Google está superando a Apple na IA para celulares

O que o consumidor quer do Google, da Apple e de todas as emmpresas são informações que aparecem quando ele precisa

A corrida para desenvolver o melhor celular com inteligência artificial já começou. Mas a Apple está sendo ultrapassada por seus concorrentes Android.

A Apple anunciou uma Siri mais inteligente, mas ela desapareceu, e outras ofertas do Apple Intelligence são bem sem graça. Enquanto isso, a Samsung está incorporando o Gemini em seus celulares Galaxy, e os novos Google Pixels estão cheios de IA aqui e ali. Ferramentas que realmente usaríamos.

O modelo Pixel 10, anunciado na quarta-feira (19) pelo Google, me vestiu com um blazer gerado por IA de um aplicativo da câmera.

Um clone da minha voz discutiu fluentemente sobre o almoço em alemão, idioma que eu não falo.

Quando liguei para o atendimento ao cliente da United, as informações da reserva do voo apareceram automaticamente na tela.

O Pixel detém apenas uma fração do mercado de smartphones — e é improvável que isso mude, dado o quanto somos apegados aos nossos dispositivos móveis — mas ele está muito à frente do iPhone em IA. Em um anúncio recente, o Google zombou do atraso da Siri inteligente da Apple, sugerindo que os donos do iPhone mudassem para o novo Pixel 10.

Não importa de que lado você esteja, queremos saber o que a IA pode fazer em um telefone.

Depois de conferir o Pixel 10, tenho uma resposta: informações que aparecem quando você precisa, tradução em tempo real na sua própria voz, um fotógrafo virtual direcionando suas fotos, um personal trainer personalizado e muito mais.

O que ele não consegue fazer? Transformar aquelas bolhas de texto verdes do iPhone em azuis.

Nenhum prompt é necessário

Os telefones Google Pixel sempre foram mais voltados para softwares impressionantes do que para hardwares — e isso inclui os novos Pixel 10 (US$ 799 ou cerca de R$ 4,4 mil) e Pixel 10 Pro (US$ 999 ou R$ 5,4 mil). Mas você depende muito nos aplicativos do próprio Google, como o Gmail e o Maps.

Para usuários do iPhone, incluindo eu, o recurso que mais causa inveja é o Magic Cue. Ele vasculha sua caixa de entrada, calendário e mensagens de texto e então exibe as informações quando acha que você precisa delas.

Digamos que Mary envie uma mensagem de texto: “Qual é aquela cafeteria que o Ben recomendou?”. O Magic Cue pode fazer surgir a recomendação a partir da sua conversa com o Ben. Se Mary perguntar se você quer experimentar no domingo, um atalho para visualizar seu calendário aparecerá.

Quando você liga para um restaurante, o aplicativo do telefone pode obter detalhes da reserva do seu e-mail. Ao abrir o Google Maps pouco antes de fazer a reserva, você chega ao restaurante com apenas um toque rápido.

O Voice Translate também é uma grande melhoria. Este tradutor de idiomas ao vivo (com clone de voz em tempo real) é semelhante à função Meet que testei no início deste ano. No Pixel, funciona diretamente no aplicativo do telefone, traduzindo inglês, espanhol, alemão, japonês, italiano, português, francês, sueco, russo, hindi e indonésio.

Tentei com um nativo de alemão. Falei em inglês e, logo depois, ouvi minha própria voz falando alemão. Uma transcrição da nossa conversa, no meu inglês nativo, apareceu na tela.

A tradução do alemão para o inglês não foi perfeita, mas sempre entendi a essência. Eu poderia ter usado essa ferramenta quando morava na França, tendo dificuldades com tarefas administrativas como um falante não nativo — como convencer meu senhorio de que o aquecedor de água estava quebrado.

Diretor de arte

A experiência fotográfica do Pixel 10 é repleta de IA. O Camera Coach é realmente perturbador no começo. Um representante do Google apontou a câmera para mim e apertou o botão da câmera com IA. Após cerca de 10 segundos, ele perguntou o que queríamos na foto: um retrato de corpo inteiro, um close ou algum plano mais inovador.

Clicamos em “inspire-se” e isso gerou uma imagem aproximada de mim, sentado mais relaxado no sofá. Em seguida, ele deu algumas instruções ao fotógrafo: peça para sentar, coloque no lado esquerdo do quadro, mova para capturar a cena mais abaixo e em um ângulo, use o Modo Retrato e tire a foto da cintura para cima.

A foto final ficou muito boa. Talvez algo que eu pudesse usar no LinkedIn. Mas será que transmitiu a seriedade necessária?

No modo de edição, você pode tocar em Pedir Fotos e digitar ou falar instruções. “Faça com que pareça melhor” pode retocar a foto, mas eu optei por “Faça com que pareça profissional”: Isso aumentou a iluminação e o desfoque. Recebi quatro opções em cerca de 20 segundos.

“Envie Nicole para o espaço sideral” mudou o fundo para a Via Láctea. “Adicione um terno” me colocou em um blazer virtual. Embora algumas variações me fizessem parecer um pouco maltrapilho, um resultado foi convincente.

Na verdade, eu queria outro coach com Gemini do Google, lançado em outubro: insights personalizados sobre saúde e condicionamento físico para rastreadores Fitbit e Pixel Watches.

O coach de saúde pode ajustar os planos de treino com base em dados em tempo real, como o sono da noite anterior. Mencione dor nas costas durante um check-in e o treinador mudará suas sugestões.
O futuro Workout Buddy do Apple Watch tem menos a ver com um treinador de IA e mais com um animador de IA. Ele pode te dizer quando você atinge um recorde pessoal, mas não consegue criar um treino para você.

O Google afirma que os recursos avançados de IA do Pixel podem “fazer mágica acontecer“. A Samsung destaca seus telefones com “IA Galaxy”. O site da Apple destaca as “possibilidades da IA”.

“As pessoas ainda não estão exigindo recursos de IA em seus telefones”, diz Sheng Win Chow, analista da Canalys, que monitora as vendas de smartphones. Mas o Google aposta que isso acontecerá em breve. A corrida continua e, por enquanto, a Apple ainda tem muito trabalho a fazer para se equiparar.

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