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Por que assistir a ‘O Agente Secreto’, a aposta brasileira para o Oscar

Produção premiada em Cannes, filme "O Agente Secreto" mostra como o cinema nacional voltou a atrair capital e audiência global

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O filme “O Agente Secreto”, novo longa de Kleber Mendonça Filho, chega aos cinemas em 6 de novembro na esteira do sucesso nacional e internacional de “Ainda Estou Aqui”. Assim como o filme de Walter Salles, aplaudido em festivais e celebrado pela crítica, a obra de Mendonça, que pode representar o país no Oscar, combina reconhecimento artístico com alta repercussão internacional.

O longa saiu do Festival de Cannes com três prêmios importantes: Melhor Diretor, Melhor Ator (Wagner Moura) e o Prêmio da Crítica Internacional (FIPRESCI). Esse tipo de chancela serve como um selo de confiança para o mercado global, elevando o valor de venda internacional, acelerando negociações e ampliando a visibilidade junto às principais distribuidoras internacionais. Na prática, cada prêmio é convertido em aumento de alcance e potencial de receita.

Sobre a produção cinematográfica brasileira, Mendonça Filho afirmou recentemente, em entrevista à Veja, que “proteger a cultura é estratégico”, defendendo a importância de políticas públicas para fortalecer a cultura cinematográfica nacional.

O cineasta ressaltou ainda que temos “problemas crônicos de distribuição, falta de salas e necessidade urgente de formação de público”. “Precisamos de políticas públicas como as que existem na França, que são essenciais para fortalecer a cultura cinematográfica nacional”, disse ele.

Orçamento e coprodução internacional

O orçamento de “O Agente Secreto” gira em torno de R$ 27 milhões, somando capital privado e recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). Esse tipo de coprodução, envolvendo também França, Alemanha e Holanda, aumenta o grau de competitividade nos festivais internacionais e melhora a entrada do Brasil no mercado europeu, onde a presença latino-americana ainda é limitada.

Antes mesmo da estreia no Brasil, “O Agente Secreto” já havia fechado acordos de distribuição com a Neon, nos Estados Unidos, e com a MUBI, na América Latina (exceto Brasil), Reino Unido e Índia. Ao todo, já são mais de 90 países confirmados ou em negociação avançada.

Mendonça Filho opera na mesma lógica bem-sucedida de “Aquarius” e “Bacurau”, mas em um patamar de escala maior. “O Agente Secreto” se beneficia de um cenário internacional mais receptivo ao Brasil e de uma plataforma de distribuição mais ampla.

História do filme

Para o público, a motivação é diferente: trata-se de uma história que resgata passagens do Brasil recente com tensão, ritmo e linguagem contemporânea, sem abrir mão da dimensão simbólica. No centro da narrativa do longa está a trajetória de um agente do governo envolvido em operações secretas em meio a tensões políticas e sociais no Recife contemporâneo.

O filme acompanha a luta desse personagem entre lealdade, ética e sobrevivência, enquanto eventos do passado influenciam decisões do presente. Com ritmo de thriller e elementos de drama social, “O Agente Secreto” explora a complexidade das estruturas de poder no Brasil, revelando dilemas pessoais e coletivos.

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Oscar

A possível indicação ao Oscar traz ainda mais visibilidade à produção. Mesmo que o filme ainda esteja na etapa anterior à shortlist, lista em que são definidos os filmes que vão disputar a estatueta no dia 15 de março de 2026, o simples fato de circular como candidato já aumenta o valor negociado nos contratos de exibição, principalmente no mercado norte-americano.

“O Agente Secreto” foi escolhido como o representante brasileiro ao Oscar no mês passado, mas isso não significa que a obra já terá garantida uma indicação ao prêmio. Cada país indica um filme como seu representante para a disputa. A partir dessas indicações, o Oscar faz uma seleção das películas que, de fato, vão concorrer ao prêmio mais famoso do cinema mundial.

Os outros filmes que estavam na lista dos pré-selecionados eram “Baby”, de Marcelo Caetano; “Kasa Branca”, de Luciano Vidigal; “Manas”, de Marianna Brennand; “O Último Azul”, de Gabriel Mascaro e Oeste Outra Vez, de Erico Rassi.

No início deste ano, o Brasil conquistou seu primeiro Oscar, com o filme “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, na categoria de Melhor Filme Internacional.

Estreia de “O Agente Secreto” no Brasil

Título: O Agente Secreto
Direção: Kleber Mendonça Filho
Protagonista: Wagner Moura
Estreia nos cinemas brasileiros: 6 de novembro de 2025
Distribuição no Brasil: Vitrine Filmes
Distribuição internacional: Neon (EUA) / MUBI (América Latina, Reino Unido, Índia e demais territórios)
Classificação indicativa: 14 anos

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