Bolsa de valores – InvestNews https://investnews.com.br Sua dose diária de inteligência financeira Wed, 06 Nov 2024 19:50:29 +0000 pt-BR hourly 1 https://investnews.com.br/wp-content/uploads/2024/03/favicon-96x96.ico Bolsa de valores – InvestNews https://investnews.com.br 32 32 Feriados em 2025: veja todas as datas e planeje sua folga prolongada https://investnews.com.br/economia/feriados-em-2025-veja-todas-as-datas-e-planeje-sua-folga-prolongada/ Tue, 05 Nov 2024 10:02:00 +0000 https://investnews.com.br/?p=626622 Os brasileiros terão um total de 10 pausas nacionais em 2025. A lista inclui celebrações como a Confraternização Universal, após o Réveillon, e a Independência do Brasil. Há, ainda, pontos facultativos, como o Carnaval e o Corpus Christi.

Três feriados nacionais caem na quinta-feira, uma possibilidade de emenda com a sexta-feira para o trabalhador que possui folgas acumuladas. São eles: Dia do Trabalhador (1° de Maio), Dia da Consciência Negra (20 de novembro) e o Natal (25 de Dezembro).

Somando os feriados nacionais e os pontos facultativos previstos, há possibilidade de períodos maiores de descanso em ao menos seis datas. (veja mais abaixo).

Para quem já quer começar a se planejar financeiramente e reservar algumas datas para viagens e agendar compromissos, saber antecipadamente sobre os dias de pausa no próximo ano é fundamental para a organização anual — tanto pessoal quanto familiar.

Quais são os feriados de 2025?

O calendário de feriados nacionais em 2025 inclui:

  • 1º de janeiro (quarta-feira): Confraternização Universal;
  • 18 de abril (sexta-feira): Sexta-feira Santa; emenda com final de semana
  • 21 de abril (segunda-feira): Tiradentes; emenda com final de semana
  • 1º de maio (quinta-feira): Dia do Trabalhador;
  • 7 de setembro (domingo): Independência do Brasil;
  • 12 de outubro (domingo): Nossa Senhora Aparecida;
  • 2 de novembro (domingo): Finados;
  • 15 de novembro (sábado): Proclamação da República;
  • 20 de novembro (quinta-feira): Dia da Consciência Negra;
  • 25 de dezembro (quinta-feira): Natal.

Pontos facultativos de 2025

Os pontos facultativos em 2025 são:

  • Carnaval: 3 e 4 de março (segunda e terça-feira)emenda com final de semana
  • Quarta-feira de Cinzas: 5 de março (quarta-feira – até as 14h)emenda com Carnaval
  • Corpus Christi: 19 de junho (quinta-feira)
  • véspera de Natal: 24 de dezembro (quarta-feira – após as 14h)emenda com Natal
  • véspera do Ano Novo: 31 de dezembro ( quarta-feira – após as 14h) emenda com Ano Novo

Os pontos facultativos, caso de Carnaval e Corpus Christi, não são considerados feriados nacionais obrigatórios, mas podem ser decretados pelos governos estaduais ou municipais.

O trabalhador com carteira assinada precisa confirmar, no RH da empresa, se haverá expediente nos dias em que houver ponto facultativo decretado. Importante salientar que os setores considerados essenciais, como saúde e supermercadista, funcionam normalmente em feriados e na vigência de pontos facultativos.

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Quando a bolsa de valores fecha em 2025?

A B3, Bolsa de Valores do Brasil, terá seu funcionamento afetado por feriados nacionais e pontos facultativos. Durante os feriados de 2025, o principal ambiente de negociações de ações e outros papeis do país estará fechado. As datas específicas em que a B3 não funcionará no próximo ano são as seguintes:

DataDia da SemanaFeriado
1º de janeiroQuarta-feiraConfraternização Universal
3 e 4 marçoSegunda e terça-feiraCarnaval
18 abrilSexta-feiraSexta-feira Santa
21 abrilSegunda-feiraTiradentes
1º maioQuinta-feiraDia do Trabalhador
19 junhoQuinta-feiraCorpus Christi
7 setembroDomingoIndependência do Brasil
12 outubroDomingoNossa Senhora Aparecida
2 novembroDomingoFinados
15 novembroSábadoProclamação da República
20 novembroQuinta-feiraDia da Consciência Negra
25 dezembroQuinta-feiraNatal
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Depois do pânico, bolsa de Tóquio dispara. Mas isso não significa que o mercado se acalmou https://investnews.com.br/financas/depois-do-panico-bolsa-de-toquio-dispara-mas-isso-nao-significa-que-o-mercado-se-acalmou/ Tue, 06 Aug 2024 11:35:38 +0000 https://investnews.com.br/?p=606036 Uma recuperação na terça-feira depois de um início de semana catastrófico para os mercados já se tornou um padrão que se repetiu muitas vezes. A má notícia é que isso não garante que a derrocada tenha atingido o fundo do poço.

O comportamento do investidor durante uma forte tendência de queda costuma começar com nervosismo na quinta-feira, corrida para se proteger na sexta e venda generalizada na segunda, de acordo com Brent Donnelly, operador veterano do mercado americano e presidente da empresa de análise Spectra Markets. Nas terça-feiras, o impulso descendente costuma estar pronto para uma ligeira reversão, acrescentou.

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Os números históricos apoiam a tese. O padrão já se repetiu 582 vezes desde 1928, com quedas consecutivas entre a quinta-feira e a segunda, e uma recuperação média de 0,2% na terça, segundo dados compilados pelo estrategista macro Cameron Crise, da Bloomberg.

Quando as perdas intradiárias ultrapassam 1% em cada uma das três sessões anteriores — como aconteceu desta vez — o ganho médio da terça sobe para 0,63%.

O terreno foi preparado para uma “clássica virada da terça-feira”, disse Donnelly em nota publicada na segunda. “Está tudo tão dramaticamente sobrevendido.”

Telão em corretora de Tóquio com informações do mercado financeiro 22/09/2022. REUTERS/Kim Kyung-Hoon

Na segunda (5), os dois principais indicadores da bolsa de Tóquio despencaram mais de 12%, e o selloff se espalhou pelos mercados globais. O índice S&P 500 afundou 3%, a maior queda diária desde setembro de 2022. O índice de volatilidade implícita VIX, conhecido como “indicador do medo”, chegou a registrar um salto recorde.

Nesta terça-feira (6), os dois principais índices de ações do Japão saltaram mais de 9%, o maior ganho desde outubro de 2008.

Mas isso dificilmente será suficiente para apagar o crescente mal-estar generalizado nos mercados financeiros. Investidores que compram e vendem com base em dados quantitativos, como a volatilidade, desfizeram US$ 130 bilhões de apostas em ações nas últimas semanas, e esse processo pode acelerar nos próximos dias e semanas.

Os investidores que pretendem aproveitar pechinchas devem estar cientes de que esta pode ser apenas uma oportunidade de curto prazo.

“Não espero uma recuperação duradoura”, disse Nick Ferres, diretor de investimentos da Vantage Point Asset Management, em Singapura. “É provável que haja volatilidade até outubro ou novembro.”

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Ferres disse que a Vantage Point comprou ações japonesas na segunda quando os preços afundaram, mas acrescentou que “isso é algo mais tático para nós”.

Ele disse que o movimento de venda foi “impulsivo, rápido e emocional” e que se arrependeu de não ter comprado mais.

“A magnitude da venda foi tão grande — a correção ao longo de três dias foi aproximadamente equivalente ao que vimos na quebra do mercado de ações de 1987”, disse Ferres. “Em retrospecto, deveríamos ter comprado um pouco mais.”

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Mercados em pânico: ações desabam mundo afora enquanto cresce o medo de recessão nos EUA https://investnews.com.br/financas/mercados-em-panico-acoes-desabam-mundo-afora-enquanto-cresce-o-medo-de-recessao-nos-eua/ Mon, 05 Aug 2024 11:40:42 +0000 https://investnews.com.br/?p=605720 Os mercados de ações globais estão desabando, com perdas se espalhando entre ações de tecnologia, futuros do Índice Nasdaq 100 caindo mais de 4% e ações japonesas registrando uma queda de 12,4%, a maior em mais de uma década.

À medida que as preocupações com uma desaceleração econômica nos EUA se intensificam, operadores aumentaram as apostas de que o Federal Reserve intervirá com um corte emergencial na taxa de juros, colocando as chances em 30% para uma redução de 0,25 ponto percentual.

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O dólar enfraqueceu e o rendimento do Tesouro de 10 anos caiu para o nível mais baixo em um ano. O índice de volatilidade da CBOE, o medidor de medo de Wall Street, disparou para o nível mais alto desde 2020.

As ações de Nvidia, Apple e Tesla caem mais de 7% nas negociações de pré-mercado. A Berkshire Hathaway Inc. informou no sábado que reduziu sua participação na Apple em quase 50% como parte de uma grande onda de vendas no segundo trimestre. Fabricantes de chips, incluindo Intel e Advanced Micro Devices, também despencaram.

Tela exibindo ações; mercado de ações; bolsa de valores; análise
Crédito: Adobe Stock Photo

Os mercados estão estendendo a retração da semana passada, quando um fraco relatório de empregos nos EUA acendeu temores de que o Fed não está agindo rápido o suficiente para evitar uma forte desaceleração econômica. A onda de vendas atingiu um ponto crítico no Japão, quando operadores se apressaram para desfazer negociações populares de carry trade, impulsionando um aumento de 3% no iene e fazendo o índice Topix perder 12% e fechar o dia com a maior queda de três dias em dados que remontam a 1959.

“O ponto chave é a mudança atual na narrativa, de uma aterrissagem sem impacto para uma aterrissagem suave,” disse Florian Ielpo, chefe de pesquisa macroeconômica da Lombard Odier Asset Management. “Esse risco foi mal precificado, e os investidores mudando de direção rapidamente explica a extensão do movimento.”

Em determinado momento, os futuros do Nasdaq caíram 6,5%, quase acionando um mecanismo de interrupção de negociações, antes de reduzir a queda. O índice já caiu mais de 10% desde seu recorde em 10 de julho, ultrapassando o limite que define uma correção.

Os investidores buscaram refúgio em títulos do governo e no franco suíço. Economistas do Goldman Sachs aumentaram a probabilidade de uma recessão nos EUA no próximo ano para 25%, elevando sua previsão de 15%. Eles acrescentaram que o risco ainda é limitado e que a economia continua “geralmente bem”.

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Mesmo assim, a precificação de swaps mudou dramaticamente nas últimas semanas para refletir a percepção de que o Fed precisará agir rapidamente para preservar o crescimento. Operadores brevemente precificaram 60% de chances de um corte emergencial na taxa de juros na segunda-feira e agora estão antecipando o equivalente a cerca de cinco cortes de um quarto de ponto nas taxas de juros até o final do ano.

“Claramente, esses números de empregos assustaram todo mundo,” disse Neil Birrell, diretor de investimentos da Premier Miton Investors. “Pode ser que até o Fed pense que precisamos fazer algo para proporcionar estabilidade aos mercados, e isso poderia ser um corte na taxa fora do ciclo. Fazer isso uma semana após sua reunião de política seria extraordinário, com base em um único ponto de dados.”

Ainda assim, as apostas em um movimento antecipado do Fed são equivocadas, já que a economia permanece relativamente robusta, apesar dos dados mais recentes, disse Christopher Dembik, consultor sênior de investimentos da Pictet Asset Management.

Foto: Adobe Stock

“Estamos enfrentando uma reação exagerada do mercado em estilo de pânico, mas é amplamente irracional,” disse Dembik. “A economia está se deteriorando, mas nada preocupante se olharmos de forma mais ampla.”

A venda se espalhou por ativos de risco de todos os tipos. Em Taiwan, o índice de ações de referência caiu 8,4%, marcando a pior onda vendedora desde 1967, em um declínio liderado pelo fabricante de chips TSMC. Os futuros de Brent escorregaram para US$ 75 por barril — apagando os ganhos deste ano — e atingiram o nível mais baixo desde janeiro. O Bitcoin apagou mais de 10%.

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Expectativa por dinheiro mais barato bomba o Ibovespa – e a renda fixa também https://investnews.com.br/financas/expectativa-por-dinheiro-mais-barato-bomba-o-ibovespa/ Wed, 17 Jul 2024 10:50:00 +0000 https://investnews.com.br/?p=600673 Não rolou a 12ª alta seguida do Ibovespa ontem. Pudera. Se tivesse acontecido, seria surrealista. A última vez foi há 27 anos, em 1997. Mas ok. A sequência de 11, estabelecida na segunda-feira, já era algo que não se via há um bom tempo também: 14 anos. 

E nesta quarta (17) mais uma alta (0,26%). Com 12 altas nos 13 pregões do mês, o índice soma 4,47% no azul. Se decretassem feriado daqui até o dia 1º de agosto, este já seria o melhor mês da bolsa desde dezembro de 2023 – aquele pródigo final de ano em que o Ibovespa subiu 5,38% em dezembro, depois de ter cravado 12,54% em novembro. 

Vale citar aqui o otimismo com o já distante final do ano passado porque as razões para o bom humor lá do passado são basicamente as mesmas daqui do presente: um alívio quanto aos juros do futuro. 

Juros combatem a inflação deixando o dinheiro mais caro. Em outras palavras: sufocando a economia. Normal, porque não há outro remédio: a alternativa seria deixar a inflação correr solta e você, banco central, deixar o seu país virar uma Argentina, ou um Brasil dos anos 1980. 

Mas esse efeito colateral dos juros cria uma preocupação para qualquer banco central. Se o desemprego começa a crescer, passa a ser recomendável baixar as taxas. 

Caso isso aconteça num momento em que a inflação está desacelerando com força, um corte nos juros se torna iminente. E rola a festa – pois não há nada que faça o mercado abanar o rabo com mais satisfação do que dinheiro barato.  

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Foi o que se deu nos EUA no final do ano passado e, por consequência, no resto do mundo. Uma inflação em franca queda somada a sinais de fraqueza do mercado de trabalho, com o Payroll (principal relatório de emprego deles) mostrando a criação de poucas vagas, davam a entender que o BC americano começaria logo a cortar os juros – que desde julho do de 2023 estão em 5,50%, o maior patamar em 23 anos. 

Só que aí os meses passaram e as coisas mudaram. A inflação parou de cair, a criação de novas vagas subiu e aí, fuén… corte nos juros? Esquece. Em abril, quando esse clima instaurou-se de vez, parte do mercado passou a acreditar que 2024 terminaria sem corte algum – 12% dos investidores, de acordo com o Fed Watch. O Ibovespa respondeu com quedas: -1,70% naquele mês e outros -3,04% em maio.    

Ilustração em estilo colagem; gráfico; subida de números; dolar; selic; cambio; juros
Crédito: Tég

Junho veio com uma correção (alta de 1,48%), mas o clima seguia turbulento. Em julho, porém, o sol voltou a aparecer. No dia 5, o Payroll mostrou a criação de 209 mil vagas novas. Era mais do que o mercado esperava (190 mil), só que outros dados vieram para dar um alento. 

O número de maio, o mês anterior, foi revisado para baixo (de 272 mil para 218 mil), e o de abril também (de 165 mil para 108 mil). Para coroar, o desemprego tinha subido: 4,1%, contra 4,0% em maio e nas previsões. Eram sinais claros de que o mercado de trabalho não estava tão aquecido assim. Isso poderia forçar o Fed a começar logo os cortes. 

Mas o presidente do BC americano, Jerome Powell, deixou claro após o Payroll que não seria tão fácil. “Precisamos ver mais dados positivos sobre a inflação”, ele disse.

“Mais dados” porque a inflação até vinha em queda, mas discreta. Veja aqui (pelo CPI, o “IPCA” deles, em 12 meses):

  • Março: 3,5% (em alta, após 3,1% em janeiro e 3,2% em fevereiro)
  • Abril: 3,4%
  • Maio: 3,3%

E aí, no dia 11 de julho, veio o plot twist: a divulgação de um tombo no índice de preços. O mês de junho registrou a primeira deflação desde maio de 2020: -0,1%. E isso puxou o CPI de 12 meses para…

  • Junho: 3,0%

O próprio Powell reiterou na segunda (15) que os três últimos CPIs deram mais confiança de que a inflacão está caminhando para a meta, de 2%. E que, claro, não precisa esperar a inflação chegar à meta para reduzir os juros – já que as taxas demoram meses para fazer efeito sobre a inflação. 

A baixa de agora é consequência de juros altos lá de trás. E esses juros do passado ainda farão efeito sobre a inflação do futuro. Quem sabe, até fazer com que ela volte aos 2% – e num cenário em que a taxa básica já esteja em queda.

Powell, obviamente, não canta quando virá o primeiro corte. Seria de uma irresponsabilidade atroz. Mas o mercado canta. Agora, 100% dos investidores (de acordo com o Fed Watch) estão fechados na ideia de que o BC americano não passa da reunião de setembro sem cortar os juros. Há um mês, um terço deles achava que a redução da taxa ficaria para mais tarde. 

Ou seja: o barateamento do dinheiro parece mesmo questão de (pouco) tempo. E as bolsas comemoram. O S&P 500 renovou na terça seu recorde histórico (5.667 pontos). E mesmo após uma correção relativamente forte na quarta (-1,39%), a alta no mês segue firme: 2,03%.

Não foi só a renda variável que se deu bem neste mês que mal passou da metade. A expectativa de juros mais baixos por lá tira pressão dos juros daqui. E aí o efeito para quem tem certos títulos públicos é avassalador. Olha só.

Renda fixa com alta de renda variável

Um título público do tipo IPCA+ é como um vale que diz “o portador receberá R$ 4.299 em dinheiro de hoje na data do vencimento”. “Dinheiro de hoje” porque esse valor é atualizado todo dia pela inflação (vão fazendo projeções). 

Esse vale tem um preço. Digamos que seja de R$ 2.158. E que a data do vencimento seja maio de 2035. A diferença entre os R$ 2.158 que você paga e os R$ 4.299 corrigidos que você terá a receber equivalem a um juro composto de 6,46% anuais mais a inflação. 

Então. Quando o cenário é de baixa para os juros do futuro, como começou a se desenhar em julho, esse juro do título cai. Só que o valor final dele, os tais R$ 4.299, seguem iguais. O que muda, então? O preço.

O título fica mais caro. Se o juro cai a 6,12%, por exemplo, significa que o preço de cada título sobe a precisamente R$ 2.269. Uma alta de 5% no valor. 

Se você tem uma carteira com esses títulos dentro, então, seu saldo sobe na mesma proporção. É justamente o que está acontecendo desde o início de julho. Eis aqui as altas dos títulos IPCA+ com vencimento em 2035 e em 2045 nesse período. 

  • IPCA+2035: 5,09%, com a taxa caindo de 6,46% para 6,12%
  • IPCA+2045: 5,79%, com a taxa caindo de 6,47% para 6,26% – como o prazo do vencimento aqui é mais longo, uma queda menor em pontos percentuais equivale a uma alta maior no preço; simples, ainda que complexo 😉

Pois é. Mais do que o Ibovespa. Claro que aqui também ajudou, e muito, o alívio com a parte fiscal. No dia 3 de julho, Lula topou um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas públicas em nome do cumprimento do arcabouço fiscal – quanto mais saudáveis as contas públicas, menos o governo paga em juros para se financiar. Como ele se financia, entre outras fontes, com títulos IPCA+, os juros deles caem. E o preço sobe. 

Também veio a calhar o IPCA amigável de junho: alta de 0,21% no mês, contra 0,32% das previsões. Em 12 meses, estamos em 4,23%. Longe do centro da meta, mas abaixo do teto, que é de 4,50%. Os juros estão fazendo seu trabalho por aqui também.

Só que a grande força motriz das bonanças segue sendo a macroeconomia dos EUA. Não basta ela ir bem para instaurar-se um mar de rosas por aqui, naturalmente. Mas se ela estiver mal, pode tirar o cavalinho da chuva. Felizmente, não é o que está acontecendo neste julho, o mês do mergulho (dos juros futuros). 

E que venha agosto, o mês do… Vejamos o que acontece.

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Ibovespa recua 1,07% na semana com incerteza sobre corte de juros nos EUA; dólar avança 1,40% https://investnews.com.br/financas/ibovespa-recua-107-na-semana-com-incerteza-sobre-corte-de-juros-nos-eua-dolar-avanca-140/ Fri, 07 Jun 2024 22:03:21 +0000 https://investnews.com.br/?p=586582 O Ibovespa fechou em queda de 1,73%, a 120.767,19 pontos, nesta sexta-feira (07), após dados do mercado de trabalho norte-americano mostrarem que a atividade nos Estados Unidos continua aquecida, adicionando incertezas sobre quando o Federal Reserve cortará os juros na maior economia do mundo, com ruídos fiscais ampliando as perdas à tarde. No acumulado da semana, o principal indicador da bolsa caiu 1,07%.

O volume financeiro no pregão somou R$ 21,66 bilhões, novamente abaixo da média diária do ano, de R$ 23,77 bilhões.

O relatório de emprego (payroll) divulgado pelo Departamento do Trabalho norte-americano mostrou que foram abertas 272.000 vagas de emprego fora do setor agrícola no mês passado, enquanto economistas consultados pela Reuters previam criação de 185.000 postos de trabalho, com as estimativas variando de 120.000 a 258.000.

A taxa de desemprego, porém, subiu de 3,9% em abril para 4,0% em maio, rompendo um limite simbólico abaixo do qual a taxa de desemprego havia se mantido por 27 meses consecutivos.

“Com a possibilidade de uma economia americana mais robusta do que o previsto, a expectativa de cortes imediatos nos juros pode ser adiada”, avaliou o CEO da gestora Multiplike, Volnei Eyng, avaliando que um movimento assim pode se concentrar no final do ano, após as eleições presidenciais nos EUA.

Em Wall Street, o S&P 500, uma das referências do mercado acionário norte-americano, cedeu apenas 0,11%, com o foco voltando-se para os benefícios de uma atividade econômica saudável para as empresas. O rendimento do Treasury de 10 anos, contudo, saltava a 4,4335% no final da tarde, de 4,281% na véspera.

LEIA MAIS: Demonstração de força da economia americana eleva o IPCA+2035 a 6,2%

Economistas do BofA Securities esperam que o Fed permaneça em modo de espera por enquanto e inicie um ciclo de cortes graduais apenas em dezembro, a depender de uma moderação nos dados de inflação. “A economia pode estar esfriando, mas não está fria”, afirmaram em relatório enviado a clientes.

Na próxima semana, as atenções estarão voltadas para a reunião do Comitê de Mercado Aberto (Fomc) do Fed, que terá o seu desfecho conhecido na quarta-feira, com a decisão e a coletiva de imprensa do chair Jerome Powell acompanhadas de projeções econômicas da autoridade monetária.

Também na quarta-feira, antes do anúncio do Fed, que não deve trazer mudança na taxa, mas eventuais sinais sobre os próximos passos, será conhecido o índice de preços ao consumidor dos EUA de maio, às 9h30 (horário de Brasília), que pode ajudar a calibrar as últimas apostas para a decisão do Fomc, às 15h.

Brasil

Da cena brasileira, projeções para a inflação e Selic no boletim Focus do Banco Central (segunda-feira) e o IPCA de maio (terça-feira) estarão em foco, principalmente em meio tom conservador de declarações recentes de autoridades da instituição, incluindo o presidente Roberto Campos Neto.

Investidores também continuarão atentos a Brasília, uma vez que persistem preocupações com o quadro fiscal. O ministro da Fazenda disse nesta sexta-feira que o governo poderá eventualmente fazer um contingenciamento de despesas orçamentárias para assegurar o cumprimento das regras fiscais.

Em nota a clientes, um trader citou que, o “golpe final” do dia foi uma reunião do ministro das Fazenda com alguns participantes do mercado “com alguns comentários preocupantes” sobre a situação fiscal do país.

No final da tarde, após notícias citando a reunião, Haddad se mostrou irritado e afirmou que houve uma quebra de protocolo uma vez que a condição da reunião era que as pessoas não interpretassem o que ele falasse.

“A pergunta que me foi feita por um dos integrantes… foi se havia possibilidade de contingenciamento este ano se algumas despesas obrigatórias crescessem para além do previsto, e eu falei que sim”, disse o ministro, afirmando não entender “a intenção da pessoa que vazou uma informação falsa”.

Destaques

– PETROBRAS PN fechou negociada em baixa de 3,75% e PETROBRAS ON caiu 3,38%, em dia de variação modesta do petróleo no exterior, com o barril de Brent encerrando com decréscimo de 0,3%. A estatal também informou na quinta-feira que sua diretoria aprovou a reativação da sua fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados (ANSA), no Paraná, que está hibernada desde 2020. A previsão é de que a operação da ANSA seja reiniciada no segundo semestre de 2025.

– VALE ON recuou 1,31%, sofrendo com a piora generalizada na bolsa, apesar da alta dos futuros do minério de ferro na China pelo segundo dia. O contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou o dia com aumento de 0,72%. A União e os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo também apresentaram na véspera uma contraproposta no valor de 109 bilhões de reais para que seja celebrado um acordo com as mineradoras Samarco, Vale e BHP, responsáveis pelo rompimento da Barragem de Fundão, em 2015.

– ITAÚ UNIBANCO PN perdeu 1,41%, também sofrendo com o “mau humor” após os dados de emprego dos EUA, e BRADESCO PN cedeu 0,77%.

– EMBRAER ON avançou 4,04%, após a Mexicana de Aviación, companhia aérea estatal do México, afirmar nesta sexta-feira que pagará US$ 750 milhões à companhia brasileira pela aquisição de 20 aviões modelo E2 anunciada no começo da semana.

– MAGAZINE LUIZA ON caiu 7,56%, após duas altas seguidas, enfraquecida pelo aumento das taxas futuras de juros, que pesam sobre o setor como um todo. O índice de empresas de consumo da B3, que também inclui nomes de educação, aéreas, alimentos, saúde, entre outros, recuou 1,49%.

– SABESP ON encerrou em queda de 3,97%, no segundo pregão seguido de baixa, após forte valorização nos dois pregões anteriores. Os papéis permanecem sensíveis a movimentos relacionadas à oferta de ações que irá privatizar a companhia de saneamento básico e é aguardada para meados do ano pelo governo do Estado de São Paulo, atual controlador.

Dólar

O dólar à vista fechou em forte alta de 1,44% ante o real, superando aos R$ 5,3247. Este é o maior valor de fechamento desde 5 de janeiro de 2023, quando a moeda foi cotada a R$ 5,3527. Na semana, a moeda acumulou elevação de 1,40%.

O mercado reagiu aos dados do mercado de trabalho dos EUA que sugerem que o Federal Reserve fará apenas um corte de juros em 2024, e em meio ao desconforto dos investidores com a área fiscal no Brasil.

A leitura do mercado em um primeiro momento foi de que, com a economia aquecida como indicou o payroll, o Federal Reserve não terá espaço para cortar juros duas vezes ainda este ano, mas apenas uma vez.

Haddad

Enquanto os ativos brasileiros eram massacrados, Haddad concedia entrevista a jornalistas em São Paulo, para defender a medida provisória enviada ao Congresso que restringe a compensação de créditos tributários. Segundo ele, a resistência contra a MP vai se dissipar conforme haja maior compreensão da intenção do governo de reduzir gastos tributários.

Haddad afirmou ainda que o governo poderá eventualmente fazer um contingenciamento de despesas orçamentárias no ano para assegurar o cumprimento das regras fiscais.

Numa segunda conversa com jornalistas, também em São Paulo, Haddad descartou a possibilidade de alteração do arcabouço fiscal. Segundo ele, um participante da reunião com o Santander vazou uma informação falsa, o que ele qualificou como “muito grave”.

Com o mercado à vista já fechado, restou ao dólar futuro para julho reagir ao desmentido de Haddad: a moeda perdeu força momentaneamente, mas voltou a acelerar as altas antes do fechamento.

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Petrobras: uma aula de como perder a confiança do mercado https://investnews.com.br/negocios/petrobras-uma-aula-de-como-perder-a-confianca-do-mercado/ Wed, 15 May 2024 21:19:06 +0000 https://investnews.com.br/?p=579583 Era 2010. A Petrobras precisava de fundos para explorar o pré-sal. Então foi buscar onde eles são mais baratos: na bolsa. 

Porque o dinheiro que você, empresa, levanta na bolsa é basicamente gratuito. Você não se compromete a pagar. Não é dívida. Você devolve quando (e se) tiver lucro. Caso não tenha, azar de quem virou seu sócio. 

Há 14 anos, durante o governo Lula 2, a Petrobras abriu as portas para novos sócios. Para gente a fim de topar o risco 

Na época, a empresa era dividida em 8,7 bilhões de ações. Cada uma dava direito a 0,11 bilionésimo do que a petroleira distribuía em dividendos. Para levantar dinheiro, ela lançou 4,27 bilhões de papeis novos, elevando o total para 13 bilhões. Ou seja: as novas ações equivaliam a 33% do novo total da companhia.  

Dali em diante, cada papel daria direito a 0,8 bilionésimo do que viesse na forma de proventos. Bem menos do que antes. Trata-se de uma diluição. Os antigos acionistas, se quisessem manter intactas as fatias que possuíam, teriam de comprar lotes dessas novas ações. Além disso, claro, a empresa abria portas para novos entrantes. 

Essas 4,27 bilhões de ações vieram divididas em 2,4 bilhões de ONs, que dão direito a voto, e 1,87 bilhão de PNs, que não dão. A Petro vendeu as ONs por R$ 29,65 cada uma; as PN’s, por R$ 26,30. Total: R$ 120,3 bilhões.

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Com o dólar a R$ 1,71 (por cortesia do boom das commodities), isso dava US$ 70 bilhões. Foi o maior follow-on (oferta extra de ações) da história, até hoje. Na verdade, a maior captação em bolsa at all, contando também IPOs (as ofertas públicas iniciais) – nessa seara, o maior foi o da Saudi Aramco, em 2019, que captou “meros” US$ 25,6 bilhões.  

Dos R$ 120,3 bilhões que a Petrobras captou, uma parcela veio de trabalhadores comuns. 25.544 pessoas converteram parte de seu FGTS nas novas ações da empresa, contribuindo com R$ 423,7 milhões. 

Lula comemorou, numa cerimônia da sede da B3 (então chamada Bovespa) em 24 de setembro de 2010:  “O que se materializa aqui é a decisão soberana de uma sociedade: a de capitalizar o seu futuro; o futuro do seu sistema produtivo”.

Quem dá dinheiro para a capitalização de uma empresa espera retorno, obviamente. E este deveria vir na forma de dividendos. Mas os primeiros anos não foram prolíficos nesse sentido. Entre 2014 e 2017, quando era para o retorno começar a vir, a Petrobras não pagou proventos (cortesia, em grande parte, do escândalo de corrupção).

Entre 2018 e 2020, com a capitalização já completando uma década, eles também vieram fracos, abaixo de R$ 1 por ação a cada ano – pouco pra quem tinha entrado a mais de R$ 26 lá atrás. 

A coisa começou a se pagar de fato a partir de 2021. Veja o valor dos proventos relativos a cada ano fiscal desde então:

2021: R$ 7,62 

2022: R$ 16,47 

2023: R$ 7,03    

Ou seja: quem apostou na Petrobras lá em em 2010, seja uma gigante internacional da gestão de fundos, seja dona Maria, que deixou 30% de seu FGTS ali, só passaram a ter retorno bem recentemente.

Faz sentido debater os dividendos da petroleira, como o governo tem feito – num embate que foi determinante para a queda de Jean Paul Prates. Em 2022, o volume total de proventos (R$ 214 bilhões), foi superior ao lucro líquido no ano (R$ 188 bilhões). Ou seja, houve queima de caixa para pagar dividendos, o que é simplesmente ruim para qualquer companhia.  

Por outro lado, a pressão para reduzir os dividendos ao mínimo previsto no estatuto (25% sobre o lucro, de modo a bancar investimentos) vai contra o interesse de quem tirou dinheiro do próprio bolso para financiar a estatal, lá em 2010. Trata-se de mais uma quebra na relação de confiança entre o controlador da petroleira (a União) e o mercado de capitais. 

E quando a União precisou do mercado de capitais, ele esteve lá, com US$ 70 bilhões na mão – corrigindo pela inflação, dá US$ 100 bilhões; basicamente todo o valor de mercado que a Petrobras tem hoje.  

Por essas, a relação preço sobre lucro da Petrobras tornou-se pífia ao longo dos anos. Quanto menor esse número, mais subvalorizada está a ação. O P/L da Petrobras é de 4 hoje – ou seja, o valor de mercado dela equivale a míseras quatro vezes o lucro dos últimos 12 meses. Já os P/Ls da Exxon e da Chevron, suas pares americanas, é bem maior, perto dos 15.  

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, durante coletiva de imprensa, em março de 2023. (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)
Jean Paul Prates, o oitava pessoa a presidir a Petrobras em nove anos. Chambriard será a nona (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

Trocando de presidente sem parar

Magda Chambriard será a segunda mulher a presidir a Petrobras, depois de Graça Foster (2012-2015). Sua nomeação, após pouco mais de um ano da gestão Jean Paul Prates, é mais uma amostra do quão dura tem sido a interferência governamental na empresa – outro fator de quebra de confiança junto ao mercado. 

Chambriard, afinal, será a nona pessoa a presidir a Petrobras em nove anos. É como se a estatal tivesse virado aquela Argentina do início dos anos 2000, que trocava de presidente sem parar. A lista, do mais recente para a mais antigo nesse intervalo: 

  • Jean Paul Prates (2013-2014), governo Lula
  • Caio Paes de Andrade (2022-2024), governo Bolsonaro
  • José Mauro Ferreira Coelho (2022-2022), governo Bolsonaro
  • Joaquim Silva e Luna (2021-2022), governo Bolsonaro
  • Roberto Castello Branco (2019-2021), governo Bolsonaro
  • Ivan Monteiro (2018-2019), governo Temer
  • Pedro Parente (2016-2018), governo Temer  
  • Aldemir Bendine (2015-2016), governo Dilma

Chambriard, a nova presidente, é engenheira civil de formação e mestre em engenharia química. Atuou até então como consultora no setor de petróleo e energia. Ela foi funcionária da Petrobras por 22 anos, atuando sempre na área de produção.

Mais tarde foi cedida à ANP, a Agência Nacional de Petróleo e Gás, para assumir como assessora da diretoria de Exploração e Produção em 2002. Dez anos depois, chegaria à Diretoria Geral da ANP. Ela foi responsável pelos estudos técnicos que culminaram na primeira licitação do pré-sal.

Com seus 40 anos de experiência no setor, defende a exploração de petróleo em novas áreas. Inclusive, na Margem Equatorial, região envolvida no imbróglio entre os setores ambiental e de energia do governo. 

Pois é. Esta nova temporada da Petrobras promete mais brigas. 

Nesta quinta, os papeis caíram 6%, a R$ 38,40. Se quem comprou PETR4 a R$ 26,30 lá em 2010 tivesse deixado em CDI, estaria hoje com R$ 79,30 para cada ação – já descontando os 15% de imposto.

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Menos empregos nos EUA: vem aí um rally da bolsa?  https://investnews.com.br/economia/menos-empregos-nos-eua-vem-ai-um-rally-da-bolsa/ Fri, 03 May 2024 14:25:53 +0000 https://investnews.com.br/?p=576557 Lembra o rally da bolsa no final do ano passado? O Ibovespa fechou 2023 com uma alta buffettiana de 22%. Mas tem um detalhe. Até o dia 30 de outubro, com o ano prestes a fechar as portas, o índice estava quase no zero a zero. Tinha subido parcos 2%. 

O que aconteceu? O Payroll aconteceu. Na primeira semana de novembro, o relatório de emprego mais importante dos EUA, referente a outubro, veio com números animadores: a criação de novas vagas ficou em apenas 150 mil – 30 mil abaixo das previsões e menos da metade do número de setembro (336 mil).

A lógica, sempre vale lembrar, é a inversa no cenário atual de juros escorchantes: quanto menos vagas, melhor para o mercado financeiro – sinais de fraqueza na economia americana forçam o Fed a começar de uma vez a redução nos juros; e tudo o que importa agora é que a taxa lá fora saia dos 5,5%, a maior em 23 anos.  

Bom, nesta sexta (3), veio o melhor Payroll possível (nessa leitura market friendly): criação de 175 mil vagas, contra 243 mil do consenso elaborado pela Lseg. 

Detalhe da fachada da Bolsa de Valores de Nova York em Wall Street, em Nova York
Foto: Adobe Stock Photo

Aqui, vale mais um recap. Depois daquele payroll de outubro, foi só pancada. Todos vieram acima das previsões.

Pior: em janeiro e no de março a criação de novas vagas ficou além da linha vermelha de 300 mil – número diante do qual as previsões sobre o futuro das taxas dos Fed tendem a ficar assombrosas, como ficaram (o que jogou o dólar lá para cima e as ações lá para baixo nos últimos meses). 

Essas 175 mil vagas de agora são o melhor resultado desde outubro. E nesse mundo invertido de “quanto pior para a economia real, melhor para a virtual (a do mercado financeiro)” veio outro dado ruim que é bom: aumento no desemprego, de 3,8% para 3,9%.  

E a reação do mercado foi imediata. S&P 500 e seu às vezes fiel cão, o Ibovespa, abriram (e fecharam) com altas ao norte do 1%. Os treasuries de 10 anos, que refletem as expectativas quanto ao amanhã dos juros, saíram de 4,54%, o patamar logo antes do anúncio do Payroll, para terminar o dia a 4,49%.

Caem os títulos públicos americanos, cai o dólar: -0,85% ante o real na sexta, a R$ 5,07. 

E com o clima mais amigável para os juros, os títulos IPCA+ deram uma folguinha. O 2035 caiu dos monstruosos 6,20% aa de quinta (2) para 6,16%.

E como será o amanhã? Para dizer isso, a Grécia antiga tinha o Oráculo de Delfos, nas encostas do monte Parnaso. Já o mercado financeiro tem o Fed Watch, ferramenta situada nas encostas da Bolsa Mercantil de Chicago (a CME).

A pesquisa diária da CME com investidores passou a apontar o seguinte: até ontem, 38,4% acreditavam que o Fed chegaria à reunião de novembro sem ter cortado um fio de cabelo dos juros. Essa proporção caiu para 28% logo após a divilgação do relatório de empregos – ainda que tenha fechado o dia um pouco acima disso, em 32%.

O próximo dado fundamental para traçar o futuro chega só no dia 15 de maio, o CPI (IPCA dos EUA). E ele vem acelerando: 

Janeiro: 3,1%

Fevereiro: 3,2%

Março: 3,5%

Ou seja, até este momento, o CPI só tem dado combustível ao Fed para manter os juros na ionosfera. Agora é ver se, a exemplo do Payroll, o índice vai mostrar alguma desaceleração. 

Para o JP Morgan, um CPI dócil o bastante pode ressuscitar a expectativa de um primeiro corte em julho – porque com essa nem o Payroll deu jeito: a maioria (perto de 60%) segue não acreditando nessa possibilidade.

Mercado escaldado, afinal, tem medo de água fria. Mesmo depois do banho quentinho na manhã de sexta.

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Dólar interrompe sequência de cinco altas; Ibovespa cai pelo 6º dia seguido https://investnews.com.br/financas/dolar-interrompe-sequencia-de-cinco-altas-ibovespa-cai-pelo-6-dia-seguido/ Wed, 17 Apr 2024 21:09:17 +0000 https://investnews.com.br/?p=571602 O dólar à vista interrompeu nesta quarta-feira (17) uma sequência de cinco sessões consecutivas de ganhos e fechou a sessão em baixa ante o real, em sintonia com o recuo da moeda norte-americana no exterior e com investidores realizando os lucros mais recentes.

O dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 5,2445 reais na venda, em baixa de 0,46%. Em abril, no entanto, a divisa acumula alta de 4,56%.

Pela manhã, em meio ao recuo das cotações no exterior, o dólar à vista oscilava em baixa ante o real no Brasil, com investidores aproveitando a alta superior a 5% nos cinco dias úteis anteriores para vender moeda e embolsar parte dos lucros.

“Houve uma realização de lucro, e todo mundo estava esperando por isso”, comentou durante a tarde Thiago Avallone, especialista de câmbio da Manchester Investimentos, ao justificar a queda do dólar ante real.

“Ainda assim, continuo achando que o cenário segue desfavorável ao real. Estamos numa espécie de tempestade perfeita, em que os dados lá de fora postergam o corte de juros pelo Federal Reserve e o governo brasileiro segue gastando mais do que deve, alterando as metas de (resultado) primário”, acrescentou.

Desdobramentos

Na segunda-feira, o governo anunciou redução da meta fiscal para 2025 de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para zero, o que foi mal-recebido pelo mercado.

As preocupações com a área fiscal voltaram a fazer preço durante a tarde desta quarta-feira, em especial no mercado de juros futuros, após o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, indicar que a incerteza pode reduzir o ritmo de cortes da taxa básica Selic.

Além disso, Campos Neto defendeu que o Brasil tem uma taxa de câmbio flutuante e por isso o BC só deve intervir no dólar em casos de disfuncionalidades.

“Pensamos que o câmbio é flutuante, e isso é muito importante, é um absorvedor de choques que tem uma função muito relevante ao nos dizer onde a demanda por proteção está e o porquê”, disse o presidente do BC em reunião com investidores em Washington, nos EUA.

“Não reagimos ao fato de que as pessoas estão reprecificando nosso prêmio de risco”, acrescentou.

Na prática, Campos Neto afastou especulações presentes no mercado nos últimos dias de que o BC poderia — ou deveria –realizar leilões de linha (venda de dólares com compromisso de recompra) ou operações extras de swap para conter a escalada do dólar.

Pouco depois das declarações de Campos Neto sobre o câmbio, o dólar à vista migrou para o território positivo e chegou a marcar R$ 5,2814 reais (+0,24%).

Mas a moeda voltou a perder força na sequência, acompanhando a tendência de baixa vinda do exterior e sob influência da realização dos lucros mais recentes. Na cotação mínima do dia, às 15h46, o dólar à vista marcou R$ 5,2200 reais (-0,92%).

No fim da tarde, o dólar também se mantinha em baixa no exterior. Às 17h33, o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,38%.

Bolsa

Já o Ibovespa marcou sua sexta queda seguida, com o tom negativo prevalecendo nas bolsas dos Estados Unidos, sem que o avanço nos papéis de Vale e Petrobras, de grande peso no índice, conseguisse mantê-lo no azul.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa teve variação negativa de 0,16%, a 124.191,79 pontos, de acordo com dados preliminares. Na máxima do dia, chegou a 125.300,97 pontos. Na mínima, a 123.641,94 pontos.

O volume financeiro somava R$ 21,7 bilhões antes dos ajustes finais, em sessão marcada pelos vencimentos de opções sobre o Ibovespa e do contrato futuro do índice.

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Ibovespa recua 0,49%; BRF dispara 10%, após elevação de recomendação por bancos https://investnews.com.br/economia/dolar-vai-a-r-518-e-registra-maior-valor-desde-marco-de-2023-ibovespa-recua-049/ Mon, 15 Apr 2024 21:02:53 +0000 https://investnews.com.br/?p=570659 O índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,49% nesta segunda-feira (15), aos 125.333,89 pontos. Na máxima do dia, chegou a 126.250,41 pontos, já na mínima, a 125.033,98 pontos. O volume financeiro somou R$ 27,2 bilhões.

O indicador quase perdeu o patamar dos 125 mil pontos no pior momento, seguindo o sinal negativo em Wall Street com pessimismo renovado em torno do momento do primeiro corte de juros nos Estados Unidos.

As ações da BRF (BRFS3), no entanto, foram o destaque positivo da sessão, com alta de mais de 10%, após Goldman Sachs e JPMorgan elevarem recomendação e preço-alvo para o papel. Outras processadoras de alimentos como Marfrig (MRFG3) e JBS (JBSS3) também apresentaram bom desempenho no pregão. 

Para Luís Moran, head da EQI Research, o indicador brasileiro segue sensível ao comportamento das bolsas nos EUA, que recuaram diante de uma fuga dos ativos de risco.

“É um pessimismo renovado”, afirmou Moran. “Os primeiros resultados que começaram a sair (de bancos e inflação), na sexta-feira principalmente, vieram ruins.”

Somando-se às leituras da semana passada, dados do varejo norte-americano acima das expectativas nesta segunda-feira reforçaram a perspectiva de juros altos por mais tempo, o que elevou os rendimentos do Treasury de dez anos a mais de 4,6%.

Na cena doméstica, o governo propôs uma meta de superávit primário zero para 2025, em uma redução do esforço fiscal anunciado anteriormente, que previa superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano.

Análise gráfica do BB para a semana apontou para uma desvalorização do Ibovespa, “diante das questões fiscais domésticas e conjugada à expectativa esperada para ambiente internacional”.

Dólar

O dólar à vista emplacou nesta segunda-feira a quarta sessão consecutiva de alta e encerrou no maior valor ante o real desde março do ano passado. O avanço ocorre após dados do varejo dos EUA reforçarem a perspectiva de juros altos por mais tempo e o mercado receber com pessimismo a redução da meta fiscal brasileira para 2025.

O dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 5,1835 reais na venda, em alta de 1,21% – o maior valor de fechamento para a moeda norte-americana desde 27 de março de 2023, quando encerrou em R$ 5,2075. Em abril, acumula elevação de 3,35%.

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Ibovespa fecha em alta e encosta em 130 mil pontos; dólar fecha nos R$ 5 https://investnews.com.br/economia/ibovespa-fecha-em-alta-e-encosta-em-130-mil-pontos-dolar-fecha-nos-r-5/ Tue, 09 Apr 2024 21:17:34 +0000 https://investnews.com.br/?p=569220 Por Paula Arend Laier e Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) – O Ibovespa fechou em alta nesta terça-feira, resistindo ao enfraquecimento das ações da Vale e da Petrobras e encostando nos 130 mil pontos, marcado pelo alívio nos rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano, que reverberou na curva de juros doméstica.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,8%, a 129.890,37 pontos. Na máxima do dia, chegou a 129.956,18 pontos. Na mínima, a 128.826,38 pontos.

O volume financeiro somou 20,18 bilhões de reais.

Investidores encerraram o pregão no aguardo de uma pauta relevante na quarta-feira, que tem como destaque o índice de preços ao consumidor (CPI) norte-americano de março, em um momento de incertezas crescentes sobre quando começará um muito aguardado ciclo de cortes de juros na maior economia do mundo.

Dólar

A forte alta dos preços do minério de ferro no mercado internacional, pelo segundo dia consecutivo, abriu espaço para nova baixa do dólar à vista no Brasil, importante exportador global da commodity, mas ainda assim a moeda norte-americana se manteve pouco acima do nível técnico dos 5 reais nesta terça-feira.

O dólar à vista fechou o dia cotado a 5,0067 reais na venda, em baixa de 0,50%. Em abril, a divisa acumula queda de 0,18%.

Às 17h03, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,39%, a 5,0170 reais na venda.

A moeda norte-americana cedeu durante toda a sessão no Brasil em continuidade ao movimento da véspera, com o real sendo favorecido pela alta do minério de ferro no exterior.

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