentes sobre a quantidade de vidas “já mostraram uma recuperação e mostram um sinal bom para o segundo semestre”.