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IN$ Entrevista

‘Estamos cientes da crise, mas felizes com a retomada rápida’, diz CFO da Azul

Alex Malfitani fala sobre os planos de recuperação após turbulência da pandemia.

“A gente tem certeza de que a demanda vai existir. Talvez ela seja do que era antes, mas tudo bem, o importante é ter capacidade de readaptação.” A frase é de Alexandre Malfitani, CFO da Azul (AZUL4). A empresa, assim como as demais companhias aéreas em todo o mundo, vem sofrendo fortemente os efeitos da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, que atingiu o setor em cheio e obrigou as companhias a ajustar o plano no meio do voo.

A Azul chegou a ver seu total de passageiros transportados despencar 90% em abril, mas nos meses seguintes começou a sentir os primeiros ventos de recuperação desses números. Mesmo assim, passou de lucro contábil de R$ 470 milhões no primeiro semestre de 2019 para prejuízo de R$ 9 bilhões no mesmo período de 2020.

Em entrevista a Dony De Nuccio, Malfitani reconheceu que 2020 está sendo um dos anos mais desafiadores para o setor, e brincou com uma anedota conhecida na área: “qual a maneira mais rápida de se tornar milionário? Comece como bilionário, compre uma aérea e você vira milionário rapidinho”. Piadas à parte, ele se mostra mesmo assim confiante no modelo de negócios da Azul: “A nossa distribuição geográfica ao longo do Brasil e o fato de estarmos sozinhos na maior parte das nossas rotas nos permite ter muito mais resiliência.”

Malfitani afirma que ainda vê no mercado brasileiro muito espaço para crescer, e ressalta que o retorno da demanda dos passageiros vem acontecendo em um ritmo mais rápido que o esperado pela Azul. “Estamos muito cientes de que ainda estamos numa crise e de que a pandemia não está resolvida, mas também muito felizes com a retomada mais rápida”. 

A estimativa inicial da Azul era de que a demanda se igualasse ao patamar pré-crise no primeiro trimestre de 2022. Agora, a projeção é para o final de 2021.

A Azul informou neste mês ter recebido proposta de socorro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), mas a empresa pode recusar a ajuda. Malfinati afirma de que “a expectativa era de que o pacote de ajuda seria mais rápido”.

“A gente está trabalhando para decidir se vai acessar essa linha ou não, ou acessar outra linha, ou até continuar sem captar nenhum capital”, afirma ele, apontando que as renegociações e reduções de custos feitas até aqui foram suficientes para um alívio de caixa de R$ 7 bilhões.

Malfitani afirma que os R$ 2 bilhões que seriam captados via BNDES “parece dinheiro demais”, e “tomando esse dinheiro vai haver custo de capital”.

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