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Olimpíadas crescem em arrecadação e já são o terceiro evento esportivo mais rentável do mundo
Levantamento da Sports Value coloca os Jogos Olímpicos atrás apenas das ligas norte-americanas de futebol americano (NFL) e beisebol (MLS) em rentabilidade
Um estudo elaborado e divulgado pela consultoria Sports Value aponta que as Olimpíadas representam a terceira maior receita no mundo do esporte, em comparação com outras grandes competições como NFL, NBA, Copa do Mundo, Fórmula 1 e Champions League.
Foram analisadas as receitas geradas pelas principais competições do esporte mundial nos últimos oito anos, entre 2016 e 2023. De acordo com o estudo, os Estados Unidos estão muito avançados em termos de faturamento com esporte em relação ao resto do mundo. As ligas norte-americanas de futebol americano (NFL), basquete (NBA), beisebol (MBL), hóquei sobre o gelo (NHL) e até a de futebol “soccer” (MLS) aparecem entre as mais rentáveis, algumas delas superando eventos bem populares como Olimpíadas, Copa do Mundo e Champions League.
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Olimpíadas faturaram US$ 10,2 bilhões no último ciclo
No ranking, em primeiro lugar, aparece a NFL, liga de futebol americano dos Estados Unidos, com US$ 19,2 bilhões em receitas anuais e uma meta de crescer até chegar a US$ 27 bilhões.
Em segundo lugar está a MLB, liga de beisebol dos Estados Unidos, com US$ 11,6 bilhões e o objetivo de ganhar novos mercados da Ásia e América Latina.
Os Jogos Olímpicos aparecem na terceira posição com uma receita de US$ 10,8 bilhões em 2023, considerando os ciclos das Olimpíadas de Verão de Tóquio-2020 e de inverno de PyeongChang-2018. Valores de direitos de TV dos Jogos já movimentam US$ 4,5 bilhões e os patrocínios passaram pela primeira vez dos US$ 6 bilhões.
O estudo contabiliza os oito últimos ciclos olímpicos e aponta que o ciclo de Atlanta-1996 arrecadou US$ 2,8 bilhões, e em Tóquio-2020, quase quatro vezes mais. O levantamento não considera o ciclo olímpico atual, que inclui as Olimpíadas de Paris-2024.
Veja os eventos esportivos mais rentáveis
Evento | País | Esporte | Receita |
1º) NFL | Estados Unidos | Futebol americano | US$ 19,2 bilhões |
2º) MLB | Estados Unidos | Beisebol | US$ 11,6 bilhões |
3º) Olimpíadas | Mundial | Vários | US$ 10,8 bilhões |
4º) NBA | Estados Unidos | Basquete | US$ 10,6 bilhões |
5º) Premier League | Inglaterra | Futebol | US$ 7,2 bilhões |
6º) NHL | Estados Unidos | Hóquei | US$ 6,4 bilhões |
7º) Copa do Mundo | Mundial | Futebol | US$ 6,2 bilhões |
8º) Bundesliga | Alemanha | Futebol | US$ 4,1 bilhões |
9º) La Liga | Espanha | Futebol | US$ 3,8 bilhões |
10º) Champions League | Europa | Futebol | US$ 3,5 bilhões |
11º) Fórmula 1 | Mundial | Automobilismo | US$ 3,2 bilhões |
12º) Serie A | Itália | Futebol | US$ 3,2 bilhões |
13º) Ligue 1 | França | Futebol | US$ 2,6 bilhões |
14º) MLS | Estados Unidos | Futebol | US$ 2,4 bilhões |
15º) Brasileirão Série A | Brasil | Futebol | US$ 1,4 bilhão |
Reação após a pandemia
O estudo aponta ainda que todos os eventos foram afetados pela pandemia da covid-19, principalmente em 2020, e passaram a reagir e alcançar valores superiores ao período pré-pandemia.
Mesmo em 2021, quando o mundo ainda sofria com as restrições impostas pela covid, a NFL, por exemplo, alcançou US$ 17,2 bilhões de faturamento, número superior aos US$ 15,9 bilhões alcançados no último ano pré-pandemia, e sua arrecadação continuou subindo.
A NBA, por sua vez, investiu em expansão internacional, buscando mercados na Ásia, Europa, e América Latina, e passou de US$ 8,8 bilhões em 2019, para US$ 10 bilhões em 2022, depois de passar por dois anos de queda por causa da pandemia.
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E o futebol?
Apesar do crescimento de várias ligas de futebol, principalmente na Europa, com a temporada rolando durante o ano todo, ainda há muita distância no faturamento em relação às ligas de futebol americano, beisebol e basquete dos Estados Unidos.
Evento futebolístico mais rentável, a Premier League, campeonato nacional de Inglaterra, cresceu muito nos oito anos analisados no estudo, passando de US$ 5,3 bilhões em 2016 para US$ 7,2 bilhões em 2023.
A Copa do Mundo, o evento de futebol mais popular do mundo, fica atrás de Premier League. Em 2002, aquela Copa realizada no Japão e na Coreia do Sul na qual o Brasil foi campeão e conquistou o penta (bons tempos) gerou US$ 1,2 bilhão na edição de 2002. Já em 2014, a Copa do Mundo realizada no Brasil (a do 7 a 1) teve uma arrecadação três vezes maior, com US$ 4,8 bilhões de receitas, de acordo com o estudo. E a última, no Catar, em 2022, rendeu US$ 6,2 bilhões. O problema é que esse valor corresponde a um ciclo de quatro anos entre uma Copa e outra.
“Comparando com as ligas e com a própria Champions, a Copa do Mundo gera valores irrisórios”, diz o estudo. “Somando quatro temporadas da Champions League equivale a US$ 14 bilhões frente ao faturamento total da Copa de 2022 de US$ 6,2 bilhões. A Fifa fica com uma fatia pequena da indústria que comanda. Sua aposta em novas receitas é seu novo Mundial de Clubes.”
A Champions League tem um faturamento inferior a outras duas ligas de futebol da Europa, a Bundesliga (Alemanha) e a La Liga (Espanha). Já o nosso Campeonato Brasileiro, o Brasileirão Série A, teve em 2023 uma arrecadação de US$ 1,4 bilhão, número menor do que o registrado oito anos antes, em 2016, de US$ 1,6 bilhão. O estudo considera que há muito potencial a ser explorado no futebol brasileiro, e que a queda nas receitas em dólares nos últimos anos é consequência da desvalorização do real.
“O mercado vive ainda realidade de baixa profissionalização de sua gestão. A falta de uma liga, gestão amadora/política da CBF e desunião dos clubes dificultam o crescimento das receitas”, avalia o Sports Value.
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