Fundos imobiliários – InvestNews https://investnews.com.br Sua dose diária de inteligência financeira Wed, 11 Sep 2024 20:08:37 +0000 pt-BR hourly 1 https://investnews.com.br/wp-content/uploads/2024/03/favicon-96x96.ico Fundos imobiliários – InvestNews https://investnews.com.br 32 32 Brookfield põe à venda Pátio Paulista e Higienópolis e decide sair do setor de shoppings https://investnews.com.br/negocios/brookfield-busca-compradores-para-assumir-controle-dos-shoppings-patio-paulista-e-higienopolis/ Wed, 11 Sep 2024 19:21:29 +0000 https://investnews.com.br/?p=614386 A gestora canadense de ativos Brookfield está saindo do setor de shopping centers no Brasil para concentrar suas participações imobiliárias locais em escritórios, prédios de apartamentos e logística, disseram à Reuters três pessoas familiarizadas com o assunto.

No início deste ano, a Brookfield vendeu sua participação de controle no Shopping Rio Sul, no Rio de Janeiro, e agora está buscando compradores para suas fatias majoritárias em dois shoppings de São Paulo, o Pátio Paulista e o Pátio Higienópolis.

A Brookfield pretende arrecadar cerca de R$ 3 bilhões com as vendas. O objetivo é concluir ambas as vendas — juntas ou separadamente -0 até o início de 2025. Para isso, a Brookfield contratou os bancos de investimento Bradesco BBI e BTG Pactual para realizar as vendas.

A Brookfield e o Bradesco BBI não quiseram comentar. O BTG Pactual não respondeu a um pedido de comentário.

A gestora canadense tem investido desde a década de 1980 em shopping centers brasileiros, que se recuperaram rapidamente das restrições impostas pela pandemia. A companhia decidiu vender seus shoppings no Rio de Janeiro e em São Paulo porque considera que ambos os investimentos já estão maduros.

Embora o varejo online tenha prejudicado o setor de shopping centers em alguns países, os shoppings brasileiros continuam a atrair compradores como um destino seguro e familiar em um país com problemas de segurança pública de longa data, disse Tadeu Masano, consultor de varejo e ex-professor da Fundação Getúlio Vargas.

A Brookfield, com aproximadamente US$ 1 trilhão em ativos em mais de 30 países, tem suas origens em uma empresa de serviços públicos fundada em 1899 em São Paulo.

As maiores participações imobiliárias da Brookfield no Brasil são em escritórios corporativos, mas a empresa investiu recentemente em parques logísticos, apoiados pelo comércio eletrônico em expansão, e apartamentos para aluguel, que se expandiram em meio aos altos custos de financiamento para a compra de moradia, de acordo com um prospecto da empresa.

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Cenário para fundos imobiliários mudou: com juro alto, investimento vale a pena? https://investnews.com.br/financas/cenario-para-fundos-imobiliarios-mudou-com-juro-alto-investimento-vale-a-pena/ Mon, 29 Jul 2024 20:03:59 +0000 https://investnews.com.br/?p=603343 Na cena clássica de um amigo ou parente que fala sobre investimentos após o almoço de domingo, um tema recorrente são os fundos imobiliários (FIIs). O boca-a-boca é tão eficaz para divulgar esses produtos que o Santander lista a prática, ao lado das indicações de assessorias e corretoras, para embasar sua projeção de que o segmento deve ganhar 600 mil novos investidores neste ano – hoje já são 2,7 milhões, segundo dados da B3. Mas atenção: antes de seguir qualquer “dica campeã” de algum parente, saiba que as condições de temperatura e pressão do setor mudaram bastante desde o início do ano.

Após subir 15,5% em 2023, o IFIX, índice que mede o desempenho das cotações dos fundos imobiliários negociados na B3, seguiu em escalada. Em abril deste ano, atingiu a máxima histórica de 3.424 pontos, como mostra um levantamento elaborado por Einar Rivero, sócio fundador da consultoria Elos Ayta.

Essa máxima do IFIX foi atingida em um momento em que a Selic estava em pleno ciclo de queda: em um intervalo de oito meses, a taxa havia caído de 13,75% para 10,75%. Um novo corte veio em maio, para 10,50%, até que… esses bons ventos cessaram.

Em junho, o ciclo de corte de juros foi interrompido em função de uma série de fatores internos e externos. As apostas são de que permanecerá em 10,5% pelo menos até o fim do ano. Ou muito além disso, como nas contas do Itaú BBA, que trabalha com a manutenção da taxa até dezembro de 2025.

Esse novo ambiente gerou uma reação imediata: o IFIX perdeu 1% em junho. Ainda assim, a gordura dos meses anteriores permitiu um fechamento de semestre com ganho acumulado de 1% (confira as tabelas com as maiores altas e baixas no período).

Sem o sopro amigo da queda dos juros, no entanto, os gestores de FIIs terão que remar dobrado, assim como os investidores, que precisam ser ainda mais seletivos nas escolhas. 

Para que lado eu olho?

Quem acompanha de perto a indústria de FIIs vê claramente a mudança de foco. “O mercado tinha um olhar mais para fundos de tijolos e se virou agora para os fundos de papel, que são também nossa preferência para este segundo semestre”, diz Flávio Pires, analista de fundos imobiliários do Santander.

Para quem não sabe, FIIs de tijolos são os que investem em imóveis propriamente ditos, gerando receita com o aluguel, enquanto os de papel concentram aplicações em títulos ligados a esse mercado, principalmente certificados de recebíveis imobiliários (CRIs). 

“Com a perspectiva de juros de dois dígitos por mais tempo, os fundos ligados ao mercado real [tijolos], que são mais sensíveis a esse movimento, saem prejudicados”, afirma Larissa Nappo, analista de fundos imobiliários do Itaú BBA. 

Explica-se: juros altos esfriam o crescimento econômico, a evolução das vendas e tudo que está ligado à dinâmica de consumo e atividade: gasto em shoppings e a demanda por escritórios, galpões logísticos etc. Esse movimento não é linear, mas afeta as expectativas do mercado de maneira mais ampla. 

Eduardo Mekbekian, sócio fundador da Manatí Capital, explica que, enquanto os juros permanecerem elevados, naturalmente haverá uma queda nos preços de alguns FIIs – as cotas dos fundos imobiliários são negociadas na B3 e sua cotação oscila da mesma maneira que varia o preço de uma ação.  

Isso acontece porque os investidores comparam o retorno dos FIIs com os dividendos, chamado de dividend yield, com a taxa Selic. Se um fundo paga um rendimento equivalente a 9% ao ano, por exemplo, ele torna-se menos atrativo em relação ao juro básico, na casa de 10,5%. A demanda pelo papel é menor e, consequentemente, o valor da cota cai no mercado.

Para os especialistas, os fundos de tijolos tendem a apresentar uma volatidade maior em função dessa assimetria, algo já visto em junho e que pode continuar nos próximos meses. 

Em contrapartida, os FIIs que possuem na carteira CRIs atrelados ao CDI, ou seja, que acompanham a Selic, ganham uma atratividade extra com a taxa na casa de 10,5% por mais tempo.

Aqui, um ponto importante que os investidores devem avaliar também antes de optar por colocar seu dinheiro em um fundo imobiliário. Não adianta apenas observar os dividendos distribuídos e não considerar a evolução do valor da cota do fundo. Se um FII estiver rendendo o mesmo que a Selic, mas sua cota estiver em queda, o investidor estará perdendo dinheiro. A renda passiva é um dos grandes atrativos dos fundos imobiliários para a pessoa física, mas a análise de investimento deve ir além disso e incluir valor de cota e qualidade dos ativos em que o fundo investe.

Ofertas públicas e receitas extraordinárias

Entre as mudanças recentes no cenário dos fundos imobiliários, os especialistas chamam a atenção para o grande volume de ofertas públicas de FIIs, que contribuíram para o avanço do setor. Com o apetite de grandes gestoras pelo produto para oferecer a seus clientes, o volume captado pelo segmento ficou próximo de R$ 20 bilhões no primeiro semestre, pelas contas do BTG Pactual. 

E o que acontecerá ao se confirmar um cenário de estagnação da Selic? “Provavelmente, tenhamos um volume menor de ofertas”, diz Daniel Marinelli, especialista em fundos imobiliários do BTG. Isso significa menos opções na prateleira para os investidores, a preços normalmente mais atraentes.

Pires, do Santander, acredita que daqui pra frente as operações serão puxadas por fundos de papel. Ele projeta que o setor terminará 2024 com pelo menos R$ 35 bilhões em captações – o que representaria um aumento de 15,5% frente ao ano passado (R$ 30,3 bilhões). 

Outro ponto lembrado é a possibilidade de redução do chamado “dividendo extraordinário”, derivado da venda de ativos por parte dos fundos, especialmente no setor de shoppings. Isso vinha gerando um fluxo adicional de pagamentos aos cotistas, de operações fechadas no ano passado, mas o movimento tende a perder força nos próximos meses. 

Inadimplência ainda ronda o setor

Um risco muito importante, que não pode sair do radar dos investidores em FIIs, é a chance de inadimplência. Tanto por parte do inquilino, que deixa de pagar o aluguel, como do emissor de um papel (CRI, por exemplo), que não honra com a dívida imobiliária. Se esse fluxo de pagamentos é prejudicado, quem perde em última instância é o investidor, pois o volume a ser distribuído fica menor.

“A inadimplência ainda se apresenta como um risco mais latente. Talvez menos do que vimos em um passado recente, mas ainda é preciso tomar um certo cuidado, para mitigar isso”, diz Marinelli, do BTG. 

No primeiro trimestre de 2023, os FIIs de tijolo foram fortemente impactados por crises de grandes varejistas, como Americanas, Tok&Stok e Lojas Marisa, que acabaram atrasando aluguéis. Em março deste ano, foi a vez da rede espanhola de supermercados Dia, que entrou com pedido de recuperação judicial no Brasil, pedir a rescisão de dois contratos de locação envolvendo galpões logísticos, dos fundos XP Log (XPLG11) e VBI Logístico (LVBI11).

Um dos casos mais recentes de inadimplência é o da empresa de coworking WeWork, que não pagou aluguéis que venceram em junho para os fundos Vinci Offices (VINO11), Valora Renda Imobiliária (VGRI11), Rio Bravo Renda Corporativa (RCRB11) e Santander Renda de Aluguéis (SARE11). Neste último caso, houve atraso também na parcela de julho. 

Ao fim e ao cabo

Apesar do cenário mais conturbado, os especialistas destacam que os FIIs seguem como uma alternativa interessante para quem busca diversificação dos investimentos em renda variável. 

“Temos bons motivos para acreditar que esses produtos devem seguir apresentando boa performance operacional”, diz Marinelli, do BTG. Larissa, do Itaú BBA, destaca a resiliência do setor em momentos de maior aversão ao risco, o que se comprova no desempenho positivo do IFIX no primeiro semestre, com ganho de 1% mesmo diante das turbulências, frente a uma queda de 7,6% do Ibovespa.

No acumulado do ano, até 29 de julho, o IFIX mostra valorização de 1,95%, ante uma perda de 4,31% do Ibovespa no mesmo intervalo.

No Santander, Pires reforça que esse mercado segue crescendo, com o ingresso de aproximadamente 40 mil investidores pessoa física a cada mês, em média. No fim de junho, a B3 contabilizava cerca de 2,7 milhões de investidores em FIIs e o analista estima que esse número possa chegar a 3,1 milhões no fim de 2024 – o que representaria um avanço de 24% em relação ao ano passado.

Para quem já faz parte ou pretende engrossar essa lista, vale repassar os avisos de sempre, e que se tornam cruciais em momentos mais delicados, como o atual: pesquisar muito, principalmente para saber se o FII apresenta consistência e boa previsibilidade de pagamento de dividendos. 

Além disso, avaliar – de preferência, com a ajuda de um especialista – quantos imóveis o fundo tem em carteira, onde estão localizados, qual o nível de vacância de cada empreendimento, qual o prazo médio dos contratos e se existem episódios de inadimplência.

Em linhas gerais, os especialistas acreditam que, para quem tem paciência e pretende investir em um fundo imobiliário pensando a longo prazo, ainda é possível encontrar bons ativos, com preços interessantes.

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JHSF conclui parte de acordo com XP Malls para venda de fatias em shoppings https://investnews.com.br/financas/jhsf-conclui-parte-de-acordo-com-xp-malls-para-venda-de-fatias-em-shoppings/ Fri, 05 Jul 2024 11:43:22 +0000 https://investnews.com.br/?p=598283 A JHSF concluiu a venda de participações no Shopping Ponta Negra (AM), Shopping Bela Vista (BA) e Catarina Fashion Outlet (SP) para o XP Malls, fundo de investimento imobiliário da XP.

Com a conclusão, a JHSF passa a deter 60% do Catarina Fashion Outlet, 18% do Shopping Ponta Negra e 11,7% do Shopping Bela Vista — esta última será reduzida a 1% depois que a JHSF concluir a venda de 10,7% por 79,1 milhões de reais.

O valor da transação somou R$ 273 milhões e é parte de um acerto mais amplo com o XP Malls, no montante de 443 milhões de reais, que está em sua etapa final, segundo a JHSF.

“Estão ainda em fase final para conclusão, entre a JHSF e o XP Malls, o processo que resultará em uma participação do XP Malls de 32,50% em sociedades detidas pela JHSF, que desenvolvem e irão operar o Shops Faria Lima, em São Paulo”, afirmou a incorporadora em fato relevante.

O investimento envolve os R$ 170 milhões restantes no acordo com o XP Malls, mais a conversão de certificados de recebíveis imobiliários (CRIs) com cláusula de conversão mandatória emitidos pela JHSF no valor de R$ 120 milhões.

(Reportagem de Patricia Vilas Boas, em São Paulo)

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Reforma Tributária: contribuição de FIIs e Fiagros será opcional para ‘tranquilizar o mercado’ https://investnews.com.br/economia/reforma-tributaria-contribuicao-de-fiis-e-fiagros-sera-opcional-para-tranquilizar-o-mercado/ Thu, 04 Jul 2024 17:02:45 +0000 https://investnews.com.br/?p=597931 O deputado Luiz Gastão (PSD-CE) disse que a decisão de deixar como opcional as contribuições de Fundos de Investimento Imobiliário (FII) e Fundo de Investimento em Cadeias Agroindustriais (Fiagros) busca tranquilizar o mercado. “Se fôssemos taxar fundos, poderíamos tirar investimentos do país”, afirmou.

“Esses fundos têm grande capacidade de investimento, o que injeta recursos para geração de novos negócios e riquezas”, disse em coletiva de apresentação do texto substitutivo da reforma tributária.

A informação sobre a possibilidade de taxação aos FIIs e Fiagros circulou nos últimos dias como uma ideia do Executivo para ampliar a arrecadação.

“Quando deixamos como opcional, aqueles fundos que quiserem passar para o sistema contributivo, ele poderá, mas será decisão dele. Isso para tranquilizar o mercado e mostrar que estamos dispostos e necessitamos que eles invistam recursos na nossa economia”, defendeu Gastão.

Deputados incluem jogos de azar e carros elétricos no imposto seletivo

O deputado federal Moses Rodrigues (União-CE) afirmou que todos os jogos de azar, físicos ou virtuais, serão alvo do Imposto Seletivo, segundo o primeiro relatório do projeto de regulamentação da reforma tributária.

“Jogos de azar, todos eles pagarão Imposto Seletivo”, afirmou. A declaração ocorreu durante apresentação do projeto da reforma pelo grupo de trabalho sobre a lei geral do IBS e da CBS.

Segundo ele, loterias também constam na lista. “Físicos e virtuais, digitais. Tudo o que for jogo terá Imposto Seletivo. É nocivo à saúde. Claro que isso vai ser discutido com o Parlamento, mas o entendimento do grupo de trabalho é que os jogos de azar devem pagar Imposto Seletivo sim.”

De acordo com o deputado Hildo Rocha (MDB-MA), os jogos de azar “são prejudiciais à saúde, então, eles teriam que entrar na lista de produtos a serem tributados pelo Imposto Seletivo”. A incidência do Imposto Seletivo é uma tributação especial apelidada de “imposto do pecado”.

Rocha afirmou ainda que os carros elétricos também foram incluídos no Imposto Seletivo porque “também polui, do berço ao túmulo, principalmente no túmulo”. O parlamentar também ressaltou que os carros de golfe constam nessa tributação, porque são poluentes como os demais veículos.

Já os caminhões ficaram fora do Imposto Seletivo. “Atividade produtiva, gente. O Brasil é um país rodoviário”, argumentou o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG).

Segundo os parlamentares, a próxima semana na Câmara será voltada “única e exclusivamente” para a tramitação do primeiro projeto a regulamentação. Há uma expectativa de votação de um requerimento de urgência na próxima terça-feira, 9. Os membros do GT afirmam que a ideia ainda é aprovar a matéria antes do fim do semestre legislativo.

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Imóveis mundiais perderão 9% do seu valor por conta de tragédias climáticas  https://investnews.com.br/colunistas/imoveis-mundiais-perderao-9-do-seu-valor-por-conta-de-tragedias-climaticas/ Thu, 06 Jun 2024 14:18:54 +0000 https://investnews.com.br/?p=585953 Em 1972, a ONU – Organização das Nações Unidas – reuniu pela primeira vez 113 países e 400 delegações governamentais e não governamentais para discutir o cuidado com o meio ambiente na Conferência de Estocolmo na Suécia. 

Nesse conclave, foi decretado o Dia do Meio Ambiente, dia 5 de junho, marcado pela data de início da conferência. Mas não se trata de um evento celebrativo anual, serve como um alerta sobre o cuidado que todos devem ter com a natureza, uma vez que a vida humana é dependente dela.

Seguindo a mesma linha, resolvi nessa coluna também apresentar alguns alertas diante dos impactos do meio ambiente em nossas vidas, recentemente, dragadas por tragédias como no Rio Grande do Sul que deveriam ser evitadas, utilizando como fio condutor os impactos do aquecimento global no ativo imobiliário, o mais valioso no mercado financeiro mundial.

Segundo a revista The Economist o valor de 1 a cada 10 imóveis no mundo será impactado pelo aquecimento global. Em números, a publicação estima que as alterações climáticas podem eliminar 9% do valor dos imóveis mundialmente até 2050, US$ 25 trilhões perdidos em pouco mais de 25 anos. 

Se você dúvida do tamanho dessa perda, pense na redução do valor dos ativos imobiliários depois da tragédia no Rio Grande do Sul. O impacto está começando a ser dimensionado agora, com extensão para toda a cadeia de valor do setor. 

Porto Alegre na sexta (3). Foto: Gilvan Rocha/Agência Brasil

Primeiro alerta: se preparem para essa perda, ela será inevitável. Diante disso, se você é investidor do mercado imobiliário, revise a sua estratégia.

O sul do país está vivenciando uma catástrofe nunca vista, com bancos e gestoras discutindo as perdas e qual o valor real das cotas de seus fundos imobiliários. Incorporadoras imobiliárias terão que fazer o mesmo exercício e rever o valor dos imóveis a serem vendidos diante do grau de risco de eventos similares voltarem a acontecer na mesma região. Realidade bem dura para o setor, mas que terá que ser enfrentada.

LEIA MAIS: Chuvas no RS: o pesadelo logístico

Hoje, podemos afirmar categoricamente que o setor não precifica as questões climáticas nos valores dos imóveis, muito menos na cota dos fundos imobiliários e de outros ativos financeiros relacionados. Porém, isso era compreensível até o momento. No entanto, a partir de agora, não é mais. Com a tragédia no sul do país veio a necessidade obrigatória de inclusão na matriz de risco de todos os agentes dessa cadeia dos riscos climáticos, ambientais e sociais.

A inclusão desses riscos nas matrizes dos bancos, seguradoras e demais instituições financeiras já está prevista nas regulações do Conselho Monetário Nacional e das demais autarquias como Banco Central e SUSEP desde 2021. Ou seja, agora é colocar realmente em prática e mostrar para os investidores que o preço já está incorporando os riscos climáticos que aquele imóvel pode incorrer.

É óbvio que a ANBIMA, entidade que rege os fundos de investimentos, exigirá que os fundos imobiliários apresentem informações bem detalhadas das perdas e dos riscos futuros aos investidores das questões ambientais e climáticas. Principalmente, dos fundos que possuem forte exposição à imóveis nas regiões mais afetadas.

Segundo alerta: de agora em diante, quando comprarmos um imóvel ou a cota de um fundo imobiliário, temos que verificar qual o grau de exposição à riscos climáticos e se o valor das cotas está refletindo o real valor dos imóveis. Não esqueçam que estamos falando de um ativo que historicamente em momentos de crise possuem perda de valor. 

Último alerta: quem vai pagar por todo esse prejuízo? Aguardemos para ver, é um mundo novo em que nem mesmo o valor do ativo mais valioso para os investidores está fora da guerra climática que estamos enfrentando.

Alexandre Furtado é Sócio da Grant Thornton, Membro do Conselho do Centro de Pesquisa Aplicada em Contabilidade e Análise de Dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Presidente da Comissão de Créditos de Carbono da ABCarb e Colaborador do Comitê de ESG do Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo (CRC-SP).

As informações desta coluna são de inteira responsabilidade dos autores e não do InvestNews e das instituições com as quais ele possui ligação. 

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Patria recebe aprovação de cotistas para transferência de FIIs do CSHG https://investnews.com.br/financas/patria-recebe-aprovacao-de-cotistas-para-transferencia-de-fiis-do-cshg/ Tue, 28 May 2024 16:50:24 +0000 https://investnews.com.br/?p=582713 O Patria Investimentos informou nesta terça-feira (28) que obteve as aprovações dos cotistas para transferência da área brasileira de Fundos de Investimentos Imobiliários (FIIs) administrados e geridos pelo Credit Suisse Hedging-Griffo (CSHG) no Brasil para a sua gestão, na vertical de real estate.

Com a conclusão da migração do portfólio, que deverá ocorrer até 30 de agosto, US$ 2,4 bilhões em ativos sob gestão oriundos dos FIIs adquiridos serão adicionados à vertical real estate, que passa a totalizar US$ 6 bilhões em ativos sob gestão no Brasil, Chile e Colômbia, afirmou o Patria.

Com a operação, segundo a gestora, a área passa a representar cerca de 15% do total de US$ 43 bilhões em ativos sob gestão do Patria, considerando todas as suas verticais, que incluem também private equity, infraestrutura, crédito, public equities e global private market solutions.

Aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em março, a operação foi agora pelos cotistas desses sete FIIs em assembleias no país, que envolveram cerca de 960 mil cotistas nos últimos meses e foram concluídas na última sexta-feira (24). Cerca de 130 mil cotistas aprovaram a transferência.

“Esse avanço… consolida a posição da gestora entre os players relevantes do segmento de investimentos imobiliários no Brasil e região”, afirmou o Patria, gestora global de ativos alternativos e líder do setor na América Latina.

(Por Paula Arend Laier, em São Paulo)

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Kinea mira captação bilionária através de fundo de recebíveis https://investnews.com.br/financas/kinea-mira-captacao-bilionaria-atraves-de-fundo-de-recebiveis/ Thu, 07 Mar 2024 09:15:00 +0000 https://investnews.com.br/?p=561470 Com mais de R$ 140 bilhões sob gestão, a Kinea Investimentos anunciou a sexta emissão de cotas do Kinea High Yield CRI (KNHY11), fundo imobiliário (FII) dedicado a operações de financiamento imobiliário através de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs).

“O volume inicial da oferta é de R$ 795 mil podendo ser acrescido em 25%. O patrimônio líquido do fundo atualmente é de R$ 1,9 bilhão”, apontou a gestora, que disse que esta será a primeira emissão do fundo aberta para diferentes plataformas.

“O pipeline de transações conta majoritariamente com financiamento a projetos residenciais, galpões logísticos, edifícios corporativos e shopping centers, e possui remuneração média entre IPCA + 10% a IPCA + 12% ao ano”.

Ainda assim, a expectativa é de que a taxa média de retorno da carteira alcance IPCA + 10,5% ao ano com as novas operações.

Apesar da denominação high yield (maior rendimento e alto risco) o KNHY11 conta com operações robustas, “que com múltiplas garantias e sempre vinculadas a ativos reais”, aponta a Kinea.

Direito de preferência

Para os que já investem no ativo, estes já podem exercer o direito de preferência desde 5 de março. Já os demais investidores podem confirmar intenção de subscrição até o dia 28 do mesmo mês. “O investimento mínimo é de 10 cotas, com cada uma custando R$ 102,71 (acrescida da taxa de distribuição)”.

A queda da taxa básica de juros (Selic) aponta parta uma boa janela de fluxo para os FIIs, assim como a taxação das offshores e mudanças nas emissões de CRAs e de CRIs. Isso porque o movimento reduziu a oferta de fundos e ativos isentos de imposto de renda para os investidores, podendo trazer os fundos listados como alternativa.

A gestão do KNHY é feita por por nove especialistas, liderados por Flávio Cagno. Apenas em FIIs listados, a Kinea possui R$ 27,4 bi sob gestão.

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IFIX registra maior pontuação histórica; HTXM11 lidera alta em 12 meses https://investnews.com.br/financas/ifix-registra-maior-pontuacao-historica-htxm11-lidera-alta-em-12-meses/ Thu, 08 Feb 2024 20:12:17 +0000 https://investnews.com.br/?p=555831 O Índice de Fundos Imobiliários (IFIX), principal referência da categoria na B3, alcançou na quarta-feira (7) a marca de 3.340 pontos, registrando sua maior pontuação desde sua criação, em dezembro de 2010, segundo Einar Rivero, da Elos Ayta consultoria. Nesta quinta-feira (8), o indicador manteve o ritmo positivo, registrando leve alta de 0,03% .

Nos últimos 12 meses encerrados na véspera, a carteira dos FIIs mais negociados da B3 acumulava alta de 19,1%, contra 20,5% do Ibovespa, maior indicador da bolsa brasileira. Neste ano, ele registrava até então leve alta de 0,88%.

FIIs mais rentáveis

Entre os dez fundos imobiliários mais rentáveis em 12 meses, se destaca o Hotel Maxinvest (HTMX11), com desempenho de 71,5%.

Em outubro do ano passado, o fundo gerido pelo BTG entregou o maior retorno de cotas e dividendos aos cotistas nos 12 meses encerrados no período.

O FII investe em hotéis localizados na capital paulista, gerando renda com a locação de quartos. Ele passou a incorporar a carteira do IFIX em 2023, e colhe os frutos do bom momento hoteleiro, com o mercado voltando aos níveis pré-pandemia quanto à ocupação, além de reajuste nos preços das locações.

Os 10 fundos da carteira do IFIX com melhor desempenho em 12 meses apresentaram rentabilidade superior a 38%.

Quatro investem em títulos de crédito imobiliário (papel), três são de lajes corporativas, dois são de shoppings e apenas um de hotel (tijolo).

Veja lista abaixo:

CódigoTipoRetorno 12 meses
HTMX11hotéis71,5%
KFOF11recebíveis54,3%
RCRB11lajes52,9%
TEPP11lajes50,6%
JSAF11papel47,7%
BRCO11lajes46,4%
BCIA11papel44%
HGFF11papel42,8%
HGBS11shoppings38,2%
HSML11shoppings38,2%
IFIXtodos19,11%
Fonte: Elos Ayta Consultoria
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IFIX bate Ibovespa, IDIV e small caps em janeiro: veja os FIIs mais (e menos) rentáveis https://investnews.com.br/financas/ifix-bate-ibovespa-idiv-e-small-caps-em-janeiro-veja-os-fiis-mais-e-menos-rentaveis/ Thu, 01 Feb 2024 00:10:28 +0000 https://investnews.com.br/?p=553886 Quando janeiro começou, o Índice de Fundos (IFIX) registrava máximas após um longo período sem bater sua maior pontuação, em 2020. Passados os 31 dias do mês  “mais longo” do ano até aqui, o indicador termina acumulando uma leve alta de 0,67% e seus mais de 3.333 pontos. 

Apesar de não ser um resultado pujante, o resultado pode ser considerado bom, já que superou outros indicadores de renda variável, como, IHFA (multimercados), IDIV (dividendos), Ibovespa (ações) e SML (small caps), que registraram desempenho de -0,36%, -3,5%, -4,8% e -6,5%, respectivamente.

Com a precificação de uma Selic menor, como confirmado nesta quarta-feira (31) após o quinto corte consecutivo de 0,50 ponto percentual pelo Comitê de Política Monetária (Copom), isso tende a impulsionar a categoria, em especial, fundos de papel ou híbridos. Nelas, os fundos imobiliários investem em papeis de crédito, como os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI).

“Estes segmentos que competem mais de perto com produtos de renda fixa são beneficiados por uma política monetária contracionista. Se a renda fixa, que está atrelada a essa Selic em queda, começa a remunerar menos os investidores, eles se sentem mais atraídos por FIIs de papel e híbridos, em especial, por distribuirem dividendos de forma regular e ainda serem isentos de IR”, aponta Eliane Teixeira, da Cy Capital.

Maiores altas

Entre os fundos imobiliários que compõem a carteira do IFIX, as altas acumuladas em janeiro variaram entre 24,8% e 0,3%. Já no campo negativo, as quedas foram entre 0,5% e 20%.

MXFII11, TVRI11, BCIA11, URPR11, RBRP11, KFOF11, SADI11, HGPO11, HGFF11 e XPSF11 estão entre as dez maiores altas do mês, com suas cotas variando entre 11,7% a 2,8%. Já quando analisado o retorno ajustado por proventos (quando os dividendos pagos são reinvestidos), os percentuais são maiores, entre 13% a 3,8%.

10 FIIs com maiores retornos do IFIX

NomeCódigoFoco de
atuação
Retorno cotas (%)Retorno ajust. proventos (%)
Merito Desenvolvimento Imobiliario FIIMFII11Híbrido11,7013
Tivio Renda Imobiliaria FI Imob-UnicaTVRI11Híbrido7,028,03
Bradesco Carteira Imobiliaria -Classe UnBCIA11Recebíveis5,166,02
Urca Prime Renda FII-UnicaURPR11Recebíveis3,725,05
FII Rbr Properties – FII-UnicaRBRP11Lajes Corporativas4,495,01
Kinea Fundo de Fundos de Inves-UnicaKFOF11Recebíveis3,804,90
Santander Papeis Imobiliarios -UnicaSADI11Recebíveis3,544,76
CSHG Prime Offices FII-UnicaHGPO11Lajes Corporativas4,074,62
CSHG Imobiliario Fof – FII-UnicaHGFF11Recebíveis3,174,00
Xp Selection FII-UnicaXPSF11Recebíveis2,883,82
Economatica

Os 30,4 mil investidores do Mérito Desenvolvimento Imobiliário (MFII11) viram suas cotas avançarem 9,6% no mês. Os que reinvestiram os dividendos recebidos acumularam um retorno maior, de quase 11%. 

A gestora do fundo adquire a participação em empreendimentos imobiliários desenvolvidos em parceria com incorporadoras. Há três investimentos na carteira do MFII. 

Maiores quedas

TORD11, BTAL11, VILG11, DEVA11, BROF11, HCTR11, XPPR11, RECT11, HXTM11 e BTRA11 viram sua cotas retrocederem entre – 5,5% e – 19,6%. Considerando o retorno ajustado por proventos, as quedas sentidas ficaram limitadas a -17%. 

10 FIIs com menores retornos do IFIX

NomeCódigoSetorRetorno cotasRetorno ajust. proventos
Tordesilhas Ei FII-UnicaTORD11Outros-5,50-5,50
FII BTG Pactual Agro Logistica-UnicaBTAL11Outros-6,37-5,56
FII Vinci Logistica-UnicaVILG11Logistica-6,32-5,71
Devant Recebiveis Imobiliarios-UnicaDEVA11Recebíveis-6,71-5,79
Brpr Corporate Offices FII-UnicaBROF11Híbrido-7,21-6,27
Hectare Ce FII-UnicaHCTR11Recebíveis-7,25-6,40
FII Xp PropertiesXPPR11Híbrido-8,38-7,98
FII FII Rec Renda Imobiliaria-UnicaRECT11Híbrido-9,68-8,91
Hotel Maxinvest FII-UnicaHTMX11Hotel-14,35-12,92
FII BTG Pactual Terras Agricolas-UnicaBTRA11Outros-19,66-17,00
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O BTG Pactual Terras Agricolas (BTRA11) viu suas cotas recuarem -19,6% no mês. Quando ajustado por proventos, a queda sentida pelos mais de 21 mil cotistas foi um pouco mais amena: de -17%.

O fundo, que investe em terras agrícolas produtivas (rurais e urbanas), utiliza contratos de cessão de direito das terras de longo prazo corrigidos pela inflação. A gestão também compra fazendas, melhora, e depois revende gerando lucro aos investidores, sendo 20% das receitas provenientes dessa estratégia, e 70% da primeira.

Em último fato relevante, a gestão apontou que a produtividade da soja estava aquém das expectativas, com lavouras apresentando resultados abaixo do esperado.

O fato se deve em partes por conta do El Niño, que provoca o aumento das chuvas em algumas regiões e elevadas temperaturas em outras, influenciando na colheita dos
alimentos. A gestão negocia contratos de algodão, milho e soja.

FIIs por segmento

Segundo a economista da Cy Capital, é importante avaliar o desempenho dos FIIs separados por foco de atuação, já que eles têm características distintas.

Considerando os FIIs com participação no IFIX, o maior retorno médio do último mês foi observado nos FIIs de lajes corporativas. Já nos últimos 12 meses, junta-se aos fundos de lajes os de shoppings “que vem sendo as grandes apostas dos investidores nos períodos mais recentes”, observa.

“Mas quando a gente avalia a rentabilidade efetiva do último mês – que é aquela que leva em consideração os rendimentos distribuídos – os FIIs de lajes, híbridos e de recebíveis foram os que apresentaram os melhores desempenhos”, disse.

A economista reitera ainda que boas oportunidades podem ser encontradas em fundos de papel e logístico, por estarem mais descontados com relação ao valor patrimonial.

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As ações e fundos imobiliários mais recomendados para janeiro https://investnews.com.br/financas/as-acoes-e-fundos-imobiliarios-mais-recomendados-para-janeiro/ Wed, 17 Jan 2024 09:15:00 +0000 https://investnews.com.br/?p=546306

Com o início de um novo ano, investidores e especialistas passam a traçar expectativas para rebalancear suas carteiras para os próximos doze meses, buscando oportunidades.

O Cafeína de hoje separa as cinco ações e os cincos fundos imobiliários mais recomendados de janeiro e explica o que os analistas estão falando.

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