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UBS tem dificuldade em vender gestora brasileira de FIIs

Possíveis interessados estão preocupados com possibilidade de cotistas tomarem a gestão de pelo menos um dos fundos.

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O UBS enfrenta obstáculos ao tentar vender o negócio brasileiro de gestão de fundos imobiliários do Credit Suisse, disseram pessoas com conhecimento do assunto.

O gigante financeiro suíço está oferecendo no mercado a gestora de sete fundos imobiliários com R$ 11,66 bilhões em ativos a bancos e gestoras, mas os possíveis interessados estão preocupados com a possibilidade de os cotistas tomarem a gestão de pelo menos um dos fundos, o que poderia impactar o preço do negócio, disseram as pessoas, pedindo para não serem identificadas porque as negociações não são públicas.

Employees pass between offices on a walkway at the UBS headquarters in Zurich. Photographer: Stefan Wermuth/Bloomberg

No Brasil, os cotistas de um fundo podem convocar assembleia e alterar a equipe gestora do veículo com 25% de aprovação.

Gestora do Credit Suisse

A gestora de fundos imobiliários do Credit Suisse não é uma entidade jurídica separada, o que aumenta o risco de os cotistas tomarem a gestão, disseram as pessoas. Para segregar a gestora, o UBS precisaria convocar uma assembleia de acionistas de cada um dos fundos, o que facilitaria a vida de um cotista interessado em tomar a sua gestão.

Os fundos imobiliários do Credit Suisse são negociados publicamente e têm muitos acionistas, complicando a aprovação de quaisquer mudanças, disseram algumas pessoas.

Outro desafio envolve o acordo de confidencialidade enviado pelo UBS a possíveis interessados no negócio, que inclui condições consideradas duras demais, disseram as pessoas.

Uma delas é uma multa de US$ 20 milhões a um comprador que contrate funcionários do Credit Suisse ou do UBS dentro de dois anos após a aquisição, disseram as pessoas. Os compradores também seriam proibidos de usar os atuais distribuidores dos fundos, disseram as pessoas.

Alguns potenciais compradores têm evitado assinar o documento devido a essas condições, entre outras, disseram as pessoas.

Os fundos do Credit Suisse investem em imóveis e títulos lastreados em crédito imobiliário no Brasil. A gestão e administração desses fundos poderiam valer de R$ 400 milhões a R$ 500 milhões, disseram as pessoas. O UBS não quis comentar.

A mídia local, que noticiou anteriormente a planejada venda, disse que os possíveis interessados poderiam incluir bancos como BTG, Safra, XP, e as gestoras de ativos Jive, SPX, Hedge Investments, Vinci, Patria e Kinea, que é do Itaú. 

Este mês, o volume de negócios de alguns fundos imobiliários do Credit Suisse aumentou depois que a mídia local começou a divulgar a intenção de venda.

O UBS adquiriu o Credit Suisse em junho, em um negócio intermediado pelo governo suíço depois do seu rival quase ter entrado em colapso.

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