Notícias Mobly – InvestNews https://investnews.com.br Sua dose diária de inteligência financeira Fri, 09 Aug 2024 12:04:19 +0000 pt-BR hourly 1 https://investnews.com.br/wp-content/uploads/2024/03/favicon-96x96.ico Notícias Mobly – InvestNews https://investnews.com.br 32 32 Mobly assume o controle da Tok&Stok após acordo com a SPX https://investnews.com.br/negocios/mobly-assume-o-controle-da-tokstok-apos-acordo-com-a-spx/ Fri, 09 Aug 2024 11:59:51 +0000 https://investnews.com.br/?p=607093 SÃO PAULO (Reuters) – A Mobly e fundos geridos pela SPX Capital anunciaram nesta sexta-feira (9) acordo para a transferência do controle da rede de varejo de móveis Tok&Stok para a rival.

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A transação se dará por meio de aumento de capital da Mobly, afirmaram as empresas. Os fundos geridos pela SPX transferem a totalidade de sua participação de 60,1% na Tok&Stok para a Mobly e passam a deter 12% da companhia combinada.

Com a operação, a Mobly passa a operar 70 lojas físicas, de ambas as marcas. A receita líquida anual combinada atinge R$ 1,6 bilhão. As duas empresas continuarão a operar de forma totalmente independente, com suas respectivas marcas e posicionamentos de mercado, segundo comunicado à imprensa.

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Fusão entre Tok&Stok e Mobly prevê OPA das ações MBLY3 https://investnews.com.br/negocios/fusao-entre-tokstok-e-mobly-preve-opa-das-acoes-mbly3/ Tue, 05 Sep 2023 12:33:21 +0000 https://investnews.com.br/?p=524347 A fusão entre Mobly (MBLY3) e Tok&Stok foi acertada em uma operação feita por meio de troca de ações. É o que aponta notícia publicada pelo jornal “O Globo” nesta terça-feira (5). Também estaria no radar uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) para os acionistas da Mobly.

O acionista controlador da Mobly, a home24, ficará com 80% da nova empresa, enquanto o fundo de private equity Carlyle – controlador da TokStok -, além dos fundadores da empresa, ficarão com 20%. O período de lock up dos acionistas controladores será de dois anos, o que aponta para uma trava para quaisquer negociações com os papeis nos próximos 24 meses.

Ainda segundo o jornal, está no radar da home24 fazer uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) para os acionistas da Mobly. A operação estaria precificada em R$ 6,50. As ações MBLY3 fecharam a R$ 3,50 no pregão da véspera.

Mobly/Divulgação
Mobly/Divulgação

Operação era aguardada

A fusão entre as empresas de móveis de decoração já era aguardada pelo mercado, uma vez que notícias sobre o tema já haviam sido veiculadas.

Com a movimentação das varejistas, é esperado que a nova companhia tenha a estrutura do canal de vendas online da Mobly e a rede de lojas físicas da Tok&Stok.

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‘Estamos saudáveis para esperar a taxa de juros baixar’, diz CEO da Mobly https://investnews.com.br/negocios/estamos-saudaveis-para-esperar-a-taxa-de-juros-baixar-diz-ceo-da-mobly/ Sun, 02 Apr 2023 12:00:00 +0000 https://investnews.com.br/?p=459341

Victor Noda, fundador e CEO da Mobly (MBLY3), empresa que atua com a venda de móveis e itens de decoração, afirmou em entrevista exclusiva ao Investnews, que embora o varejo esteja sofrendo com o aumento da taxa de juros, a empresa, que focou na preservação de caixa em 2022, está preparada para continuar enfrentando ventos contrários.

“Tem muita empresa sufocada agora por causa das dívidas e do crescimento da taxa de juros. Essa empresa está sofrendo dos dois lados: demanda mais baixa e custo de operação muito mais alto. Nós estamos sendo impactados só pela demanda e saudáveis suficientes para esperar a taxa de juros baixar”, avaliou.

Victor Noda, fundador e CEO da Mobly

Noda reiterou que com as famílias endividadas, os produtos discricionários (não essenciais) e com ticket alto, como é o caso do segmento de móveis, são os primeiros a sofrer queda na demanda. Para o executivo, enquanto não houver corte na taxa de juros, “o mercado vai continuar ruim”.

A companhia, que reportou balanço financeiro de 2022 na última semana, registrou mais um trimestre de prejuízo. O desempenho ficou negativo em R$ 16,8 milhões, um pouco pior perante o prejuízo de R$ 16,6 milhões registrado no mesmo intervalo de 2021. Os números foram considerados desanimadores pelo mercado.

O Bradesco BBI apontou que o crescimento do volume geral de vendas (GMV) e a margem Ebitda permanecem como desafios para a empresa.

Entretanto, a Mobly terminou o ano com um caixa positivo. “No último trimestre de 2021 tivemos uma queima de R$ 20 a R$ 30 milhões de caixa. Já nesse último trimestre de 2022, fizemos R$ 10 milhões de caixa positivo, isso mostra como a saúde financeira da Mobly mudou”, disse.

Dentre as iniciativas colocadas em práticas para aumentar a liquidez esteve a implementação do pagamento por PIX no fim de 2021, para diminuir o prazo de recebimento das vendas. A modalidade representa atualmente 30% das vendas totais. “Isso fez com que a gente reduzisse o parcelamento no crédito em várias vezes, o que ajudou no recebimento mais rápido do dinheiro”, disse.

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Mobly confirma conversas com Tok&Stok, mas nega acordo de fusão no momento https://investnews.com.br/negocios/mobly-confirma-conversas-com-tokstok-mas-nega-acordo-de-fusao-no-momento/ Fri, 10 Mar 2023 19:30:27 +0000 https://investnews.com.br/?p=447456 A varejista de móveis Mobly (MBLY3) confirmou, por meio de fato relevante divulgado na tarde desta sexta-feira (10), que esteve em conversas recentes com a Tok&Stok. O comunicado ocorre após notícia veiculada na coluna Pipeline do jornal “Valor Econômico” que menciona uma possível fusão entre as empresas.

Porém, a Mobly disse que, no momento, não possui “qualquer acordo vinculante, de exclusividade ou envio de qualquer oferta referente a uma fusão com a referida empresa”.

A companhia disse ainda que manterá investidores e o mercado informados sobre eventuais desdobramentos referentes ao assunto.

Os papéis da Mobly (MBLY3) companhia que ingressou na B3 em 2021, fecharam em queda de 1,37%, a R$ 2,88. Na abertura de capital, o papel foi negociado a um preço inicial de R$ 21.

Sobre o possível acordo

Segundo informações do Pipeline, a Tok&Stok teria contratado o banco Bradesco BBI como assessor em tratativas de fusão com a Mobly, que é assessorada pelo Itaú BBA.

Ainda segundo fontes ouvidas pelo jornal, a SPX, que virou a controladora da Tok&Stok ao assumir a gestão de fundos de private equity do Carlyle, considera abrir as negociações com outros candidatos.

A conversa com a Mobly não tem exclusividade neste momento, apontou a matéria.

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Por dentro das estratégias inovadoras da Westwing https://investnews.com.br/colunistas/por-dentro-das-estrategias-inovadoras-da-westwing/ Sun, 21 Nov 2021 19:15:00 +0000 https://investnews.com.br/?p=289051

O sucesso do setor de casa e decoração no e-commerce era algo que parecia pouco provável. Mas a realidade é que a venda online dos produtos desse segmento deu um salto nos últimos anos e cresceu ainda mais com a aceleração das vendas digitais durante a pandemia da Covid-19.

A Westwing (WEST3), por exemplo, empresa nativa digital que recentemente abriu seu capital, tem despertado muita curiosidade no mercado por suas particularidades no modelo de negócios. A empresa usa o conceito de shoppable magazine, ou seja, é uma loja e, ao mesmo tempo, uma revista. Tudo reunido numa experiência como se fosse uma rede social.

Além de fazer a curadoria de produtos, ela engaja o cliente com campanhas diárias de curta duração, sempre com novos itens e cenários para o consumidor navegar, como salas decoradas ou cozinhas bem equipadas para encontrar o produto certo.

Outro incentivo para o consumidor engajar com a marca é a quantidade de campanhas: são cerca de 60 campanhas com duração de 5 dias, com 14 mil produtos por semana oferecidos por um preço competitivo.

Westwing
REUTERS/Paula Arend Laier

A experiência oferecida ao cliente foi desenhada pensando em algo como um passeio no shopping, só que de maneira digital. A não ser no Westwing Now, a plataforma não tem o campo de busca, e isso é proposital para fortalecer a ideia de descoberta, diferentemente do e-commerce tradicional que é focado em oferecer conveniência para o consumidor.
E como oferecer tantos itens sem grandes estoques e depósitos imensos, o que aumentaria os custos e queimaria o caixa?

O que a Westwing faz é uma reserva de estoque com seus 3 mil fornecedores. Alguns produtos são selecionados e ficam reservados por cinco dias, tempo que dura cada campanha temática. Esse modelo diminui o risco de estoque e gera uma boa dinâmica de caixa.

Agora, com a abertura de capital (IPO), a empresa precisa executar sua estratégia de crescimento, e será um grande desafio. O primeiro passo é tentar acelerar o negócio principal, e para isso deverá investir ainda mais em marketing, logística e tecnologia. A Westwing também começa a explorar outras verticais, tendo em vista que produtos para casa e decoração apresentam frequência de compras por cliente mais limitada.

Para contornar isso e aproveitar a audiência da marca, ela tem aberto novas verticais de lifestyle para oferecer a venda de outras categorias na plataforma, como cosméticos, moda e alimentos. Inclusive, em setembro de 2021, anunciou a compra da agência de viagens online Zarpo, que conta com mais de 6 milhões de clientes cadastrados.

Um terceiro caminho de crescimento é expandir sua presença em outras atividades, como pontos no mundo físico para quando o consumidor quer contato mais próximo com a marca e seus produtos.

A tecnologia proprietária e customizada, o domínio logístico e o modelo de negócios diferente do que outras empresas do setor têm apresentado podem ajudar a Westwing em relação a empresas como a Mobly.

A Mobly, apesar de ter se provado em vários aspectos, tem um modelo de negócio menos diferenciado no setor e, portanto, mais sensível a sofrer com as estratégias de empresas como Magazine Luiza, Via Varejo, Madeiramadeira e Tok & Stok.


Inclusive, a Mobly também vem sendo muito questionada pelo mercado em virtude de prejuízos recorrentes. Por outro lado, ela caminha para grande foco no negócio principal, que é a categoria de móveis e decoração para tentar otimizar custos e a experiência do cliente. A empresa anunciou que vai abrir grandes lojas no setor e isso poderá ser uma janela para ganhar fôlego.

Além disso, anunciou recentemente uma parceria de projeto piloto com a Telhanorte para um showroom na loja da varejista de materiais para construção, num modelo chamado store in store.

Assim, a Westing competirá com uma empresa altamente especializada, com presença relevante no físico, ou seja, dois tipos de negócios e de estratégias de crescimento em um setor que promete crescer ainda mais.

Leandro Guissoni é Ph.D., professor de estratégia no Brasil e Estados Unidos, empresário, palestrante e autor de livros, artigos e casos de empresas por Harvard. Assessora grandes empresas em inovação digital e analytics. 

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Ação da Mobly ‘derreteu’ mais de 50% desde estreia na B3: o que esperar? https://investnews.com.br/financas/mobly-o-que-esperar-da-acao/ Fri, 10 Sep 2021 08:00:00 +0000 https://investnews.com.br/?p=274893 Pouco mais de 6 meses após abrir capital, a varejista de móveis Mobly (MBLY3) entrou em uma corrida contra o tempo para provar seu valor para o mercado. Desde a estreia das ações na bolsa brasileira, em 5 de fevereiro, elas derreteram 53,33% até 8 de setembro, segundo levantamento da Economatica Brasil. No mesmo período, o índice Small Caps (SMLL) recuou apenas 6,33%.

A companhia divide opiniões de analistas, pois não é exatamente a queridinha do mercado no segmento. Para alguns, é um case inovador, mas com um risco-retorno elevado, que ainda precisa entregar resultados consistentes.

Segundo João Daronco, analista da Suno Research, a tese de investimento da Mobly segue duas estratégias: crescer em um mercado fragmentado como o setor de móveis e se consolidar em um nicho pouco explorado, que é a venda online. “A Mobly é um case complexo, porque tem um crescimento e modelo de negócios em que ainda precisa se provar” defende.

Do outro lado estão os mais otimistas, como a casa de análise Eleven Financial, que recentemente defendeu em relatório que a companhia está bem-posicionada e vai se beneficiar do crescimento do e-commerce em um setor de menor penetração, além de um momento demográfico favorável. A Eleven recomendou a compra das ações com preço-alvo de R$ 28 até o final de 2021. Com a ação negociando atualmente perto dos R$ 9, seria praticamente triplicar o preço dos papéis.

Visão setorial da Mobly

O setor de móveis, onde a Mobly atua, é um bastante fragmentado. Segundo Daronco, apenas os 5 principais players concentravam, em 2019, 13% de participação de mercado.

O analista aponta que, por este motivo, é muito importante para as companhias conseguir se consolidar, aumentar escala, porque assim conseguirão melhorar a logística, diminuir custos e ter um poder de barganha maior com fornecedores.

Embora tenham perfis e públicos diferentes, alguns dos players presentes neste mercado e concorrentes da Mobly seriam: Westwing, MadeiraMadeira e Tok&Stok. Destes, apenas a Westwing (WEST3) tem capital aberto. A companhia estreou na bolsa também em fevereiro, no dia 11, e até o fechamento de 8 de setembro suas ações também acumulam queda de 53%, de acordo com levantamento da Economatica Brasil.

Para Danielle Lopes, sócia da Nord Research, existe uma justificativa para este movimento de baixa do setor. Ela explica que embora Mobly e Westwing atuem em nichos diferentes, enquanto a Mobly atende a classe média e média baixa, com um ticket a partir de R$ 100, a Westwing está voltada para uma classe mais premium, com marcas como Le Creuset.

No entanto, elas acabam concorrendo com todo o mercado de consumo cíclico que de alguma forma vende este tipo de produto, de móveis a decoração. “Enquanto a Westwing fechou 2020 com resultados no azul, a Mobly tem dificuldades de rodar no positivo, mas o mercado entendeu que a competição vai muito além delas”, cita.

Segundo Danielle, o mercado entendeu que estas ações teriam um ganho de curto prazo, por se tratar de empresas de consumo cíclico. Afinal, de acordo com a analista, quando uma pessoa compra um sofá, demora um bom tempo para adquirir outro.

Já 2020 foi um ano atípico, com pessoas passando mais tempo em casa, e percebendo a necessidade de trocar seus móveis, um movimento que nem sempre pode se repetir todos os anos.

Apesar de ser um setor cíclico, Daronco da Suno Research aponta que, mesmo com as empresas não ganhando marketshare, os principais players crescem em média 5% ao ano. Desta forma, existe uma oportunidade de consolidação para a Mobly, se souber usufruir da baixa penetração na venda física e na online.

Em entrevista ao InvestNews, o CEO da Mobly, Victor Noda, apontou que a companhia tem 4 pilares que vão torná-la um player vencedor do mercado:

  • A experiência de compras omnichannel: a Mobly busca ter uma plataforma digital diferenciada, com uso de tecnologia de busca, imagens em realidade aumentada, ambientação 3D para deixar a experiência do cliente diferenciada. Esta experiência digital também será linkada nas lojas físicas. E, segundo Noda, a Mobly é o único player do setor que consegue fazer isso.
  • Sortimento de produtos: o CEO aponta que a companhia tem o maior sortimento de casas de decoração presente em todos os players do setor. Atualmente, 50% da venda da Mobly é private-label (onde a produção é terceirizada para fornecedores, mas leva o selo da marca). Noda explica que isso deixa os preços mais atrativos.
  • Logística: A companhia espera ter o prazo de entrega mais rápido do setor, com mais de 40% das vendas com envio imediato. Recentemente abriu um centro de distribuição no Nordeste que deve acelerar o tempo de entrega na região.
  • Tecnologia eficiente: segundo Noda, a Mobly trabalha com ciência de dados, para melhorar a precificação do produto, ordenar catálogos, recomendar itens e oferecer um frete mais atrativo.

Quem é a Mobly (MBLY3)

A Mobly é uma plataforma líder no segmento de Home & Living no Brasil. A empresa foi criada em 2011, mas abriu capital apenas em fevereiro de 2021.

Seu modelo de negócio é 85% focado na venda de móveis online, mas também conta com 11 lojas físicas, seguindo três formatos: Megastore, Outlet e Mobly ZIP, com um portfólio de mais de 200 mil produtos.

O CEO da companhia explica que eles trabalham com o modelo de beneficiamento, ou seja, eles não fabricam seus móveis, mas fornecem a matéria-prima para seus fornecedores criarem. Além disso, também compram os móveis dos fornecedores, mas utilizam uma marca própria.

A Mobly tem um e-commerce próprio, mas também está presente em outros sete onde vende seus produtos: Mercado Livre, Magazine Luiza, Via Varejo, B2W, Amazon, Carrefour e Leroy Merlin.

Olhando para os fundamentos da companhia nos últimos 4 anos, Danielle, da Nord Research, destaca que a Mobly opera no prejuízo. “Olhando para o histórico passado, é muito difícil ter uma visibilidade”, defende. Segundo a analista, este tipo de empresa não consegue inovar do dia para a noite, e precisará um grande esforço para repetir o boom da pandemia.

Para Carlos Herrera, analista da Condor Insider, o histórico dos últimos quatro anos não é muito favorável, tendo em vista que a Mobly tem suas margens apesar de ter experimentado um forte crescimento turbinado pela pandemia. O conflito, segundo os analistas, é que não dá para saber se esse crescimento exponencial pode se repetir nos próximos trimestres.

Com a reabertura da economia, por exemplo, a Mobly enfrentou no último semestre a desaceleração do mercado online, uma das principais dificuldades citadas pelo seu CEO. Segundo Victor Noda, em meados de abril, o volume de buscas por móveis no Google despencou e impactou diretamente na demanda e taxas de conversão da companhia. “Para manter o nosso faturamento tivemos que investir no marketing, para manter as visitas ao nosso site”, explicou ao InvestNews.

Outra dificuldade segundo Noda, foi a inflação média do setor que disparou 25%, enquanto o custo de algumas matérias primas como chapas de madeira, metais chegou a subir até 70%.

Esta inflação pressionou os fornecedores que produziam os móveis e itens da Mobly, que acabaram repassando o preço para a companhia. Segundo o CEO, até o mês de abril, a Mobly conseguiu negociar diretamente com os fornecedores e repassar uma parte destes custos aos clientes.

Porém, logo percebeu que a estratégia não fazia sentido, considerando que os consumidores enxergavam cada vez mais caros os móveis. Foi quando decidiram segurar os preços e não repassar mais aos clientes. “Foi uma decisão consciente, para manter o crescimento da Mobly e continuar atraindo o consumidor”, explica.

Segundo Noda, era mais produtivo para a Mobly não repassar os custos dos materiais para os clientes, para manter os produtos atrativos, mesmo com margens menores, do que repassar e elevar os preços, perder consumidores e ter que investir mais em marketing para recuperá-los.

O CEO apontou ao InvestNews que essa normalização dos preços deve ocorrer nos próximos meses, com um mercado mais estável. Ele afirma que a recuperação da companhia deve ocorrer a partir do 4º trimestre deste ano, quando com uma base melhor do que 2020, a Mobly inicia um movimento de aceleração.

A preocupação de Herrera, da Condor Insider, é que novos concorrentes surjam com a reabertura econômica e que a Mobly queime caixa para sobreviver nos próximos trimestres.

Segundo os analistas, nos últimos 12 meses, a companhia queimou em média R$ 259 milhões de caixa, apenas no segundo trimestre foram R$ 130 milhões.

De acordo com a Economatica Brasil, até junho de 2021, o caixa da Mobly era de R$ 433,142 milhões. “Nesse ritmo se a companhia não crescer vai ter dívida em 2022”, alerta Herrera.

Para onde foi dinheiro do IPO

Para Noda, a realidade é um pouquinho diferente. Ele explicou ao InvestNews como a companhia tem utilizado os R$ 812 milhões levantados na sua oferta pública inicial de ações (IPO).

Deste montante, R$ 70 milhões foram para zerar dívidas da companhia. Outra estratégia foi antecipar recebíveis do cartão de crédito, aqueles que a empresa tinha com compras parceladas em até 12 vezes e que geravam juros para a Mobly.

Segundo o CEO, a companhia deixou de fazer esta antecipação e tem caixa para ficar confortável até fevereiro de 2022.

Além disso ela fortaleceu seu capital de giro, financiando e antecipando pagamento aos fornecedores para que possam acompanhar o crescimento da empresa, adquirindo matéria prima, expandindo as fábricas.

A companhia também investiu em marketing e em expansão de lojas físicas, com lançamento de 3 lojas, Megastore, Outlet e MoblyZip, e a expectativa de inaugurar mais 6 até o final de 2021.

Victor Noda, CEO da Mobly

Oportunidades de crescimento e expansão

Entre as principais avenidas de crescimento da companhia, João Daronco, analista da Suno Research destaca três:

  • E-commerce: que embora desacelerou nos últimos meses deve ser uma tendência natural as pessoas comprarem pela internet no pós-pandemia. Desta forma, a Mobly consegue ganhar participação de mercado.
  • Idade dos consumidores: segundo Daronco, os clientes da Mobly são millenials, e tem entre 25 e 34 anos. Este tipo de consumidor que nasceu em uma era digital e faz compras online vai envelhecer, se interessar mais pelos móveis e consumir mais produtos da empresa.
  • Mercado em crescimento: para o analista, o setor de móveis cresce rápido no Brasil conforme o aumento de moradias e da renda das pessoas, que passam a se interessar por mobiliar suas casas.

Já Danielle, da Nord Research, enxerga como oportunidade a interiorização da marca, algo que a Mobly está executando. Ela explica que quando uma empresa tem sua marca própria e não terceiriza, ela é dona dos seus custos, o que facilita o crescimento e a participação no mercado.

A analista destaca também a importância de fortalecer um marketplace próprio ao estilo do Magazine Luiza ou Via Varejo. “O desafio da Mobly é cair no gosto popular, algo que ainda não conseguiram fazer com assertividade”, aponta.

Atualmente a companhia vende em 7 marketplaces de grandes marcas e o objetivo é estar presente em 11 marketplaces até o final do ano.

Em relação à expansão de lojas físicas, o CEO aponta que a meta até o final de 2021 é:

  • 3 novas megastores:  Uma na Marginal Pinheiros (SP) próxima ao parque Vilalobos, outra próxima da Rodovia Anchieta (sentido ABC) e a terceira em Ribeirão Preto. Noda também apontou que para o começo de 2022, outras 2 megastore devem ser inauguradas.
  • 3 outlets: um deles será inaugurado em Jundiaí (SP) em setembro, outro em Carapicuíba (SP) e o último será em Interlagos, próximo da virada do ano.
  • 4 Mobly Zip: este tipo de loja é o formato de franquias da Mobly. Recentemente a companhia lançou uma na Avenida dos Bandeirantes, perto de Moema e Itaim. E tem mais uma loja em construção no shopping Tietê Plaza. Além destas, mais duas Mobly Zip estão em planejamento.

Além das lojas, a companhia está investindo na abertura de novos centros de distribuição (CD). Em abril, lançou um CD em Belo Horizonte, e recentemente inaugurou outro em Cajamar, no estado de São Paulo. Entre os planos está a abertura de um terceiro centro em Pernambuco, para atender a região do Nordeste.

Segundo Noda, com cada centro de distribuição o prazo de entrega cai para a média de 15 dias. Mas o objetivo é em São Paulo reduzir este prazo para 2 dias, e chegar na Black Friday com envio imediato de pelo menos 40% dos produtos.

Apesar desta expansão física o CEO da companhia esclarece que o e-commerce continua sendo o carro-chefe, e que a meta é que as lojas físicas respondam apenas por 1/3 da receita do negócio.

Entre estas lojas, o ponto focal são as megastore, que segundo o CEO são as que trazem mais faturamento e visibilidade. “Quando a gente abre uma megastore, as vendas online em um raio de 5 quilómetros destas lojas aumenta em 20%”, afirma.

A ideia é que estas lojas também auxiliem na experiência omnichannel e sejam hubs logísticos para facilitar a entrega via clique e retire.

Noda apontou ao InvestNews que, a partir de outubro, a Mobly espera entrar no ritmo de lançar 1 nova loja por mês, repetindo a estratégia em 2022.

Prós e contras das ações da Mobly

Entre as principais vantagens da companhia, os agentes de mercado consultados pela reportagem destacam:

  • Presença Digital: A Mobly foi um dos players tech que chegou à bolsa neste ano, com um modelo de negócios focado no digital que a destaca frente aos concorrentes. Formato semelhante a companhias dos Estados Unidos, com forte potencial de crescimento desde que consiga ter aplicabilidade.
  • Confiança da marca: para comprar pela internet o consumidor precisa se sentir seguro e este é um fator que a Mobly domina. A companhia foi eleita Top of Mind por uma pesquisa da Nielsen, onde figura entre as três maiores varejistas de Home & Living.
  • Portfólio de produtos: a Mobly tem um sortimento bom de produtos para oferecer aos clientes, com uma logística forte, que permite entregas rápidas e baratas, além de ganho de escala.
  • Logística: a companhia tem a Mobly Log, uma plataforma de logística própria.
  • Mercado fragmentado: a Mobly tem a oportunidade de crescer considerando as tendências demográficas e de consumo.

Já entre os riscos, João Daronco destaca a possibilidade de a companhia não conseguir concretizar o plano de expansão e se consolidar no mercado, somado as dificuldades de execução das metas prometidas no IPO.

Outro ponto de atenção seria o valuation da empresa, que pode ser considerado caro se ela não conseguir entregar os resultados no futuro, com crescimento acelerado.

Já Danielle Lopes cita que embora este modelo seja vencedor nos EUA, está se provando que no Brasil a capacidade de implementação pode ser bem diferente, o que seria um desafio para a Mobly.

Segundo Herrera, da Condor Insider, os riscos que a companhia apresente são dos de concorrência principalmente no omnichannel, onde outros players com maior caixa podem implementar uma estratégia física e digital com mais facilidade.

Ele afirma estar preocupado com o consumo de caixa da companhia, que pode vir a precisar de uma nova injeção de capital no futuro para alavancar seu crescimento. “Para os investidores isso seria ruim por ter o capital da companhia diluído”, diz.

Em relatório, a Eleven Financial também alerta sobre os riscos tecnológicos, com a necessidade de sistemas seguros que suportem a operação, além do uso de fornecedores que podem impactar diretamente na qualidade dos produtos.

Vale a pena comprar a ação?

Como citado no começo da reportagem, o principal desafio para a Mobly é executar seu plano de crescimento e conseguir provar seu valor para o mercado.

É por este motivo que, apesar do seu forte potencial de crescimento, os analistas consideram que o preço a ser pago por ele é elevado. Tanto a Nord Research como a Condor Insider não recomendam a compra da ação.

Já segundo Daronco da Suno, tudo depende da perspectiva e interesse do investidor, afinal olhando para a Mobly atualmente, o risco é elevado e o potencial de valorização muito forte, mas conforme a companhia vai entregando resultados e crescendo, este risco pode diminuir e em consequência seu retorno ao investidor também.  Para ele vale a pena o investidor avaliar o que a companhia pode entregar no preço atual e se vale a pena o risco.

Em contrapartida, a Eleven Financial está bastante otimista e acredita que a Mobly está bem-posicionada para seu crescimento no e-commerce. A casa de análise recomenda a compra da ação com preço-alvo de R$ 28 para 2021.

Esta matéria faz parte da série Small Caps InvestNews, que a cada semana vai trazer um panorama sobre as ações de empresas com grande potencial de valorização na B3. Veja abaixo as publicações anteriores:

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Ações da Mobly e Mosaico disparam em dia de estreia na B3 https://investnews.com.br/financas/acoes-da-mobly-e-mosaico-disparam-em-dia-de-estreia-na-b3/ Fri, 05 Feb 2021 17:12:11 +0000 https://investnews.com.br/?p=228846 As ações da plataforma digital Mosaico (MOSI3), dona dos sites Zoom, Buscapé e Bondfaro, e da varejista de móveis online Mobly (MBLY3) estrearam com alta de dois dígitos na bolsa brasileira nesta sexta-feira (5).

O papel da Mosaico saltou 96,97% na B3, negociada em R$ 39. Já a rede Mobly subiu 25,71%, cotada em R$ 26,40.

IPO no topo da faixa

A ação da Mosaico foi precificada no topo da faixa indicativa entre R$ 15,40 e R$ 19,80 em sua oferta inicial de ações (IPO). A operação da companhia baseada no Rio de Janeiro consistiu na distribuição primária de 29.220.780 papéis, somando R$ 578,6 milhões; e distribuição secundária de 32.142.862 ações, no total de R$ 636,4 milhões, incluindo os lotes adicional e suplementar.

A Mosaico afirmou que usará os recursos da oferta primária para a quitação de financiamento com o BTG Pactual, bem como ampliação da participação no mercado de comércio eletrônico. As units do BTG Pactual dispararam 7,7% nesta sessão, para a máxima de fechamento de R$ 106,47.

No caso da Mobly, o conselho de administração da companhia aprovou o preço de R$ 21 por ação para seu IPO. O valor foi fixado dentro da faixa indicativa de preço, que era de R$ 17 a R$ 23,50. O aumento de capital da oferta primária foi de R$ 777,8 milhões, pela emissão de 37,037 milhões de ações ordinárias.

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