Economia
3 fatos para hoje: EUA com rating em observação negativa; recessão alemã
Agência de classificação de risco Fitch colocou perspectiva negativa pra nota de crédito americana com teto de dívidas do país.
Fitch coloca nota de crédito dos EUA em perspectiva negativa
A agência de classificação de risco Fitch colocou nesta quarta-feira (24) uma perspectiva negativa para a nota de crédito dos Estados Unidos, que é “AAA”, citando crescentes disputas políticas em torno do teto de dívida do país.
O governo do presidente norte-americano, Joe Biden, e representantes republicanos no Congresso estão em um impasse sobre o aumento do teto da dívida federal de US$ 31,4 trilhões, à medida que ambos os lados consideram as propostas um do outro como muito extremas.
A Fitch disse que a nota de crédito do país pode ser rebaixada caso os EUA não elevem ou suspendam o limite de endividamento dentro do prazo.
No entanto, a Fitch acrescentou que as chances dos EUA não pagarem as dívidas no prazo são muito baixas.
A Fitch agora estima que o governo dos EUA gastará mais do que arrecada, levando a um déficit de 6,5% da economia do país em 2023 e de 6,9% em 2024.
Economia alemã entra em recessão no 1º trimestre
A economia alemã contraiu no primeiro trimestre de 2023 em comparação com os três meses anteriores, entrando assim em recessão, mostraram dados da agência de estatísticas nesta quinta-feira.
O Produto Interno Bruto caiu 0,3% no trimestre, quando ajustado pelos efeitos de preço e calendário, mostrou a segunda estimativa. Isso segue um declínio de 0,5% no quarto trimestre de 2022. Uma recessão é comumente definida como dois trimestres sucessivos de contração.
A primeira estimativa havia mostrado estagnação do PIB no primeiro trimestre, com a Alemanha contornando uma recessão.
Na comparação anual, o PIB caiu 0,5% quando ajustado pelos efeitos de preços e calendário.
“Sob o peso de uma inflação imensa, o consumidor alemão caiu de joelhos, arrastando toda a economia com ele”, disse Andreas Scheuerle, analista do DekaBank.
O consumo das famílias caiu 1,2% na comparação trimestral após ajustes de preço, sazonalidade e calendário. Os gastos do governo também diminuíram significativamente, 4,9%, no trimestre.
“O clima quente no inverno, uma recuperação na atividade industrial, ajudada pela reabertura chinesa e uma diminuição dos atritos na cadeia de suprimentos não foram suficientes para tirar a economia da zona de perigo da recessão”, disse o chefe global de macro do ING, Carsten Brzeski.
Em contrapartida, o investimento cresceu nos três primeiros meses do ano, após um segundo semestre fraco em 2022. O investimento em máquinas e equipamentos aumentou 3,2% em relação ao trimestre anterior, enquanto o investimento em construção cresceu 3,9% no trimestre.
Também houve contribuições positivas do comércio. As exportações subiram 0,4%, enquanto as importações caíram 0,9%.
“O forte aumento nos preços da energia cobrou seu preço no semestre de inverno”, disse o economista-chefe do Commerzbank, Joerg Kraemer.
Uma recessão não pôde ser evitada e agora a dúvida é se haverá alguma recuperação no segundo semestre.
“Olhando além do primeiro trimestre, o otimismo no início do ano parece ter dado lugar a um senso de realidade”, disse Brzeski, do ING.
A queda no poder de compra, carteiras de pedidos industriais reduzidas, um aperto monetário agressivo e a esperada desaceleração da economia dos Estados Unidos jogam a favor de uma atividade econômica fraca.
O banco central alemão, no entanto, espera que a economia cresça modestamente no segundo trimestre, já que uma recuperação na indústria mais do que compensa a estagnação do consumo doméstico e uma queda na construção, de acordo com um relatório econômico mensal publicado na quarta-feira.
IPC-Fipe sobe 0,38% na 3ª quadrissemana de maio
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 0,38% na terceira quadrissemana de maio, desacelerando em relação à alta de 0,44% observada na segunda quadrissemana deste mês, segundo dados publicados nesta quinta-feira, 25, pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Na terceira leitura de maio, cinco dos sete componentes do IPC-Fipe perderam força: Alimentação (de 0,82% na segunda quadrissemana para 0,50% na terceira quadrissemana), Transportes (de 0,55% a 0,49%), Saúde (de 1,31% a 1,05%), Vestuário (de 0,97% a 0,94%) e Educação (de 0,14% a 0,13%).
Por outro lado, houve aceleração de preços na categoria Despesas Pessoais (de 0,32% a 0,58%) de uma quadrissemana para a outra. Além disso, a deflação dos custos de Habitação perdeu intensidade no mesmo período (de -0,10% para -0,08%).
Veja abaixo como ficaram os componentes do IPC-Fipe na terceira quadrissemana de maio:
– Habitação: -0,08%
– Alimentação: 0,50%
– Transportes: 0,49%
– Despesas Pessoais: 0,58%
– Saúde: 1,05%
– Vestuário: 0,94%
– Educação: 0,13%
– Índice Geral: 0,38%
*Com Reuters e Estadão Conteúdo.
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