Economia
3 fatos para hoje: dobra lucro da Tim; o elogio do FMI; ‘risco Eletrobras’
O Conselho Executivo do Fundo Monetário Internacional disse que a atual política monetária do Brasil é “apropriada” e pediu a continuação de uma abordagem baseada em dados.
1 – Lucro líquido da TIM mais do que dobra no 2º trimestre
A TIM (TIMS3) divulgou na noite de segunda-feira (31) um salto de 104% em seu lucro líquido normalizado do segundo trimestre, impulsionado pelos serviços de telefonia móvel.
A TIM Brasil, controlada pela Telecom Italia, registrou lucro de R$ 638 milhões no período de abril a junho.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) atingiu R$ 2,914 bilhões, ou 17% acima do mesmo trimestre do ano passado.
A lucratividade medida pela margem Ebitda cresceu 3,7 pontos percentuais em relação ao primeiro trimestre, atingindo 49,7%, em comparação com os lucros do primeiro trimestre usando a mesma métrica. Em relação ao segundo trimestre do ano passado, a rentabilidade cresceu 3,4 pontos percentuais.
A TIM destacou em seu balanço que sua receita de serviços foi o principal impulsionador do crescimento no trimestre “junto a um melhor controle de custos e redução da carga de despesas”.
Enquanto isso, a receita líquida normalizada cresceu 9,2%, totalizando R$ 5,86 bilhões, enquanto a receita do principal negócio de telefonia móvel da TIM atingiu R$ 5,37 bilhões.
Na semana passada, a concorrente Telefônica Brasil divulgou crescimento de 50% no lucro do segundo trimestre, apoiado por números robustos em seu negócio de telefonia móvel.
2- FMI elogia política monetária do Brasil
O Conselho Executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) disse na véspera que a atual política monetária do Brasil é “apropriada” e pediu a continuação de uma abordagem orientada para o futuro e baseada em dados.
O conselho pediu essa abordagem considerando a “lenta redução do núcleo da inflação no Brasil e as expectativas de inflação ainda acima da meta”, disse o FMI em um relatório após a conclusão de uma consulta com o Brasil.
O relatório também observou que a inflação geral tem recuado rapidamente desde o pico atingido no ano passado.
A inflação acumulada em 12 meses no Brasil caiu para 3,19% em meados de julho, abaixo da meta de 3,25% do Banco Central.
Os diretores do Fundo elogiaram uma proposta de reforma tributária indireta e planos para reestruturar impostos diretos e simplificar as despesas tributárias, acrescentou o FMI.
A mobilização de receitas adicionais ajudará a garantir a sustentabilidade fiscal do Brasil e criar espaço para gastos prioritários, disse o Fundo.
“Os diretores receberam bem o compromisso das autoridades em melhorar a posição fiscal para manter a sustentabilidade da dívida e apoiar os esforços de desinflação da política monetária”, afirmou o relatório.
O diretor brasileiro no FMI, Afonso Bevilaqua, disse que o crescimento potencial do país deverá continuar subindo como resultado das reformas efetuadas e que estão em andamento, de acordo com comunicado do Ministério da Fazenda.
Bevilaqua ainda agradeceu o trabalho do corpo técnico do FMI e reafirmou que “as expectativas domésticas estão evoluindo favoravelmente e que a nova administração tem trabalhado para conciliar uma gestão macroeconômica responsável com justiça social e sustentabilidade ambiental”, disse a pasta.
3 – ‘Risco Eletrobras’
O secretário de Parcerias e Investimentos do Estado de São Paulo, Rafael Benini, afirmou que o governo paulista quer evitar o chamado “risco Eletrobras” na privatização da Sabesp.
“A gente quer que o Estado tenha uma participação (na Sabesp, após a privatização) parecida com a trava (de participação dos acionistas) para não acontecer a mesma coisa que aconteceu com a Eletrobras, o risco Eletrobras”, afirmou Benini ao Broadcast Político.
O secretário fez referência à ação em que o governo Luiz Inácio Lula da Silva questionou, no Supremo Tribunal Federal (STF), as regras para privatização da Eletrobras. O petista quer maior poder decisório na empresa.
Segundo Benini, o episódio gerou temor no mercado financeiro, e o governo paulista quer definir um modelo de privatização que dê maior segurança jurídica aos futuros acionistas. “O que a gente ouviu muito do mercado é que isso se tornou um risco. A gente quer evitar. Dependendo da participação que o Estado for ficar, mais ou menos por ali que a gente vai colocar a trava”, explicou o titular da SPI.
Ainda segundo Benini, a ideia de colocar uma trava de participação para os acionistas é uma forma de pulverizar a governança na empresa e evitar que ela tenha um único controlador. “Não quero vender a Sabesp para alguém, não quero que ela tenha outro controlador, ela tem que travar a participação de todo mundo.”
O secretário afirmou que ainda não se sabe qual será a trava, mas o desejo do governo é de que ela seja maior que a da Eletrobras, que ficou em 10%, e menor que 30%. “Não vou mais de 30% porque, a partir de 30%, ele vira um acionista. Não quero um controlador. Quero pulverizar, mas não quero pulverizar tanto, mas ainda quero ter acionistas que consigam influir na administração da empresa.”
*Com Reuters e Estadão
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