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Olimpíadas de Paris: Quanto custa uma medalha de ouro olímpica?
Peça deve levar ao menos seis gramas de ouro e 92,5% de prata e, pelo preço dos metais, valeria US$ 932. Mas o valor intangível é inestimável
As medalhas das Olimpíadas de Paris-2024 foram apresentadas em fevereiro. Levam na parte frontal uma peça hexagonal de aço que, segundo os organizadores, são de peças retiradas da Torre Eiffel. Pesam 529 gramas e têm o símbolo dos jogos e os anéis olímpicos cravados, além de seis botões de ouro cravejados.
O outro lado da medalha olímpica, idealizada pelo joalheiro LVMH Chaumet, traz a deusa da vitória Nike, a Acrópole de Atenas e a Torre Eiffel ao redor do hexágono de ferro, com a intenção de mostrar “o brilho da França no mundo e o brilho dos atletas nos Jogos”, nas palavras do Comitê Olímpico Internacional (COI).
Mas, afinal, quanto custa uma medalha de ouro olímpica?
Até os Jogos Olímpicos de 1912, as medalhas eram feitas de ouro maciço. Com a chegada da Primeira Guerra (1914-1918), o ouro ficou muito cobiçado e foi preciso reduzir a gramatura do metal dourado nas medalhas.
Pelas regras do COI, toda medalha olímpica deve ter 6 gramas de ouro e 92,5% de prata. Isso significa que a medalha de ouro das Olimpíadas de Paris, se fosse derretida, valeria US$ 932,76 (R$ 4.757,58) de acordo com a cotação da Current Gold Price. Mas o símbolo da vitória em nas Olimpíadas vale mais. Muito mais.
6g de ouro: 6 x US$ 73,75 = US$ 490,56
523g de prata: 523 x US$ 0,937 = US$ 442,20
Total: 529 g (ouro + prata) = US$ 932,76
Leilão de medalhas
Quem não é atleta mas quer ter uma medalha olímpica em sua coleção pode recorrer às casas de leilões internacionais. O recorde mundial de uma medalha olímpica leiloada é do ouro de Jesse Owens, dos Estados Unidos, conquistada nas Olimpíadas de 1936 em Berlim, na Alemanha, sob os olhares de Adolf Hitler. Em 2013, uma das quatro medalhas de ouro que Owens conquistou naquelas Olimpíadas foi vendida por US$ 1,46 milhão (R$ 7,77 milhões).
Em fevereiro, o norte-americano Bob Beamon, ex-recordista mundial do salto em distância, leiloou a medalha de ouro que conquistou nas Olimpíadas de 1968 disputada na Cidade do México. O comprador pagou US$ 441 mil (R$ 2,3 milhões) pela peça.
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“Aproveitei [a medalha] por mais de 55 anos, mas acho que é algo para o mundo ver e alguém aproveitar”, disse Beamon, que está com 77 anos.
Em 2021, uma medalha das Olimpíadas de Atenas de 1896 – os primeiros jogos da Era Moderna – foi vendida em leilão por US$ 180 mil (R$ 954 mil).
Também em 2021, em julho, um jogador do time de basquete dos Estados Unidos campeão das Olimpíadas de Los Angeles em 1984 colocou a sua medalha para a venda em leilão. A peça foi arrematada por US$ 83 mil (R$ 440 mil). O nome do jogador não foi revelado, mas aquela seleção tinha ídolos como Michael Jordan, Chris Mullin e Patrick Ewing.
No Brasil, em abril deste ano, um jogador de futebol do time campeão olímpico da Rio-2016 colocou sua medalha de ouro à venda em leilão pelo lance inicial de R$ 170 mil.
Aparentemente, o jogador – não identificado – deve ter se arrependido na sequência. A medalha não foi vendida e o anúncio foi pausado.
Aquela foi a primeira medalha olímpica de ouro da história do futebol brasileiro. A medalha tem até uma lasquinha que pode ter sido feita pela mania dos campeões olímpicos de morderem a medalha para tirar foto (e acabar estragando a folhagem a ouro).
Nas Olimpíadas de Tóquio-2020, o Comitê Organizador chegou até a advertir, em tom de brincadeira: “Queremos apenas confirmar oficialmente que as medalhas não são comestíveis!”, escreveu a entidade em um tuíte. “Nossas medalhas são feitas com material reciclado de aparelhos eletrônicos doados pelo público japonês. Então, você não precisa mordê-los… mas sabemos que você ainda o fará!”
US$ 50 mil por uma medalha de ouro
Além do valor material e sentimental das medalhas, as Olimpíadas de Paris 2024 terá uma premiação em valor. Em uma decisão inédita, a Federação Internacional de Atletismo decidiu que, a partir dos Jogos de Paris, cada ganhador de uma medalha de ouro nas provas de atletismo irá ganhar o prêmio de US$ 50 mil (R$ 265 mil).
“Embora seja impossível atribuir um valor comercial à conquista de uma medalha olímpica, ou ao compromisso e foco necessários para representar o seu país nas Olimpíadas, é importante garantir que algumas das receitas geradas pelos nossos atletas nos Jogos Olímpicos sejam diretamente devolvidos àqueles que fazem das Olimpíadas esse espetáculo mundial”, justificou o presidente da Federação, o britânico Sebastian Coe, um ex-corredor duas vezes campeão olímpico, mas que perdeu a medalha de ouro nos 800 metros dos Jogos de Los Angeles, em 1984, para o brasileiro Joaquim Cruz.
O Comitê Olímpico Brasileiro anunciou que o prêmio para uma medalha de ouro em esportes individuais nos Jogos de Paris será de R$ 350 mil. Para a medalha de prata, o COB pagará R$ 210 mil, e para a de bronze, R$ 140 mil. Para as modalidades coletivas, a medalha de ouro renderá um prêmio de R$ 1 milhão a ser repartido entre os atletas.
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