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Via reverte lucro e tem prejuízo líquido de R$ 163 mi no 4° tri

Receita bruta subiu 9% no período.

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A varejista Via (VIIA3), dona das marcas Ponto e Casas Bahia, registrou prejuízo líquido de R$ 163 milhões no quarto trimestre de 2022, revertendo lucro de R$ 29 milhões no mesmo período do ano anterior, novamente pressionada pelo resultado financeiro, enquanto a receita bruta subiu 9%, informou a companhia nesta quinta-feira (09).

Varejistas em geral vêm enfrentando dificuldades de lucrar no Brasil, uma vez que o nível da Selic pesa sobre o resultado financeiro e diante de menor demanda do consumidor dado os impactos dos juros e da inflação.

A Via disse que, diante de um cenário de inflação e deterioração de demanda e crédito no ano passado, 2023 será pautado em “eficiência, rentabilidade e disciplina de caixa”.

A empresa registrou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de R$ 629 milhões de outubro ao fim de dezembro, contra resultado positivo de R$ 641 milhões um ano antes. A margem Ebtida ajustada caiu de 7,9% para 7,1%.

Vendas

As vendas medidas pela receita bruta cresceram 9% no período, para R$ 10,4 bilhões, apoiadas pelo desempenho em lojas físicas, que cresceram 18,2%. No online, as vendas diretas caíram 3,6%, enquanto o marketplace –plataforma para vendas de produtos por terceiros– exibiu vendas medidas pelo conceito GMV praticamente estáveis.

“No quarto trimestre de 2022, observamos resiliência na operação de 1P (venda da empresa ao consumidor, sem considerar marketplace), fortalecida pela performance das lojas –atuais e novas– e penetração de serviços financeiros, reflexo do forte papel da omnicanalidade”, disse a Via.

Despesas

As despesas gerais, com vendas e administrativas avançaram 23,8% no trimestre ano a ano, resultado atribuído pela companhia à “desalavancagem operacional, apesar do crescimento de 9% da receita bruta”. A Via também citou um nível de despesas menor no mesmo período de 2021 por recuperações de créditos fiscais, o que afeta a comparação.

Já o resultado financeiro ficou negativo em R$ 641 milhões no trimestre, uma piora de 46,3% na comparação anual.

A Via, cujos resultados nos últimos trimestres têm sido pressionados por despesas relacionadas a processos trabalhistas, projeta para este ano um impacto entre R$ 600 milhões e R$ 700 milhões desses processos em seu caixa. No resultado, os efeitos devem ser da ordem de R$ 500 milhões a R$ 600 milhões, disse. A empresa fechou 2022 com impactos menores do que o piso das faixas previstas inicialmente.

A empresa viu uma de suas maiores concorrentes, a Americanas, entrar em recuperação judicial no início do ano após revelar rombo contábil. Os efeitos no varejo da crise da rival ainda não estão claros, já que, por um lado, abre oportunidades de ganho de participação de mercado, mas, por outro, pode impactar fornecedores em comum e a demanda por crédito.

Sem citar nomes, a Via disse no relatório de resultados que “recentemente, o mercado pôde observar que crescimento a qualquer preço é uma saga que não termina bem”.

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