EUA – InvestNews https://investnews.com.br Sua dose diária de inteligência financeira Tue, 03 Dec 2024 19:11:10 +0000 pt-BR hourly 1 https://investnews.com.br/wp-content/uploads/2024/03/favicon-96x96.ico EUA – InvestNews https://investnews.com.br 32 32 China barra exportação de metais com aplicações militares aos EUA em meio à tensão comercial https://investnews.com.br/economia/china-barra-exportacao-de-metais-com-aplicacoes-militares-aos-eua-em-meio-a-tensao-comercial/ Tue, 03 Dec 2024 19:11:07 +0000 https://investnews.com.br/?p=635593
Um wafer semicondutor da Gallium Arsenide é processado em chips para dispositivos de comunicação por radiofrequência na sede da RF Micro Devices Inc. (RFMD) em Greensboro, Carolina do Norte, EUA. Foto: Victor J. Blue/Bloomberg

A China proibiu nesta terça-feira (3) exportações de minerais essenciais como gálio, germânio e antimônio para os Estados Unidos. Os metais têm ampla aplicação militar, elevando as tensões comerciais entre os países um dia após nova repressão de Washington ao setor chinês de hardware.

As restrições reforçam a aplicação dos limites existentes sobre exportações de minerais essenciais que Pequim começou a implementar no ano passado, mas se aplicam apenas ao mercado dos EUA.

Este é o mais recente episódio da escalada de tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo, antes da posse do presidente eleito Donald Trump, que acontecerá em janeiro.

Uma diretiva do Ministério do Comércio Chinês sobre itens de uso duplo, com aplicações militares e civis, citou preocupações de segurança nacional. A ordem, que entra em vigor imediatamente, também exige uma revisão mais rigorosa do uso final de itens de grafite enviados aos EUA.

“Em princípio, a exportação de gálio, germânio, antimônio e materiais superduros para os Estados Unidos não será permitida”, disse o ministério.

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Gálio e germânio são usados em semicondutores. Este último também é usado em tecnologia infravermelha, cabos de fibra óptica e células solares. Já o antimônio é utilizado em aplicações militares, munições e outras armas, enquanto o grafite é o maior componente em volume de baterias de veículos elétricos.

A medida gerou novas preocupações de que Pequim poderia ter como alvo outros minerais essenciais, incluindo aqueles com uso ainda mais amplo, como níquel e cobalto.

“A China vem sinalizando há algum tempo que está disposta a tomar essas medidas, então quando os EUA aprenderão a lição?”, disse Todd Malan, da Talon Metals, que está tentando desenvolver uma mina de níquel em Minnesota e explora o metal em Michigan. A única mina de níquel dos EUA estará esgotada até 2028.

Os Estados Unidos estavam avaliando as novas restrições, mas tomarão “as medidas necessárias” em resposta, disse um porta-voz da Casa Branca, sem dar detalhes.

“Esses novos controles apenas ressaltam a importância de fortalecer nossos esforços com outros países para reduzir riscos e diversificar cadeias de suprimentos críticas para longe da China”, disse o porta-voz.

Representantes de Trump não responderam imediatamente a um pedido de comentário.

Dados da alfândega chinesa mostram que não houve remessas de germânio ou gálio, beneficiados ou não, para os EUA neste ano até outubro, embora o país tenha sido o quarto e o quinto maior mercado para os minerais, respectivamente, um ano antes.

Da mesma forma, as remessas totais de produtos de antimônio da China em outubro caíram 97% em relação a setembro, depois que a decisão de Pequim de limitar suas exportações entrou em vigor.

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No ano passado, a China foi responsável por 48% do antimônio extraído globalmente. O metal é usado em munições, mísseis infravermelhos, armas nucleares e óculos de visão noturna, bem como em baterias e equipamentos fotovoltaicos.

Este ano, a China foi responsável por 59,2% da produção de germânio refinado e 98,8% da produção de gálio refinado, de acordo com a consultoria Project Blue.

Amostras de metais raros expostas em Sillamae, Estônia. Foto: Peter Kollanyi/Bloomberg

“A mudança é uma escalada considerável de tensões nas cadeias de suprimentos, onde o acesso a unidades de matéria-prima já é restrito no Ocidente”, disse o cofundador do Projeto Blue, Jack Bedder.

Os preços do trióxido de antimônio em Roterdã subiram 228% desde o início do ano, para 39.000 dólares a tonelada métrica em 28 de novembro, mostraram dados do provedor de informações Argus.

“Todos vão cavar em seus quintais para encontrar antimônio. Muitos países tentarão encontrar depósitos de antimônio”, disse um pequeno comerciante de metais na Europa, que não quis ser identificado.

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A Perpetua Resources, que está desenvolvendo uma mina de antimônio em Idaho com apoio financeiro do governo dos EUA, disse que a China está “transformando o acesso” a minerais essenciais para as empresas militares e de tecnologia dos EUA.

“Devemos levar a sério as fontes minerais norte-americanas”, disse o CEO da Perpetua, Jon Cherry. “É hora de acabar com nossa dependência da China e garantir nosso futuro.”

A United States Antimony, que refina antimônio em Montana, disse acreditar que a medida da China aumentará os preços do metal e, assim, elevará os suprimentos para sua fundição, embora a empresa tenha reconhecido que levará tempo para que as minas sejam desenvolvidas.

O anúncio da China ocorre depois que Washington lançou na segunda-feira (2) sua terceira repressão em três anos à indústria de semicondutores da China, restringindo as exportações para 140 empresas, incluindo o fabricante de equipamentos de chips Naura Technology Group.

Trump, cujo primeiro mandato de quatro anos na Casa Branca foi marcado por uma amarga guerra comercial com a China, disse que implementará tarifas sobre os produtos chineses.

“Não é nenhuma surpresa que a China tenha respondido às crescentes restrições das autoridades norte-americanas, atuais e iminentes, com suas próprias restrições ao fornecimento desses minerais estratégicos”, disse Peter Arkell, presidente da Associação Global de Mineração da China. “É uma guerra comercial que não tem vencedores”, acrescentou.

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Separadamente, vários grupos da indústria chinesa pediram na terça-feira que seus membros comprassem semicondutores fabricados no país, com um deles dizendo que os chips dos EUA não eram mais seguros e confiáveis.

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Dólar enfrentará um dezembro ainda mais desafiador por conta de Trump e riscos inflacionários https://investnews.com.br/economia/dolar-enfrentara-um-dezembro-ainda-mais-desafiador-por-conta-de-trump-e-riscos-inflacionarios/ Mon, 02 Dec 2024 18:30:46 +0000 https://investnews.com.br/?p=635113 Ilustração sobre corte de juros nos Estados Unidos e desvalorização do dólar
Ilustração: João Brito

Os otimistas do dólar, encorajados pela vitória de Donald Trump, estão entrando em um mês que, historicamente, pune a moeda americana em relação a outras divisas.

Desde a eleição em 5 de novembro, a moeda americana acumula alta de cerca de 2%, mas os efeitos sazonais mostram que as chances estão contra ela a partir de agora. O dólar registrou perdas em oito dos últimos dez dezembros, muitas vezes vítima dos fluxos de reequilíbrio de portfólios no fim de ano e da chamada “corrida do Papai Noel”, que encoraja os investidores a vender dólares em troca de ativos mais arriscados, como ações.

As chances de oscilações repentinas e desproporcionais são maiores desta vez, com o risco de as postagens nas mídias sociais do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, agitarem os mercados, enervando os investidores em um mês que também tem nove reuniões de política monetária importantes ao redor do globo e uma enxurrada de dados econômicos relevantes. Qualquer indício de uma surpresa negativa poderia desencadear uma debandada para outra moeda de refúgio definitiva, tornando obsoleta a narrativa de “vender o dólar”.

“É melhor se segurar em seus assentos”, disse Vishnu Varathan, chefe de economia e estratégia do Mizuho Bank. “Normalmente, trata-se de apertar o pedal para aumentar o risco e vender dólares, mas com a chegada de Trump ao poder, quem sabe?”

A volatilidade das moedas disparou desde a eleição, já que os investidores de Nova York a Tóquio planejam o que os próximos quatro anos reservam para o mercado de câmbio de US$ 7,5 trilhões por dia. No centro do debate está o destino do dólar sob a presidência de Trump – que deverá alimentar a inflação na maior economia do mundo, complicando a perspectiva de corte de taxas do Federal Reserve.

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As ações recentes do mercado ressaltam a dificuldade de negociar o dólar: o indicador de dólar da Bloomberg caiu por três meses consecutivos até setembro, antes de reverter o curso. O JPMorgan Chase, o Goldman Sachs e o Citigroup esperam que a moeda norte-americana continue se fortalecendo, já que as tarifas são vistas como um acréscimo às pressões sobre os preços e prejudicam outras economias.

O impacto de Trump sobre as moedas vai além do canal da inflação – ele exigiu compromissos das nações do chamado Brics para não criar uma nova moeda como alternativa ao uso do dólar.

Um indicador da Bloomberg do dólar avançou até 0,8% na segunda-feira nas negociações de Nova York, o maior ganho intradiário em mais de três semanas, já que a turbulência política na França fez com que o euro e a moeda da maioria dos países no Grupo-dos-10 caíssem em relação ao dólar.

“O resultado é que, até que algo mude, o caminho de menor resistência para o dólar é a alta”, disse Kathy Jones, estrategista-chefe de renda fixa da Charles Schwab. “A chave para o dólar em 2025 será a política tarifária.”

Fase de consolidação

Outros analistas discordam da visão do dólar forte. O Morgan Stanley vê a força do dólar atingindo o pico no final do ano e diminuindo em 2025, à medida que os investidores deixam de se concentrar nos riscos comerciais e passam a se concentrar na provável trajetória de flexibilização contínua do Fed. Ugo Lancioni compartilha um sentimento semelhante.

“Temos uma pequena posição positiva no dólar, mas estamos reduzindo-a à medida que o dólar se valoriza”, disse o gerente sênior de portfólio da Neuberger Berman, em Milão. “O dólar pode entrar em uma fase de consolidação, o mercado está, na verdade, bastante comprado.”

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Os dados mais recentes da Comissão de Negociação de Contratos Futuros de Commodities (CFTC, na sigla em inglês) dão crédito a essa visão. Os gerentes de ativos são os mais otimistas em relação à moeda norte-americana desde 2016, ressaltando o potencial de queda do dólar à medida em que os investidores realizam lucros em posições que se beneficiam de um dólar mais forte.

“Vai levar um pouco de tempo para que várias políticas comerciais de Trump se concretizem”, disse Leah Traub, gerente de portfólio e chefe da equipe de moedas da Lord Abbett. “A única coisa com a qual estamos cautelosos é o fato de o mercado reconhecer muitos desses pontos.”

O resultado final provavelmente serão oscilações cada vez maiores do dólar, à medida que os investidores analisam cada manchete e ponto de dados econômicos. Um indicador da volatilidade implícita do Bloomberg Dollar Spot Index para o próximo semestre está sendo negociado em torno de sua marca mais forte em 18 meses. A reunião de política do Fed, em meados de dezembro, estimulará os investidores a recalibrarem suas apostas na moeda norte-americana, enquanto outras, como os resultados da política do Banco do Japão e do Banco da Inglaterra, também terão influência.

Abdelak Adjriou está entre os que estão se preparando para novas oscilações – especialmente se o Fed pegar os investidores desprevenidos ao manter as taxas em espera neste mês. O gerente financeiro da Carmignac, em Paris, espera que o Fed faça cortes, mas com os dados de emprego e inflação dos EUA antes disso, o cenário pode mudar. Ainda assim, ele está optando por analisar qualquer oscilação de curto prazo.

“Estou olhando para o médio prazo e o dólar ainda é o rei”, disse ele.

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Tentativa de impedir moeda única dos Brics é vista como provocação desnecessária de Trump https://investnews.com.br/economia/tentativa-de-armar-o-dolar-e-vista-como-provocacao-desnecessaria-de-trump-aos-brics/ Mon, 02 Dec 2024 14:03:33 +0000 https://investnews.com.br/?p=635018
Mercadorias expostas para venda antes de um comício de campanha com o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, no Aero Center Wilmington, em Wilmington, Carolina do Norte, EUA. Foto: Allison Joyce/Bloomberg

A nova pressão de Donald Trump sobre países de todos os cantos do mundo para que permaneçam ancorados em um sistema financeiro baseado no dólar americano é uma tática que corre o risco de sair pela culatra, segundo observadores do mercado.

Parece provável que o dólar domine a economia mundial em um futuro próximo e a ideia das nações emergentes de criar sua própria moeda única é “um exagero”, disse Mark Sobel, um veterano aposentado de 40 anos da política monetária que trabalhou no Tesouro dos EUA.

No entanto, a última intervenção de Trump corre o risco de minar o dólar e aumentar a probabilidade de tais pactos, incentivando os países a explorar maneiras de evitar a moeda americana nas transações bilaterais.

“Não é uma boa aparência”, escreveu Brad Setser, membro sênior do Conselho de Relações Exteriores e ex-funcionário do Tesouro dos EUA durante a presidência de Barack Obama. Isso “indiretamente eleva a estatura dessa não-ameaça e sugere uma falta de confiança no dólar”, disse ele.

No fim de semana, Trump advertiu os chamados países do Brics (acrônimo para Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul [South Africa]) que exigiria um compromisso de que eles não criariam uma nova moeda como alternativa ao uso do dólar, e repetiu as ameaças de cobrar uma tarifa de 100% sobre eles se o fizessem.

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Embora a África do Sul tenha dito na segunda-feira (2) que não há planos para criar tal rival, a postagem de sábado (30) na rede Truth Social, do Trump, ecoa os comentários que o presidente eleito fez em sua campanha eleitoral e destaca como os governos e os investidores precisarão ficar alertas o tempo todo para o uso da mídia social nos próximos quatro anos.

É mais fácil falar do que fazer qualquer tentativa de destronar o dólar.

A moeda americana foi responsável por cerca de 88% de todas as negociações no mercado de câmbio de US$ 7,5 trilhões por dia, com base na última pesquisa trienal do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês) publicada em 2022.

O tamanho e a força da economia dos EUA também não têm paralelo, os títulos do Tesouro ainda são uma das formas mais seguras de armazenar dinheiro e o dólar ainda é o principal beneficiário dos fluxos de refúgio.

“O dólar continua dominante por vários motivos: o dólar é a moeda mais líquida do mundo, é negociado livremente e também é a moeda de empréstimo do mundo”, disse Rodrigo Catril, estrategista do National Australia Bank em Sydney.

Mas ele acrescentou que se “Trump aumentar a pressão sobre os Brics, isso poderá acelerar o afastamento do dólar”.

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Os membros do Brics, grupo que inclui o Brasil, controlam mais de 40% das reservas dos bancos centrais em todo o mundo e têm discutido formas de reduzir a dependência do dólar – incluindo a ideia de uma moeda única para uso entre si.

Em sua declaração, o governo da África do Sul disse que “as discussões dentro do Brics se concentram no comércio entre os países membros usando suas próprias moedas nacionais”.

“Com relação a essa ameaça específica, ela não parece realista e a probabilidade é baixa, mas serve como um bom lembrete de que o presidente eleito Trump quer manter o dólar americano como moeda de reserva e é improvável que desvalorize o dólar de forma proativa”, disse Cindy Lau, chefe de renda fixa da Avanda Investment Management em Cingapura.

“Isso também reafirma nosso pensamento de que as tarifas serão continuamente usadas como uma ameaça em seu mandato, para atender a seus objetivos e como uma poderosa ferramenta de negociação”, disse ela.

Embora não haja ameaça imediata à supremacia do dólar, a perspectiva de longo prazo é menos certa.

O Brasil e a China já haviam fechado acordos para liquidar o comércio em suas moedas locais, enquanto a Índia e a Malásia haviam firmado um acordo para aumentar o uso da rupia nos negócios internacionais. Em maio, os bancos centrais da Tailândia e da China assinaram um memorando de entendimento para promover transações bilaterais em moedas locais, e os últimos comentários de Trump podem, na verdade, aumentar a probabilidade de novos acordos desse tipo.

“A partir de hoje, qualquer pessoa fora dos EUA que use o dólar para transações sentirá isso como um jugo que os EUA estão impondo a eles”, disse Ulrich Leuchtmann, chefe de pesquisa de câmbio do Commerzbank AG em Frankfurt. “No longo prazo, essa não pode ser uma situação estável. Especialmente porque esse jugo provavelmente será sentido de forma tanto mais opressiva quanto mais egoísta for a política dos EUA em outras áreas.”

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Trump pede ‘compromisso’ do Brics com dólar e ameaça retaliação com taxas de 100% https://investnews.com.br/negocios/trump-pede-compromisso-do-brics-com-dolar-e-ameaca-retaliacao-com-100-de-taxas/ Mon, 02 Dec 2024 13:08:34 +0000 https://investnews.com.br/?p=634994
Líderes mundiais durante a Cúpula do Brics em Joanesburgo, África do Sul, em 24 de agosto de 2023. Fotógrafo: Per-Anders Pettersson/Getty Images Europe

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, refez ameaças às nações do Brics exigindo compromissos para que elas não se movimentem para criar uma nova moeda como alternativa ao uso do dólar americano. Trump disse que não descarta cobrar uma tarifa de importação de 100% caso os países do bloco deixem de usar as divisas americanas para as negociações.

“A ideia de que os países do Brics estão tentando se afastar do dólar enquanto nós ficamos parados observando é ÓTIMA”, disse Trump em uma postagem em sua rede Truth Social no sábado (30).

“Exigimos um compromisso desses países de que eles não criarão uma nova moeda do Brics nem apoiarão qualquer outra moeda para substituir o poderoso dólar americano, caso contrário, eles enfrentarão 100% de tarifas e deverão dizer adeus às vendas para a maravilhosa economia americana”, acrescentou.

Em sua campanha, Trump prometeu que tornaria caro para os países se afastarem do dólar americano. E ameaçou usar tarifas para garantir que eles cumprissem a promessa. A ameaça de sábado ganhou nova relevância no momento em que o presidente eleito se prepara para assumir o poder em janeiro.

Trump e seus assessores econômicos vêm discutindo formas de punir aliados e adversários que buscam se envolver em comércio bilateral em outras moedas que não o dólar. As medidas incluem a consideração de opções como controles de exportação, taxas de manipulação de moeda e impostos sobre o comércio, informou a Bloomberg News em abril.

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Trump há muito tempo enfatiza que quer que o dólar americano continue sendo a moeda de reserva mundial, dizendo em uma entrevista em março à CNBC que ele “não permitiria que os países abandonassem o dólar” porque isso seria “um golpe [para os EUA]”.

A advertência do presidente eleito contra as nações do Brics sugere “o quanto o novo governo está confuso sobre o sistema global de comércio e capital”, de acordo com Michael Pettis, membro sênior do Carnegie Endowment for International Peace.

“Os EUA não podem reduzir seu déficit comercial e aumentar o domínio global do dólar americano, pois isso impõe condições diametralmente opostas”, disse Pettis em sua conta no X.

O alerta às nações do Brics contra a substituição do dólar americano sugere o quanto o novo governo está confuso em relação ao sistema global de comércio e capital. Manter o domínio do dólar é totalmente inconsistente com as políticas comerciais declaradas dos EUA. https://t.co/nQmRyBX2Db

Michael Pettis (@michaelxpettis) 1 de dezembro de 2024

O grupo Brics de nações de mercados emergentes — cuja sigla significa Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — expandiu-se este ano para incluir o Irã, os Emirados Árabes Unidos, a Etiópia e o Egito, entre outros. A questão da desdolarização foi discutida em uma cúpula em 2023. A reação contra o domínio do dólar ganhou força em 2022, quando os EUA lideraram os esforços para impor sanções econômicas à Rússia.

Embora alguns possíveis rivais do dólar, como o yuan chinês, já tenham feito incursões, isso geralmente aconteceu às custas de outras moedas que não o dólar.

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Apesar da retórica do grupo, a infraestrutura que sustenta o dólar, como o sistema de pagamentos internacionais, provavelmente dará à moeda americana uma vantagem decisiva nas próximas décadas.

Evidências disso surgiram durante a reunião de outubro do bloco em Kazan, organizada pelo presidente russo Vladimir Putin, um defensor da redução do papel internacional do dólar. Os organizadores da reunião incentivaram os participantes a levar dólares americanos ou euros, pois os cartões Mastercard ou Visa que não são russos não funcionam no país.

Os assessores econômicos de Trump e de sua campanha falaram em particular sobre o objetivo do esforço do Brics.

“Não há nenhuma chance de os Brics substituírem o dólar americano no comércio internacional, e qualquer país que tentar deve dar adeus aos Estados Unidos”, disse Trump no sábado.

O presidente eleito já agitou os mercados mundiais antes de seu segundo mandato com ameaças de impor tarifas adicionais de 10% sobre os produtos da China e tarifas de 25% sobre todos os produtos do México e do Canadá se esses países não fizerem mais para conter o fluxo de drogas ilegais e migrantes sem documentos através das fronteiras dos EUA.

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O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, reuniu-se com Trump na sexta-feira para discutir questões comerciais e de fronteiras, em uma tentativa de diminuir as tensões entre as duas nações aliadas após a ameaça de tarifas.

Mas outras nações podem considerar maneiras de mitigar as tarifas de Trump sobre suas economias. A China poderia permitir a desvalorização de seu yuan em até 10-15% em resposta a qualquer guerra comercial desencadeada por Trump, de acordo com o JPMorgan Chase & Co. O banco prevê uma desvalorização média de 5% nas moedas dos mercados emergentes durante o primeiro semestre de 2025.

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Trump promete novas tarifas sobre Canadá, México e China em ameaça ao comércio global https://investnews.com.br/economia/trump-promete-novas-tarifas-sobre-canada-mexico-e-china-em-ameaca-ao-comercio-global/ Thu, 28 Nov 2024 17:52:23 +0000 https://investnews.com.br/?p=634059 O ex-presidente Donald Trump durante entrevista à imprensa em seu campo de golfe na Califórnia
O presidente eleito Donald Trump durante entrevista à imprensa em seu campo de golfe na Califórnia. Foto: Eric Thayer/Bloomberg

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu no começo desta semana impor grandes tarifas aos três maiores parceiros comerciais do país – Canadá, México e China – detalhando como implementará as promessas de campanha que podem desencadear guerras comerciais.

Trump, que assume o cargo em 20 de janeiro de 2025, disse que imporá uma tarifa de 25% sobre as importações de Canadá e México até que eles reprimam a entrada de drogas, especialmente o fentanil, e de imigrantes ilegais nos EUA, em uma medida que parece violar um acordo de livre comércio entre os três países.

Trump também delineou separadamente “uma tarifa adicional de 10%, acima de qualquer tarifa adicional” sobre as importações da China. Não ficou totalmente claro o que isso significará para o país asiático, pois ele já havia prometido aplicar tarifas superiores a 60% sobre as importações chinesas – muito mais altas do que as impostas durante seu primeiro mandato.

As duas publicações na plataforma Truth Social representam alguns dos comentários mais específicos de Trump sobre como ele implementará sua agenda econômica desde que venceu a eleição de 5 de novembro com a promessa de “colocar a América em primeiro lugar”.

“Em 20 de janeiro, como uma de minhas muitas primeiras ordens executivas, assinarei todos os documentos necessários para cobrar do México e do Canadá uma tarifa de 25% sobre TODOS os produtos que entram nos Estados Unidos e suas ridículas fronteiras abertas”, disse Trump.

Os EUA foram o destino de mais de 83% das exportações do México em 2023 e 75% das exportações canadenses.

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As tarifas também podem significar problemas para empresas estrangeiras, como os muitos fabricantes asiáticos de automóveis e eletrônicos que usam o México como uma porta de entrada de produção de baixo custo para o mercado dos EUA.

As novas tarifas parecem violar os termos do Acordo EUA-México-Canadá (USMCA, na sigla em inglês) sobre comércio. O acordo assinado por Trump entrou em vigor em 2020 e deu continuidade ao comércio amplamente isento de impostos entre os três países.

O Canadá e os EUA, em um determinado momento, impuseram sanções aos produtos um do outro durante as negociações que acabaram levando ao USMCA. Trump terá a oportunidade de renegociar o acordo em 2026, quando uma cláusula de “caducidade” forçará a retirada do acordo ou a realização de negociações.

Depois de emitir sua ameaça tarifária, Trump conversou com o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau. Eles discutiram o comércio e a segurança nas fronteiras, disse uma fonte canadense familiarizada com a situação.

“Foi uma boa conversa e eles manterão contato”, disse a fonte.

Trump poderia estar contando com a ameaça de tarifas para estimular uma renegociação antecipada do USMCA, disse William Reinsch, ex-presidente do Conselho Nacional de Comércio Exterior.

“Isso me parece mais uma ameaça do que qualquer outra coisa”, disse Reinsch. “Acho que a ideia é que se você continuar batendo na cara deles, eventualmente eles se renderão.”

Com relação à China, o presidente eleito acusou Pequim de não tomar medidas suficientemente fortes para interromper o fluxo de drogas ilícitas que cruzam a fronteira do México com os EUA.

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“Até que eles parem, estaremos cobrando da China uma tarifa adicional de 10%, acima de qualquer tarifa adicional, sobre todos os seus muitos produtos que entram nos Estados Unidos da América”, disse Trump.

Um porta-voz da embaixada chinesa em Washington disse que a China acredita que a cooperação econômica e comercial com os EUA é mutuamente benéfica por natureza. “Ninguém vencerá uma guerra comercial ou uma guerra tarifária”, disse Liu Pengyu.

No período que antecedeu a eleição de 5 de novembro, Trump lançou planos para tarifas gerais de 10% a 20% sobre praticamente todas as importações. Ele também disse que aplicaria tarifas de até 200% sobre todos os carros que cruzassem a fronteira entre os EUA e o México.

México, Canadá e China alertam que tarifas prejudicam todos os envolvidos

Autoridades de México, Canadá e China advertiram que a ameaça do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, de impor tarifas pesadas sobre produtos dos três maiores parceiros comerciais do país prejudicaria as economias de todos os envolvidos, podendo agravar a inflação e atingir os mercados de trabalho.

Em sua rodada inicial de respostas ao anúncio surpreendente de Trump na última segunda-feira — de uma tarifa de 25% sobre as importações do Canadá e do México e uma taxa adicional de 10% sobre os produtos chineses até que eles reprimam drogas ilícitas e imigrantes cruzando a fronteira — líderes e outras autoridades de alto escalão pediram diálogo e cooperação.

“Para uma tarifa, virá outra, e assim por diante, até que coloquemos em risco nossos negócios em comum”, disse a presidente mexicana Claudia Sheinbaum durante entrevista coletiva de rotina. Sheinbaum disse que planejava enviar uma carta a Trump e que tentaria uma ligação com ele para discutir a questão.

Enquanto isso, uma autoridade do Banco do Canadá disse que está claro que qualquer medida de Trump para cumprir a ameaça repercutiria em ambos os lados da fronteira norte dos EUA.

“O que acontece nos EUA tem um grande impacto sobre nós, e algo como isso teria claramente um impacto sobre ambas as economias”, disse o vice-presidente do banco central canadense, Rhys Mendes, durante uma sessão de perguntas e respostas em Charlottetown, na Ilha do Príncipe Eduardo.

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Antes, um porta-voz da embaixada da China em Washington havia dito: “Ninguém vencerá uma guerra comercial ou uma guerra tarifária”.

Em setembro, dados do Departamento de Comércio dos EUA mostraram que os três países haviam enviado mais de 1 trilhão de dólares em mercadorias para os Estados Unidos nos primeiros nove meses do ano, com o México em primeiro lugar, seguido por China e Canadá.

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Dólar acompanha exterior e fecha em baixa ante o real https://investnews.com.br/economia/dolar-acompanha-exterior-e-fecha-em-baixa-ante-o-real/ Mon, 18 Nov 2024 20:25:53 +0000 https://investnews.com.br/?p=631188 Ilustração representando investimento estrangeiro na América Latina
Ilustração: João Brito

O dólar fechou a segunda-feira em queda ante o real, pouco abaixo dos R$ 5,75, acompanhando o recuo praticamente generalizado da moeda norte-americana no exterior, enquanto no Brasil investidores seguiam à espera do anúncio do pacote fiscal do governo Lula.

O dólar à vista fechou o dia em baixa de 0,65%, cotado a R$ 5,7484. Em novembro, a divisa acumula queda de 0,57%.

Às 17h03, o dólar para dezembro — o mais líquido atualmente no Brasil — cedia 0,60%, aos R$ 5,7540.

Na volta do feriado do Dia da Proclamação da República, que manteve o mercado brasileiro fechado na sexta-feira (15), a moeda norte-americana chegou a oscilar pontualmente em alta no início do dia, acima dos R$ 5,80.

Mas o recuo quase generalizado do dólar no exterior passou a influenciar os preços também no Brasil, conduzindo as cotações para o território negativo.

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O fato de o dólar ter subido nas últimas semanas abria espaço para correções de preços nesta sessão, avaliou André Galhardo, consultor econômico da plataforma de transferências internacionais Remessa Online.

“O que a gente viu ao longo das últimas semanas foi um processo agudo de valorização do dólar, sobretudo depois da vitória do candidato republicano (Donald Trump) nas eleições dos EUA”, afirmou em comentário enviado a clientes.

“É natural que o mercado faça este movimento de correção. O dólar não está perdendo valor só em relação à moeda brasileira, está perdendo valor em relação à maioria das moedas de países em desenvolvimento e também dentro do DXY”, acrescentou, em referência à relação entre dólar e cesta de moedas fortes.

A demora do governo em anunciar medidas para a área fiscal, prometidas para depois das eleições municipais, voltou a dar suporte às taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros), mas não evitou a queda do dólar ante o real.

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Em entrevista divulgada no domingo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, limitou-se a dizer que o pacote está fechado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e será anunciado “brevemente”. Já o secretário de política econômica do ministério, Guilherme Mello, afirmou na manhã desta segunda-feira que as medidas vão reforçar o compromisso com a regra fiscal.

“Esse cenário pode gerar otimismo no mercado, e, combinado com a expectativa de juros mais altos no Brasil, pode ser favorável ao câmbio, caso os investidores se animem com as medidas do pacote fiscal”, disse mais cedo Diego Gardi, gerente comercial e analista da B&T Câmbio, em comentário enviado a clientes.

Pela manhã, o relatório Focus do Banco Central revelou que a mediana das projeções do mercado para a taxa de câmbio no fim de 2024 passou de R$ 5,55 para R$ 5,60 e no fim de 2025 de R$ 5,48 para R$ 5,50.

No fim da manhã, o BC vendeu todos os 15.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão para rolagem do vencimento de 2 de janeiro de 2025.

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Para melhorar eficiência do governo, Trump escolhe dois nomes: Elon Musk e Vivek Ramaswamy https://investnews.com.br/negocios/para-melhorar-eficiencia-do-governo-trump-escolhe-dois-nomes-elon-musk-e-vivek-ramaswamy/ Wed, 13 Nov 2024 12:02:33 +0000 https://investnews.com.br/?p=629942
Vivek Ramaswamy e Elon Musk. Fonte: Bloomberg

O bilionário Elon Musk e o empresário Vivek Ramaswamy irão liderar o novo Departamento de Eficiência Governamental dos Estados Unidos, que nasce com a tarefa de “desmantelar a burocracia do governo, reduzir o excesso de regulamentações, cortar gastos desnecessários e reestruturar as agências federais”. O anúncio foi feito pelo presidente eleito Donald Trump nesta terça-feira (12).

Durante a campanha, Trump disse que o esforço de eficiência governamental desenvolveria um plano para eliminar “fraudes e pagamentos indevidos”, realizando uma “completa auditoria financeira e de desempenho” para o governo federal. Na terça-feira (12), Trump disse que o painel faria parceria com o Escritório de Gestão e Orçamento da Casa Branca e disse que seu trabalho será concluído até 4 de julho de 2026 – o 250º aniversário da nação.

Este prazo pode permitir que Musk evite não só ter que se afastar oficialmente de suas empresas — a Tesla, a maior fabricante de veículos elétricos do mundo, e a SpaceX, que domina o mercado mundial de lançamento de foguetes —, mas também as regras federais de conflito de interesses que poderiam ter exigido a alienação.

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Porém ainda não está claro qual será o tamanho ou a estrutura do gabinete, ou como Musk e Ramaswamy conduzirão a drástica reforma do governo que prometeram. O esforço, abreviado como DOGE, é uma brincadeira com um dos memes favoritos de Musk na Internet, e Musk tem sido um defensor do token digital Dogecoin.

Em uma postagem em sua rede X, ele disse: “Todas as ações do Departamento de Eficiência Governamental serão publicadas on-line para máxima transparência. Sempre que o público achar que estamos cortando algo importante ou deixando de cortar algo que gera desperdício, é só nos avisar!”

Musk também sugeriu que o painel ofereceria merchandise.

Musk prevê cortar pelo menos US$ 2 trilhões do orçamento federal dos EUA no comício de Trump no mês passado no Madison Square Garden, embora isso exceda o valor que o Congresso gasta anualmente em operações de agências governamentais, incluindo a Defesa. Isso provavelmente exigiria cortes significativos em programas de direitos populares, como a Previdência Social, o Medicare, o Medicaid e os benefícios dos veteranos das Forças Armadas.

No último ano fiscal, o governo gastou mais de US$ 6,75 trilhões, sendo mais de US$ 5,3 trilhões provenientes da Previdência Social, assistência médica, Defesa e benefícios para veteranos — todos eles politicamente preocupantes e notoriamente difíceis de serem cortados no que depender do convencimento do Congresso — bem como os juros da dívida.

“Isso causará ondas de choque em todo o sistema e em todos os envolvidos no desperdício do governo, que são muitas pessoas”, disse Musk na terça-feira em uma declaração fornecida pelo esforço de transição de Trump.

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Musk, de 53 anos, viu seu patrimônio líquido chegar a US$ 300 bilhões logo após a eleição – a primeira vez que ultrapassou essa marca em quase três anos. Ele é a única pessoa que já teve uma fortuna superior a US$ 300 bilhões, de acordo com o índice de riqueza da Bloomberg. As ações da Tesla, que estavam sendo negociadas cerca de 1,5% mais baixas na sessão após o expediente antes do anúncio de Trump, reduziram ligeiramente as perdas após a notícia.

É provável que Musk atue como funcionário especial do governo, a designação formal para indivíduos de fora do governo trazidos por curtos períodos para emprestar sua experiência. Ramaswamy, um empresário de Ohio, fez uma oferta para a indicação do Partido Republicano, mas em grande parte ecoou e ampliou a posição de Trump.

Aliados proeminentes

Durante sua candidatura, Ramaswamy, 39 anos, não gostava de criticar Trump, elogiando o candidato republicano e endossando muitas das políticas adotadas pelo novo presidente, incluindo a redução do tamanho do governo federal e a retirada de alianças estrangeiras.

Ramaswamy também apoiou o fim da ajuda dos EUA à Ucrânia, pediu em um determinado momento a construção de um muro ao longo da fronteira entre os EUA e o Canadá para impedir a disseminação do fentanil e tem sido um defensor do setor de criptomoedas, pedindo a redução das regulamentações e a implementação de cortes drásticos na Comissão de Valores Mobiliários.

Seu firme apoio a Trump, impulsionado por alguns momentos de ruptura nos debates das primárias republicanas em que ele atacou alguns dos principais rivais do presidente eleito para a indicação, ajudou-o a construir sua posição entre os eleitores conservadores. Ramaswamy viria a se tornar um fervoroso representante do presidente eleito, recebendo elogios de Trump.

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Embora Trump o tenha descartado como companheiro de chapa, ele o considerou como uma possível escolha para o Gabinete já em março, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto na época.

Durante a campanha, Trump elogiou Ramaswamy como “inteligente” e expressou sua esperança de que ele fizesse parte de um segundo mandato do governo.

“Podemos colocá-lo no comando de um desses grandes monstros, e ele fará um trabalho melhor do que qualquer outro que você possa imaginar”, disse Trump em um comício de campanha em outubro.

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EUA pressionam e TSMC suspenderá produção de chips de IA para a China https://investnews.com.br/negocios/eua-pressionam-e-tsmc-suspendera-producao-de-chips-de-ia-para-a-china/ Fri, 08 Nov 2024 16:47:33 +0000 https://investnews.com.br/?p=629033 Logo TSMC
Logo da fabricante de chips de Taiwan TSMC

A Taiwan Semiconductor Manufacturing Co (TSMC) notificou empresas chinesas de design de chips que está suspendendo a produção de seus chips de IA mais avançados a partir desta segunda-feira, segundo o Financial Times, citando três pessoas com conhecimento do assunto.

A TSMC, maior fabricante de chips do mundo, disse aos clientes chineses que não fabricará mais chips de IA em nós de processos avançados de sete nanômetros ou menores, disse o FT nesta sexta-feira.

Os EUA impuseram uma série de medidas com o objetivo de restringir a remessa de chips de GPU avançados – que possibilitam a IA – para a China para limitar suas capacidade de inteligência artificial, que Washington teme que possa ser usada para desenvolver armas biológicas e lançar ataques cibernéticos em grande escala.

No início deste mês, os EUA impuseram uma penalidade de 500 mil dólares à GlobalFoundries, sediada em Nova York, por enviar chips sem autorização a uma afiliada da SMIC, fabricante de chips chinesa que está na lista negra.

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Qualquer fornecimento futuro de chips avançados de IA pela TSMC a clientes chineses estaria sujeito a um processo de aprovação que provavelmente envolveria Washington, de acordo com a reportagem do FT.

“A TSMC não comenta rumores de mercado. A TSMC é uma empresa que cumpre a lei e estamos comprometidos com o cumprimento de todas as regras e regulamentos aplicáveis, incluindo os controles de exportação aplicáveis”, disse a empresa.

O Departamento de Comércio dos EUA não respondeu a um pedido de comentário da Reuters em um primeiro momento.

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A medida para restringir as exportações para a China ocorre em um momento em que o Departamento de Comércio dos EUA está investigando como um chip produzido pela fabricante de chips taiwanesa acabou em um produto fabricado pela Huawei, uma empresa chinesa fortemente sancionada.

(Reportagem de Rishi Kant em Bengaluru)

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Americanos querem que Trump resolva imigração primeiro e desigualdade de renda na sequência https://investnews.com.br/economia/americanos-querem-que-trump-resolva-imigracao-primeiro-e-desigualdade-de-renda-na-sequencia/ Fri, 08 Nov 2024 12:06:28 +0000 https://investnews.com.br/?p=628841
Imigrantes em busca de asilo esperam para serem levados sob custódia por agentes da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA em Yuma, Arizona, EUA, no domingo, 20 de fevereiro de 2022. Foto: Nicolo Filippo Rosso/Bloomberg

Os norte-americanos veem a imigração como o problema mais urgente para o presidente-eleito, Donald Trump, resolver no novo mandato. E uma grande maioria acredita que ele fará deportações em massa de pessoas que vivem ilegalmente nos Estados Unidos, como mostrou uma pesquisa Reuters/Ipsos finalizada nesta quinta-feira (7).

Porém, os entrevistados da sondagem, que teve dois dias de campo e foi conduzida horas após o republicano obter a vitória nas eleições, estavam divididos sobre seu plano de expulsar um grande número de pessoas do território.

Perguntados sobre qual deveria ser a prioridade de Trump nos primeiros 100 dias de governo, 25% dos entrevistados disseram que era a imigração, tema muito mais mencionado do que qualquer outro.

Um total de 14% afirmou que ele deveria se concentrar na desigualdade de renda, enquanto 12% responderam que impostos deveriam ser a prioridade. Fatias menores citaram saúde, segurança, emprego e meio ambiente.

Cerca de 82% dos entrevistados disseram que Trump provavelmente vai ordenar a deportação em massa de pessoas, e essa opinião traz porcentagens similares entre os democratas e republicanos. Muitos disseram estar preocupados com a medida, incluindo 82% dos democratas e 40% dos republicanos. Cerca de nove entre dez republicanos disseram não estar preocupados com a possibilidade de o presidente-eleito ordenar deportações em massa.

Durante a campanha, Trump prometeu realizar uma repressão massiva à imigração, incluindo a promessa de deportar números recordes de imigrantes, em operação que o vice-presidente-eleito, JD Vance, calcula que possa tirar 1 milhão de pessoas do país por ano.

Trump repetidamente chamou a atenção para crimes supostamente cometidos por imigrantes ilegais, embora muitos estudos demonstrem que eles não cometem mais crimes do que os norte-americanos nativos.

Nesta quinta-feira (7), o republicano disse em uma entrevista à NBC News que cumprirá a promessa de realizar deportações em massa, independentemente do custo, dizendo: “Não é uma questão de preço. Não é. Não temos escolha”. Os norte-americanos se mostram divididos sobre a possível mecânica das deportações, como por exemplo se devem ser criados campos de detenção.

Um total de 58% dos republicanos, contra 15% dos democratas, concordaram que imigrantes ilegais devem ser “presos e colocados em campos de detenção, à espera de audiências de deportação”. A oposição a essa medida atrai 75% dos democratas e 31% dos republicanos.

Trump planeja usar um estatuto de 1798 para deportar rapidamente supostos membros de gangues, uma ação que deve acabar no Judiciário.

A pesquisa Reuters/Ipsos poll foi realizada online e entrevistou 1.471 adultos em todo o país. Os resultados possuem margem de erro de 3 pontos percentuais para a amostragem toda e de cinco pontos percentuais para os recortes de republicanos e democratas.

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CEO do JPMorgan vai continuar no banco e não têm planos de participar do governo Trump https://investnews.com.br/negocios/ceo-do-jpmorgan-vai-continuar-no-banco-e-nao-tem-planos-de-participar-do-governo-trump/ Thu, 07 Nov 2024 11:52:33 +0000 https://investnews.com.br/?p=628632
CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon 22/09/2022 REUTERS/Evelyn Hockstein

O CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, vai continuar no banco e não têm planos de se juntar ao governo Donald Trump apesar das especulações que ele assumiria um alto cargo público depois da eleição presidencial, disse uma fonte.

Dimon, de 68 anos, tem sido alvo de comentários repetidos nas últimas semanas como possível candidato ao cargo de secretário do Tesouro tanto por republicanos quanto por democratas, mas no mês passado ele afirmou que suas chances de assumir um cargo oficial eram “quase nulas”. A Reuters foi a primeira a relatar suas intenções de permanecer no comando do banco.

O executivo, um dos líderes mais proeminentes do mundo corporativo norte-americano, dirige o JPMorgan há quase 19 anos. O conselho do banco já nomeou quatro candidatos para suceder Dimon quando ele eventualmente deixar o cargo.

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Dimon e os outros membros do comitê operacional do banco parabenizaram Trump, o futuro vice-presidente JD Vance e outros representantes eleitos, de acordo com um memorando enviado aos funcionários visto pela Reuters nesta quarta-feira.

“Nossa empresa tem uma longa história de trabalho com ambos os espectros políticos e está ansiosa para colaborar com a nova administração e com os representantes eleitos de ambos os partidos”, escreveram eles, destacando a declaração de Dimon na terça-feira pedindo união após uma eleição acirrada e polarizada. O Goldman Sachs enviou uma nota semelhante aos funcionários nesta quarta-feira.

Embora o veterano banqueiro tenha mantido a tradição de não apoiar publicamente nenhum candidato presidencial este ano, Dimon frequentemente se pronuncia sobre políticas econômicas e financeiras, além de desafios geopolíticos e nacionais.

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Enquanto isso, reportagens afirmaram que sua esposa, Judy Dimon, viajou a Michigan no último fim de semana para fazer campanha para Kamala Harris, oponente democrata de Trump.

Anteriormente, Dimon havia minimizado as chances de assumir um cargo no governo, dizendo a analistas em outubro: “Provavelmente não vou fazer isso, mas sempre me reservo no direito” de reconsiderar.

As ações do JPMorgan subiram mais de 10% nesta quarta-feira, acompanhando um ganho semelhante para o índice mais amplo S&P 500 das ações de bancos, enquanto investidores especulavam que a nova administração seria mais amigável ao setor bancário.

Taylor Krystkowiak, estrategista de investimentos na Themes ETFs em Washington, afirmou que os investidores ficariam satisfeitos com a permanência do CEO.

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“Dimon tem conduzido o JPMorgan de forma eficaz ao longo de sua longa liderança no banco e sua decisão de permanecer não é surpreendente”, disse Krystkowiak.

Dimon é reconhecido por ter guiado o banco durante a crise financeira de 2008 e a recente turbulência dos bancos regionais no ano passado. Durante sua gestão, o JPMorgan se tornou o maior banco dos EUA, superando seus concorrentes.

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