Representantes dos Estados Unidos e da China discutiram TikTok, comércio e economia durante um dia de conversas de alto nível em Madri, segundo um funcionário do Tesouro americano, em mais uma tentativa de melhorar a diplomacia entre as duas maiores economias do mundo.
Uma delegação dos EUA, liderada pelo secretário do Tesouro, Scott Bessent, e pelo representante de Comércio, Jamieson Greer, e um grupo chinês chefiado pelo vice-premiê He Lifeng se reuniram por quase seis horas no domingo e devem retomar os encontros na manhã de segunda-feira (15), segundo as informações.
Na pauta estavam incluídos temas de segurança nacional e a situação do TikTok, da ByteDance, que enfrenta nesta semana um prazo para chegar a um acordo que permita a continuidade de suas operações nos EUA. Também era esperado que os representantes lançassem as bases para uma possível reunião entre Donald Trump e Xi Jinping já em outubro, quando ambos devem participar de uma cúpula na Coreia do Sul.
Embora os principais negociadores tenham encerrado as atividades do dia, membros das equipes continuaram as tratativas até a noite, afirmou o funcionário.
“Com apenas seis semanas antes de uma possível reunião Trump-Xi na Coreia, os EUA e a China precisam intensificar seu trabalho se quiserem apresentar resultados concretos”, disse Wendy Cutler, vice-presidente sênior do Asia Society Policy Institute e ex-negociadora comercial dos EUA, antes das conversas em Madri.
“Dada a complexidade dos assuntos que os dois governos precisam tratar, somada à crescente confiança de Xi de que a China tem a vantagem, chegar a acordos concretos para uma possível cúpula Trump-Xi não será fácil”, acrescentou.
O Ministério do Comércio da China informou que sua delegação estará na Espanha de 14 a 17 de setembro. A viagem de Bessent faz parte de um giro entre 12 e 18 de setembro pela Espanha e pelo Reino Unido, onde deve se reunir com seus pares. Trump também deve visitar o Reino Unido nesta semana.
Antes das conversas de domingo, a China lançou duas investigações contra a indústria de semicondutores dos EUA, incluindo uma investigação antidumping sobre determinados chips fabricados por empresas americanas. As medidas vieram pouco depois de os EUA adicionarem mais 23 companhias chinesas à sua lista que impõe restrições a empresas consideradas “contrárias à segurança nacional ou aos interesses de política externa dos EUA”.