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3 fatos para hoje: negociação por teto de dívida nos EUA trava; China em alta

E mais: OCDE aponta que deterioração das condições macroeconômicas agrava os riscos de financiamento de países emergentes e em desenvolvimento.

A discussão do arcabouço fiscal no plenário da Câmara no começo da semana deverá dar o tom do mercado local. Se o projeto for aprovado pelos deputados, o texto segue para o Senado.

Na semana passada o arcabouço foi aprovado por ampla maioria devido ao regime de urgência. Até então, mudanças feitas pelo relator abrem a possibilidade de ampliação de gastos que poderia chegar a até R$ 80 bilhões ao longo de 2024 e 2025, segundo o Estado, que citou estimativas feitas por economistas. No entanto, o relator do projeto, Claudio Cajado, disse que este valor de aumento de gastos é fantasioso.

Do mais, a pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira (21) busca sinal de alívio nas projeções de inflação – condição básica para o Banco Central considerar uma redução nas taxas de juros. Na última pesquisa, a projeção para o IPCA deste ano passou de 6,02% para 6,03%. A projeção de 2024, que é central no horizonte relevante do BC, oscilou de 4,16% para 4,15%, ainda muito acima da meta de 3%.

Do lado corporativo, a Oi, que pediu recuperação judicial pela segunda vez em 7 anos, deve divulgar os resultados do 4º trimestre e de 2022 nesta segunda, depois de adiar a data previamente informada, que era 26 de abril.

A companhia terá sua concessão discutida pela Anatel, que avalia se a empresa tem condições econômicas de manter a outorga e prestar um serviço adequado aos clientes.

Veja abaixo mais 3 fatos para hoje:

1 – Negociação por teto de dívida nos EUA trava

Após terem dado sinais de avanços ao longo da semana, as negociações para solucionar o impasse sobre o teto da dívida nos Estados Unidos travaram nos últimos dois dias, à medida que a Casa Branca rejeita demandas da oposição por cortes de gastos públicos.

Na manhã do domingo (21), o presidente americano, Joe Biden, acusou os republicanos de insistirem em “posições extremas”. Durante a viagem de volta do Japão, onde participou da cúpula de líderes do G7, o democrata conversou por telefone com o presidente da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, sobre o tema. Os dois ficaram de se encontrar pessoalmente nesta segunda, 22.

O encontro – o terceiro entre os políticos em menos de duas semanas – será uma tentativa de conter a deterioração nas discussões desde que Biden viajou à Ásia. Na sexta-feira, o deputado Garret Graves, que lidera o lado republicano no debate, disse que as negociações seriam “pausadas” porque o governo não estaria sendo “razoável”.

O presidente dos EUA, Joe Biden, participa de uma reunião de Quad Leaders em Hiroshima, Japão. Kenny Holston/Pool via REUTERS

As conversas foram retomadas mais tarde no mesmo dia, mas tiveram progressos limitados desde então. Ontem, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, emitiu um duro comunicado em que afirma que a oposição trouxe demandas “demandas partidárias extremas” sem chances de aprovação no Congresso.

“Sejamos claros: a equipe do presidente está pronta para reunião a qualquer momento. E, vamos levar a sério o que pode passar no Congresso de forma bipartidária, chegar à mesa do presidente e reduzir o déficit”, escreveu a porta-voz, que ainda acusou a liderança republicana de estar cedendo às alas mais radicais do partido.

A legenda oposicionista exige condicionar o aumento do teto da dívida a cortes profundos nas despesas públicas, além do endurecimento de regras para beneficiários de programas sociais. Um grupo de 57 deputados republicanos foi além e argumentou que a legislação deve incluir ainda restrições para a imigração ilegal. O governo Biden já sinalizou veemente oposição a todas essas demandas.

O impasse ameaça impor aos EUA um imprevisível cenário de default da dívida pública. A secretária do Tesouro americana, Janet Yellen, disse hoje considerar “bem pequenas” as chances de o governo chegar a 15 de junho com capacidade de honrar obrigações financeiras se o teto não for suspenso ou elevado.

2 – Mas bolsas da China fecham em alta com esperança de melhora nas relações sino-americanas

As bolsas de valores da China fecharam em alta nesta segunda-feira, depois que o banco central do país prometeu apoiar o crescimento econômico e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse esperar um degelo nas relações com a China “em breve”.

O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, avançou 0,6%, enquanto o índice de Xangai teve alta de 0,4%.

Os fundamentos da estabilidade econômica da China e a melhoria de longo prazo não mudaram, disse o banco central do país na sexta-feira, acrescentando que isso aumentará a estabilidade do crescimento total do crédito.

Os setores relacionados ao consumo lideraram os ganhos no mercado de ações, já que alguns investidores compraram papéis na baixa após perdas alimentadas por dados decepcionantes de vendas no varejo, divulgados na semana passada.

Biden disse no domingo que as nações do Grupo dos Sete concordaram sobre sua abordagem em relação à China e a necessidade de diversificar suas cadeias de suprimentos para que não dependam apenas de um país.

3 – OCDE: emergentes enfrentam risco de financiamento soberano

A deterioração das condições macroeconômicas, em meio a escalada global dos juros, agrava os riscos de financiamento de países emergentes e em desenvolvimento, avalia a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), no relatório anual Sovereign Borrowing Outlook, divulgado nesta segunda-feira.

A entidade ressalta que o movimento de fuga de capitais deflagrou uma intensa desvalorização das moedas dessas economias ante o dólar, o que exacerba as dificuldades no financiamento do passivo externo.

Nota de cem pesos da Argentina sobre notas de dólares 17/10/2022 REUTERS/Agustin Marcarian

Segundo a OCDE, a emissão bruta de dívida em emergentes caiu para US$ 3,8 trilhões em 2022, depois de ter atingido recorde de US$ 4,1 trilhões em 2021. A China segue o maior emissor global, responsável por 37% de toda o saldo emitido. A tomada de empréstimos nesses países caiu 25% entre 2021 e 2022, de acordo com a Organização.

“Olhando para os dados em nível de país, a maioria das economias emergentes e em desenvolvimento emitiu menos dívida em títulos do governo em 2022 em comparação com seus níveis de 2021, com poucas exceções, incluindo Argentina, Brasil, Bulgária, China e México“, afirma.

Com Reuters, Estadão e Bloomberg

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