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União Europeia investiga compra de operação de níquel brasileira da Anglo American por mineradora chinesa

Bloco teme que a operação possa representar uma ameaça à indústria de aço inoxidável da região.

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A compra do negócio de níquel da Anglo American no Brasil pela mineradora chinesa MMG, avaliada em US$ 500 milhões, entrou na mira da União Europeia (UE). O bloco abriu uma investigação sobre o acordo, diante do temor de que a operação pode representar uma ameaça à indústria de aço inoxidável da região.

A comissária europeia de concorrência, Teresa Ribera, afirmou que o órgão irá avaliar se a transação “pode comprometer o acesso contínuo e confiável da Europa ao fornecimento de ferro-níquel”, uma liga essencial na produção de aço inox.

Agora, as empresas terão de apresentar soluções que eliminem as preocupações dos reguladores — ou correm o risco de ver o negócio barrado. A decisão final deve sair até 20 de março.

Em comunicado conjunto, MMG e Anglo American disseram não acreditar que a aquisição traga problemas de concorrência, mas garantiram que vão “colaborar integralmente” com as autoridades europeias para esclarecer qualquer dúvida.

O acordo reforça o domínio crescente da China sobre o fornecimento global de níquel. Listada na Bolsa de Hong Kong, a MMG tem como acionista controlador a China Minmetals Corp., gigante estatal que atua dos setores de mineração ao comércio internacional.

Além da UE, a operação também gerou críticas nos Estados Unidos: o Instituto Americano do Ferro e do Aço pediu à Casa Branca que intervenha, argumentando que o negócio daria à China maior influência sobre as reservas mundiais de níquel.

As companhias tentaram evitar uma investigação completa oferecendo um compromisso: a Anglo compraria da MMG parte do fornecimento de ferro-níquel vindo das minas brasileiras de Codemin e Barro Alto. Mas os reguladores consideraram a proposta insuficiente.

As chamadas investigações de “Fase 2” da UE costumam estender a análise em cerca de 90 dias úteis, mas o processo pode se alongar caso os fiscais exijam mais informações. Normalmente, o braço antitruste europeu impõe medidas rigorosas para resolver preocupações de concorrência — embora, em alguns casos, decida aprovar as transações sem restrições se as dúvidas iniciais não se confirmarem.

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