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Surfe nas Olimpíadas: por que os surfistas usam capacete para competir?

Por causa dos corais no Taiti, acessório virou proteção para a maioria dos surfistas brasileiros

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Luana Silva, da delegação brasileira do surfe, compete protegida por um capacete no Taiti. Foto: William Lucas/COB

Vários surfistas que disputam as Olimpíadas 2024 nas águas do Taiti, na Polinésia Francesa, estão usando capacetes de proteção durante a competição.

Entre os atletas que aderiram ao acessório estão os brasileiros Felipe Toledo, João Chianca, Luana Silva e Tainá Hinckel.

A explicação é simples: o local onde acontece a competição de surfe, em Tehuapo’o, no Taiti, Polinésia Francesa, é uma região repleta de corais. Quando as ondas se formam, a base fica com uma distância curta entre os corais e a superfície. Se o surfista cair de cabeça, pode se machucar feio.

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A temperatura da água em Teahupo’o fica entre 26°C e 29°C, ideal para a prática do surfe. As ondas mais comuns são de dois a três metros de altura, mas podem chegar a sete metros. Além disso, surfar em Teahupo’o exige muita habilidade.

As ondas quebram sobre um recife de corais e, para entrar nelas, os surfistas têm de ser rápidos: eles têm de ficar em pé na prancha deslizando sobre a onda que tem uma distância de menos de um metro de água até os corais.

João Chianca “Chumbinho” comemora a classificação para as quartas de final no surfe. Foto: William Lucas/COB

Quanto custa o capacete de surfe?

Nas Olimpíadas, a surfista francesa Johanne Defay caiu da prancha e cortou a testa ao bater a cabeça contra os corais. Ela voltou para a prova usando capacete para poder concluir a sua bateria.

João Chianca, o Chumbinho, adota o uso do capacete desde 2023, quando sofreu uma queda e machucou a cabeça durante uma competição no Havaí.

Nesta terça (30), ele enfrenta o compatriota Gabriel Medina pelas quartas de final.

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Luana Silva e Tainá Hinckel competiram na maioria das baterias usando capacetes. O de Luana pesa cerca de 350 gramas, é feito de policarbonato resistente com faixa de neoprene para melhor ajustar à cabeça. O capacete é vendido na internet no site da Oakley a US$ 200 (R$ 1.123)

Já o modelo usado por Tainá tem mais semelhanças com os capacetes usados no rúgbi. Pesa menos de 100 gramas e é moldado de forma a permitir o fluxo sem reter água. É feito de espuma não porosa envolta em Nylon e Spandex e custa US$ 129 (R$ 724).

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A surfista Tainá Hinckel adotou um capacete semelhante ao usado no rúgbi. Foto: William Lucas/COB

A grande vantagem do acessório é ajudar a proteger de possíveis acidentes. A principal desvantagem é que o capacete limita a capacidade do surfista de ouvir e poder “escutar o mar” para sentir melhor como pegar a onda.

Quem ainda não usou o capacete

Tatiana Weston-Webb e Gabriel Medina são os únicos brasileiros que ainda não fizeram uso do capacete nas Olimpíadas. Medina, por sinal, conhece bem os segredos das ondas e dos tubos de Tehuapo’o, e aprendeu que, quando a onda vai estourar, o melhor é levar a prancha em direção a ela e “voar” para saltos espetaculares, como o registrado na segunda-feira (29).

A manobra rendeu a Medina a maior nota da história do surfe olímpico (9.90) e se classificou para as quartas de final.

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Nas oitavas de final, Gabriel Medina encantou o planeta com uma manobra quase perfeita que finalizou com um ‘voo’ seguido de um mergulho- Foto: William Lucas/COB

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