Colunistas
Simulador da B3: como saber como investem as pessoas parecidas com você
Ferramenta deve ser encarada como uma espiadinha motivadora da ‘grana do vizinho’.
Na hora de começar a investir aquele precioso dinheiro, conquistado com tanto suor, dá um frio na barriga. Além de que vem a dúvida cruel: como eu faço isso? Provavelmente, você já passou da primeira fase “caso ou compro uma bicicleta”, mas será que agora tem alguém para te ajudar, pegar na mão e mostrar como pode ser feito?
Parte do como fazer envolve a pergunta: qual é a melhor carteira de investimentos? Talvez você já tenha tentado pesquisar isso no Google (GOGL34), ou feito essa pergunta ao seu amigo que gosta de ler sobre o assunto. Mas a verdade é que não existe uma receita única que funcione para todo mundo cujo resultado depois de seguir alguns passos seja o maior retorno e o menor risco. Isto porque cada investidor tem uma história de vida, necessidades e objetivos próprios.
Além disso, a cultura de cada pessoa pode ter relação direta com a forma de investir e como ela melhor se identifica. Dentro de um país continental como o Brasil, a cultura não é única, há características e nuances que mudam de região para região. As diferentes regiões do país têm suas peculiaridades, inclusive quando o assunto é investir.
Só para ficar em alguns exemplos, é no Sudeste que está a maior participação feminina na bolsa de valores: 26%. Já o Norte brasileiro se destaca pela maior presença de investidores de até 24 anos de idade, que respondem por 15% do mercado daquela região. Falando em faixa etária, as mulheres lideram o grupo acima de 40 anos, que são 44% do grupo, frente a 36% para homens.
A região Norte também tem o maior aumento de investidores tanto em ações quanto no Tesouro Direto nos últimos 5 anos. Foi um aumento de 1.103% investidores em ações e 231% no Tesouro Direto.
Também em produtos, novamente a região Norte se destaca: 40% dos investidores da região investem em BDRs e 43% dos investidores de até 40 anos possuem o produto. Para ações o destaque é a região Sul, onde 75% dos investidores possuem ações na carteira de investimentos.
Mas uma coisa é certa, o primeiro passo é o mesmo para todos, independente do destino financeiro de cada um. E para isso o melhor caminho é partir de um planejamento financeiro adequado, que ajude a identificar os objetivos ao longo do tempo e a renda disponível para investir. E, em seguida, distribuir os recursos entre produtos que tenham comportamentos complementares entre si, capazes de fazer a carteira reagir bem em diversos cenários de juros, inflação e câmbio. O nome disso é diversificação.
Dito isso, há muitas estratégias para construir um portfólio diversificado, e até investidores mais experientes podem se sentir meio perdidos nessa construção – e inclusive mudar de ideia ao longo do processo. Para ajudar nisso, muitos investidores recorrem ao uso de ferramentas como calculadoras e simuladores existentes, que são importantes para aprimorar essa jornada de investimento. Essas ferramentas são encontradas em diversos canais independentes ou dentro de plataformas de investimento.
‘A Grana do Vizinho’
Uma dessas ferramentas está disponível no Bora Investir, o novo site de informações sobre investimentos da B3. Trata-se de um simulador exclusivo, chamado A Grana do Vizinho. Ele usa a base de dados única da bolsa brasileira para mostrar a cada investidor o que outras pessoas com perfil parecido estão fazendo com o próprio dinheiro. Isto ajuda a ver como “gente como a gente” faz os seus próprios investimentos na vida real, representando uma referência além de conselhos ou recomendações teóricas.
É muito fácil usar a ferramenta. Ao inserir sua faixa etária, gênero e região em que reside, você descobrirá como outras pessoas com essas mesmas características estão investindo na B3. Dá para saber o valor do primeiro investimento, quanto elas conseguiram acumular e até a composição do portfólio atual: quais os tamanhos das fatias de renda fixa, ações, fundos e Tesouro Direto nas carteiras.
Todas essas informações se referem a uma média dos investidores de cada perfil e região. Por isso, a composição de carteira gerada pela ferramenta não é uma recomendação de investimento e não substitui uma consulta com um profissional especializado, que olhará para a sua realidade individual, seu perfil e seus objetivos para fazer as recomendações adequadas. Em vez disso, ela deve ser encarada como uma espiadinha motivadora na “grana do vizinho”, que fornece parâmetros para te inspirar a olhar com carinho para os próprios investimentos e buscar construir ou atualizar a sua estratégia.
Aliás, se você já começou a investir, pode aproveitar também o atalho para a Área Logada do Investidor para acessar uma visão consolidada da sua carteira. Se ainda não investe, tem uma porta entreaberta para o mundo do conhecimento: o Hub de Educação da B3, com cursos totalmente gratuitos que vão te ajudar a ficar mais preparado nessa caminhada, que, como todos sabem, é longa, mas vai ser cada dia mais natural usando todas essas ferramentas disponíveis.
*André Lauri é gerente de Inteligência de Mercado da B3. |
As informações desta coluna são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews e das instituições com as quais ele possui ligação.
Veja também
- Programa da B3 desmistifica o mercado de capitais e cria conexões entre empresas
- O momento da renda fixa para o investidor
- Como se proteger do sobe e desce do dólar?
- Como funciona a tecnologia da bolsa de valores?
- Como investir no agronegócio brasileiro?