Negócios
Vale cria ‘braço’ para investir em startups de mineração
Mineradora começará com capital de risco de US$ 100 milhões para empresas do setor com iniciativas sustentáveis.
A Vale (VALE3), segunda maior produtora de minério de ferro do mundo e uma das maiores fornecedoras de níquel, criou um braço de capital de risco para apoiar startups focadas no desenvolvimento de inovações no setor de mineração e metais.
A Vale Ventures começa com um capital de US$ 100 milhões para investir em empresas envolvidas em iniciativas de mineração sustentável. A mineradora vai oferecer capital semente e aportes para acelerar o amadurecimento de startups em todo o mundo, adquirindo participações na faixa de 3% a 5% nesses negócios.
“Vamos ser parte de um pool de investidores que trabalham para o sucesso dessas startups”, disse o chefe da Vale Ventures, Viktor Moszkowicz, em entrevista.
O orçamento deverá ser suficiente para a companhia construir uma carteira inicial de investimentos em cerca de cinco anos, gerando retorno financeiro e estratégico, disse o executivo.
A primeira a compor o portfólio da Vale Ventures é a Boston Metal, empresa focada em tecnologia de descarbonização do aço que conta com o apoio de fundos de capital de risco de tecnologia limpa, mineradoras e usuárias de aço. A Vale investiu US$ 6 milhões na empresa norte-americana em fevereiro de 2021.
A entrada da Vale no capital de risco segue iniciativas semelhantes adotadas por rivais, incluindo BHP e Rio Tinto. A gigante de mineração brasileira busca ter acesso a novos modelos de negócios e tecnologias inovadoras com potencial para serem usadas em suas operações e ajudar a cumprir metas ambientais.
A empresa sediada no Rio de Janeiro tem quatro temas principais que orientam a seleção do portfólio da Vale Ventures: descarbonização na cadeia mineral, mineração sem resíduo, tecnologias que mudem as operações de mineração e metais de transição energética.
O último tema visa a gerar um impacto positivo na oferta e na demanda dos principais metais necessários para apoiar a migração de combustíveis fósseis para energia menos poluente. Startups que estejam desenvolvendo baterias que usem metais produzidos pela Vale estão no radar, assim como tecnologias que criem espécies de “minas urbanas”, onde a reciclagem de baterias evite que metais sejam descartados, exemplificou Moszkowicz.
Veja também
- Sucessão na Vale expõe ‘cabo de guerra’ entre governo e mineradora
- Reféns de commodities, Petrobras e Vale iniciam 2024 mirando transição verde
- Vale se junta a Petrobras e promove corte de 40% em dividendos no 3º tri
- Na máxima em 2 anos, minério de ferro reanima Vale e desbanca petróleo
- Ficou sabendo? Vale prevê menor exposição à China; vendas da Suzano