O tão aguardado lançamento do Ray Ban Display no Meta Connect 2025 prometia mostrar o futuro da realidade aumentada. Trata-se, afinal, de uma versão “com tela” do Meta Ray Ban, o óculos inteligente da empresa. Mas quem dominou os holofotes foram as falhas técnicas, transformando o evento em um show de trapalhadas.
Na quarta-feira (17), o CEO Mark Zuckerberg subiu ao palco do evento, realizado no quartel-general da Meta em Menlo Park, na Califórnia, para demonstrar as funcionalidades do dispositivo, que incluem tradução em tempo real e chamadas de vídeo. O “mouse” ali é uma pulseira, batizada como Neural Band. Ela transforma movimentos sutis em comandos para a tela. Mais precisamente, o que o óculos faz é mostrar imagens nas lentes, direto nos seus olhos. misturadas à paisagem. Um salto no conceito de realidade aumentada – que transforma o dispositivo num “celular sem celular”. Genial.
Mas quase nada saiu como planejado.
Festival de trapalhadas
Um dos momentos mais comentados do evento aconteceu durante uma demonstração culinária. A ideia era mostrar como o Ray-Ban Display pode ajudar em tarefas do dia a dia, funcionando como um assistente em tempo real.
Zuckerberg, então, convidou um influenciador gastronômico para preparar um molho coreano, enquanto o Meta Ray-Ban Display forneceria passo a passo as instruções de preparo. Porém, em vez de uma experiência fluida, o sistema começou a dar comandos desconexos e fora de ordem, confundindo os participantes e arrancando risos da plateia.
Logo depois, veio a tentativa de fazer uma chamada pelo WhatsApp usando apenas gestos captados pela Neural Band. O seja, usar o Whats sem a intermediação de um celular. Mas o que veio foi mais constrangimento.
A imagem na tela simplesmente não respondeu aos movimentos de Zuckerberg, obrigando o CEO a interromper a explicação. Visivelmente desconcertado, ele admitiu: “Que pena, não sei o que aconteceu… Você pratica essas coisas umas 100 vezes e, mesmo assim, nunca sabe o que pode dar errado”.
Mais adiante, ao tentar retomar a apresentação, Zuckerberg ainda brincou com a situação. “A ironia é que você passa anos desenvolvendo tecnologia e, no dia da apresentação, é o Wi-Fi que te derruba”, afirmou o CEO.
As falhas acabaram ofuscando o brilho do lançamento do produto. O que era para ser uma vitrine do futuro se transformou em uma sucessão de gafes.
Funcionalidades e preço do Meta Ray-Ban Display
As vendas nos Estados Unidos começam em 30 de setembro, com preço sugerido de US$ 799. No resto do mundo, só em 2026.
Com o lançamento, a Meta tenta se firmar no mercado de óculos inteligentes e realidade aumentada, competindo com outros wearables que vêm disputando espaço nesse segmento.
Além do Ray-Ban Display, a empresa apresentou os óculos esportivos Oakley Meta Vanguard, voltados para atletas, integrados a plataformas como Garmin e Strava, com preço de US$ 499, e o modelo Ray-Ban Meta Gen 2, com câmera aprimorada e bateria mais duradoura, por US$ 379.