Economia
3 fatos para hoje: Balanços de Braskem e Qualicorp; preços ao produtor da China
Preços ao produtor da China caíram em outubro pela primeira vez desde dezembro de 2020, enquanto a inflação ao consumidor se moderou.
1 – Braskem tem prejuízo de R$ 1,1 bi no 3º tri
A Braskem (BRKM5) registrou prejuízo líquido de R$ 1,1 bilhão no 3º trimestre de 2022, ante lucro de R$ 3,537 bilhões no mesmo período de 2021. No acumulado do ano, a companhia registrou lucro líquido atribuível aos acionistas de R$ 1,4 bilhão.
Em relatório, divulgado nesta terça-feira, a companhia diz que o prejuízo reportado no trimestre ocorreu em função, principalmente, do impacto do menor resultado operacional e da variação cambial no resultado financeiro dada a depreciação do real e do peso mexicano no final do período frente ao dólar
O Ebitda recorrente da companhia foi de R$ 1,967 bilhão, caindo 74% em relação ao mesmo período do ano passado e 50% ante o segundo trimestre. Em dólar, o Ebitda recorrente foi de US$ 371 milhões, 54% inferior ao período de abril a junho.
Isso se deu, principalmente, pelo menor volume de exportações de resinas no segmento Brasil, menor volume de vendas de PP nos Estados Unidos e PE no segmento México; pelos menores spreads internacionais de PE, PP e PVC no Brasil, PP nos Estados Unidos e Europa, e PE no México; e pelo efeito contábil de realização dos estoques1 no montante líquido de US$ 77 milhões (R$ 400 milhões).
A receita líquida ficou em R$ 25,387 bilhões no 3º trimestre do ano, representando estabilidade diante do trimestre anterior e recuo de 10% na comparação ao mesmo período de 2021.
Ainda de acordo com a Braskem, a geração recorrente de caixa foi de R$ 1,6 bilhão, e o retorno do fluxo de caixa foi de 45% no terceiro trimestre de 2022. Adicionando os pagamentos referentes ao evento geológico de Alagoas realizados no período, a companhia apresentou uma geração de caixa de R$ 900 milhões, e o retorno de fluxo de caixa foi de 31%.
2 – Qualicorp tem queda de 55% no lucro do 3° tri
A Qualicorp (QUAL3) reportou lucro líquido de R$ 49,2 milhões no terceiro trimestre de 2022, queda de 55,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciação) ajustado atingiu R$ 234,7 milhões no trimestre, recuo de 12,7% na comparação com igual intervalo de 2021. A margem Ebitda ajustada foi de 46,3%, queda de 399 pontos base.
A receita líquida da Qualicorp caiu 5,2% no comparativo anual, chegando a R$ 507,1 milhões.
A companhia registrou dívida líquida de R$ 1,560 bilhão no período, aumento anual de 50,2%, e a alavancagem ficou em 1,6x na relação dívida líquida/Ebitda ajustado LTM ante 1,5x no segundo trimestre e 1,0x em relação a um ano antes.
O resultado financeiro foi negativo, chegando a R$ 53,3 milhões no trimestre, com crescimento de 2,1% em relação ao segundo trimestre. Na comparação anual, o aumento de 348% no resultado líquido se deve, além da variação do CDI médio, ao aumento de endividamento líquido.
3 – Preços ao produtor da China têm 1ª queda desde dezembro de 2020 por restrições contra a Covid
Os preços ao produtor da China caíram em outubro pela primeira vez desde dezembro de 2020, enquanto a inflação ao consumidor se moderou, destacando que a fraqueza da demanda interna com as rigorosas restrições contra a Covid, as perdas no setor imobiliário e a recessão global podem afetar a economia.
Analistas dizem que os problemas enfrentados por empresas e consumidores, tanto no país como no exterior, aumentarão a pressão deflacionária sobre a China nos próximos meses, com aumentos agressivos das taxas de juros globais e a guerra da Ucrânia aumentando o desafio para Pequim.
O Índice de Preços ao Produtor caiu 1,3% em outubro em relação ao ano anterior, revertendo o aumento de 0,9% um mês antes, mostraram dados da Agência Nacional de Estatísticas nesta quarta-feira. A expectativa em pesquisa da Reuters era de recuo de 1,5%.
A inflação ao consumidor também se moderou de uma alta de 29 meses em setembro, e as pressões de preços subjacentes permaneceram muito mais modestas, com o núcleo da inflação aumentando 0,6% em outubro, mesma taxa de setembro.
“Fatores adversos como a demanda interna fraca e o abrandamento das exportações deixarão a China atenta a uma deflação, sinalizada por sua leitura moderada do núcleo do índice aos consumidores abaixo de 1,5% por mais de dois anos”, disse Bruce Pang, economista chefe e chefe de pesquisa da Jones Lang Lasalle Inc.
O impulso deflacionário no indicador de preços ao produtor refletiu, em parte, os níveis acentuadamente mais altos de um ano atrás e a queda dos preços das commodities, de acordo com comunicado da agência.
A segunda maior economia do mundo tem sido afetada este ano por uma recorrência de surtos de Covid-19, forçando as autoridades a implementarem restrições rígidas contra o vírus e dando um golpe nas atividades das fábricas e dos consumidores.
O índice de preços ao consumidor subiu 2,1% em outubro em relação ao ano anterior, diminuindo de uma máxima de 29 meses de 2,8% em setembro, devido principalmente pela queda dos preços dos alimentos. Também ficou abaixo da expectativa de 2,4%.
Os preços dos alimentos subiram 7,0% em termos anuais, desacelerando de 8,8% no mês anterior.
*Com Reuters e Estadão Conteúdo
Veja também
- Empresas americanas veem uma mola no fundo do poço, diz Bank of America
- Tesla e Alphabet desabam em Wall Street após resultados decepcionantes
- Lucro da Tesla cai à medida que Musk liga seu futuro aos robotaxis atrasados
- Lucro da Petrobras cai 38% no 1° tri em desempenho abaixo do esperado
- Cinco assuntos quentes para o Brasil na semana