Opinião WSJ – Ataque dos EUA poupa o mundo de um risco intolerável

Bombardeio de três instalações nucleares pode levar a um Oriente Médio mais pacífico. Veja a análise do Wall Street Journal

A decisão de atacar as três instalações nucleares mais importantes do Irã no sábado ajudou a livrar o mundo de uma grave ameaça nuclear e foi um grande passo para restaurar a capacidade de dissuasão dos EUA. Também cria uma oportunidade para um Oriente Médio mais pacífico, caso os países da região saibam aproveitá-la.

“As principais instalações de enriquecimento de urânio do Irã foram completamente e totalmente obliteradas”, disse Trump na noite de sábado. Ele deixou claro que o Irã foi o responsável por essa situação. “Por 40 anos, o Irã vem dizendo ‘morte à América’, ‘morte a Israel’. Eles têm matado nosso povo”, afirmou, citando os 1 mil americanos mortos por bombas improvisadas e outros ataques financiados pelo Irã. Um Irã com armas nucleares representava uma ameaça perigosa para Israel, os Estados árabes vizinhos e os Estados Unidos.

Trump deu ao Irã todas as chances de resolver isso pacificamente. O regime ignorou seu prazo de 60 dias para fechar um acordo. Depois, Israel atacou, destruindo grande parte do programa nuclear iraniano e alcançando a supremacia aérea, e ainda assim o presidente deu ao Irã mais uma chance para chegar a um entendimento. O regime nem sequer aceitou abandonar o enriquecimento doméstico de urânio. O aiatolá Ali Khamenei preferiu a bomba à paz.

Conflitos militares são muitas vezes imprevisíveis, e o potencial de uma retaliação iraniana não pode ser descartado, por mais autodestrutiva que ela possa ser. O Irã e seus aliados no Iraque ameaçaram bases americanas na região com ataques de mísseis, mas Trump advertiu que “os próximos ataques serão muito maiores” se o Irã seguir esse caminho. Os EUA já evacuaram parte do pessoal e mobilizaram ativos militares para a região. Se o regime valoriza sua própria sobrevivência, desistirá de suas ambições nucleares e recuará.

Grande parte da imprensa tem se fixado na ideia de que Trump agora entrou ou até mesmo iniciou um conflito. Mas o Irã vem travando uma guerra regional e terrorista há décadas. É tão provável que ele tenha ajudado a encerrá-la quanto o contrário. Deixar o Irã com instalações nucleares fortificadas depois de uma campanha militar israelense teria sido uma receita para o máximo de perigo — praticamente um convite para Teerã correr para construir uma bomba.

Ao mesmo tempo, a campanha israelense criou uma oportunidade estratégica sem precedentes. De repente, o espaço aéreo iraniano ficou desprotegido. Seu substancial programa de mísseis balísticos foi degradado. Vários de seus aliados foram silenciados à força. Seu programa nuclear foi reduzido a poucos locais-chave — um dos quais só armas americanas tinham capacidade para penetrar com eficácia.

A oportunidade de agir e o perigo de se omitir podem ter sido decisivos. Diríamos que deixaram a Trump pouca escolha — mas presidentes dos EUA sempre têm escolha, e muitos, no passado, preferiram adiar decisões difíceis. Para seu crédito, Trump não fez isso, atingindo Fordow, bem como Natanz e Isfahan. Isso mostra que o presidente quis deixar claro que não restaria dúvida quanto ao programa nuclear do Irã: o objetivo era acabar com tudo.

Ponto para ele, por ter enfrentado o momento, apesar das dúvidas de parte de sua base política. Os isolacionistas estavam errados em todas as etapas até sábado, e agora voltam a prever outro Iraque — ou até o caminho para a Terceira Guerra Mundial. Trump precisava agir para deter a ameaça que estava à sua frente e proteger os Estados Unidos, que é sua primeira obrigação como presidente.

“A história registrará que o presidente Trump agiu para negar ao regime mais perigoso do mundo as armas mais perigosas do mundo”, disse o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu na noite de sábado. Trump agradeceu e disse: “Trabalhamos em equipe.” Os israelenses, que provaram seu valor estratégico como aliados, gostariam de concluir a missão destruindo o que resta da infraestrutura de mísseis do Irã. Eles merecem um sinal verde — especialmente porque esses mísseis ameaçam bases americanas.

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